Pododermatite em gatos: sintomas, causas e tratamento

Como muitos animais, os gatos realizam inúmeras atividades usando suas patas e garras. Quando essas estruturas são acometidas por doenças como a pododermatite, é necessário consultar o veterinário para fazer uma avaliação geral e identificar a causa.
Pododermatite em gatos: sintomas, causas e tratamento
Daniel Aguilar

Escrito e verificado por o veterinário Daniel Aguilar.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Todos os gatos têm garras poderosas, capazes de agarrar, rasgar coisas e até mesmo machucar. Quando se trata de defesa, essas estruturas são uma excelente arma. No entanto, como o resto do corpo, suas patas estão expostas a várias doenças, algumas tão raras quanto a pododermatite em gatos, que prejudica muito a qualidade de vida do animal.

Se seu gato é o rei da casa e você quer mantê-lo saudável e feliz todos os dias, continue lendo. Neste artigo vamos falar sobre uma determinada patologia que afeta as almofadas do gato, suas possíveis causas, alguns sintomas e a forma adequada de abordar seu tratamento.

O que é a pododermatite em gatos?

Também conhecida como pododermatite de células plasmáticas, a pododermatite em gatos é uma doença caracterizada por inflamação localizada nas almofadas do metacarpo e do metatarso. Em raras ocasiões a zona digital fica comprometida e essa condição não conhece idade, sexo ou raça, pois pode ocorrer em gatinhos de qualquer tipo.

Se seu animal de estimação tem a doença, mesmo que você veja apenas uma almofada afetada, sugerimos dar a ele a atenção que merece. A pododermatite em gatos deve ser tratada desde os primeiros sintomas para prevenir sua propagação e reduzir complicações secundárias.

Causas da pododermatite em gatos

Existem inúmeras patologias para as quais ainda não foram coletadas informações suficientes, então muitos pontos sobre sua etologia e patogênese permanecem desconhecidos. A pododermatite felina é um exemplo deles. Seu estudo começou há mais de 4 décadas e, até hoje, suas causas permanecem desconhecidas.

A pododermatite em gatos mostra uma resposta positiva aos glicocorticóides e uma infiltração tecidual de células plasmáticas, sugerindo que a principal causa seja um processo imunomediado. O vírus da imunodeficiência felina (FIV) também parece estar relacionado, e observa-se que até 60% dos pacientes apresentam as duas doenças ao mesmo tempo.

Em alguns felinos, a pododermatite se manifesta sazonalmente, como acontece com muitas outras doenças de origem alérgica. Portanto, não está descartado que os alérgenos também sejam os desencadeadores dessa patologia.

Lamber é uma das estereotipias dos gatos.

Sintomas da pododermatite em gatos

Em todos os casos de pododermatite em gatos, o primeiro sinal que aparece (que também é fácil de identificar) é a claudicação. As patas afetadas começam a apresentar inchaços leves e, na maioria dos casos, a almofada central é a mais danificada, apresentando tonalidade violeta e estrias hiperceratósicas esbranquiçadas.

Úlceras abundantes e abscessos importantes aparecem em felinos com sintomas avançados (ou gatos que não receberam atenção médica adequada). Como consequência, o desconforto e a dor aumentam. Não deixe seu animal chegar a esse ponto: aja na hora certa e procure o veterinário.

Se o seu animal estiver passando por essa doença, é possível que os sinais que ele apresenta sejam muito semelhantes aos seguintes:

  • Fraqueza.
  • Febre.
  • Relutância em se mover.
  • Pelagem em mau estado devido à falta de cuidado.
  • Vários sintomas nas patas (já mencionados).

Alguns casos de pododermatite em gatos conseguem se manifestar de forma subclínica, ou seja, sem sintomas. Portanto, é muito importante consultar o veterinário regularmente. O prognóstico de recuperação do seu animal será mais favorável assim que o tratamento começar.

Diagnóstico de pododermatite em gatos

Para obter um diagnóstico final da doença, é necessário realizar diversos exames diagnósticos. A análise começa com um exame físico geral do paciente, uma anamnese e uma coleta de amostras. Esses exames fornecerão informações valiosas e úteis para a próxima etapa: um diagnóstico diferencial.

Diagnóstico diferencial

Sinais como inflamação e ulceração das almofadas não são exclusivos da pododermatite em gatos. Portanto, doenças como pênfigo foliáceo, piodermite, micose profunda e dermatofitose precisam ser descartadas devido à semelhança entre seus sintomas.

Outras patologias, como a dermatite de contato irritativa, complexo de granuloma eosinofílico e epidermólise bolhosa distrófica, deverão ser descartadas do diagnóstico final. Para isso, o ideal é realizar alguns exames no seu animal de estimação. Aqui você pode saber mais sobre eles.

Diagnóstico laboratorial

Um dos exames mais úteis para o diagnóstico da pododermatite em gatos é o hemograma. Ao fazer uma interpretação dos resultados, o seguinte pode ser observado:

  • Linfoncitose (contagem elevada de linfócitos).
  • Neutrofilia (baixos níveis de neutrófilos).
  • Trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas).
  • Plasma abundante e células polimorfonucleares.
  • Hipergamaglobulinemia (altos níveis de gamaglobulina). É considerada a alteração bioquímica mais frequente da doença.

A análise histopatológica também é uma excelente ferramenta para coletar informações extras. Para realizá-la, será necessária uma biópsia da área afetada. Quando vistas ao microscópio, áreas epidérmicas com acantose, tecido erodido e ulceração podem ser observadas.

Tratamento de pododermatite em gatos

O tratamento da pododermatite em gatos geralmente dura 10 semanas. Nesse momento, é recomendada a administração de doxiciclina a uma taxa de 10 miligramas por quilo do paciente a cada 24 horas. Verificou-se que mais de 80% dos felinos conseguem se estabilizar e apresentam melhora considerável após as primeiras doses.

Como plano B para aqueles pacientes nos quais a resposta terapêutica desejada não tiver sido alcançada, o uso de prednisolona será um bom auxílio. A dose recomendada é de 4,4 miligramas por quilo do animal com a mesma frequência. A resposta do medicamento indicará sua retirada. Lembre-se de que a prednisolona deve ser descontinuada paulatinamente.

O linfoma em gatos é um tipo de câncer muito comum.

O veterinário tomará a decisão de remover cirurgicamente todo o tecido afetado quando nenhum dos tratamentos for bem-sucedido. Sugerimos que você siga as indicações médicas ao pé da letra, porque o seu gatinho merece ter a melhor vida possível ao seu lado: faça parte dela, cuide do seu bichinho e preserve a sua saúde.


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