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Principais comportamentos de um cachorro após a castração
A castração não vai resolver possíveis problemas comportamentais do seu animal de estimação, embora a frequência de certos comportamentos possam diminuir.

Mesmo que ligeiramente, o comportamento de um cachorro muda após a castração, em maior ou menor grau. Tanto machos quanto fêmeas podem apresentar mudanças de comportamento ocasionais ou de longa duração.
A castração consiste na remoção das gônadas dos animais: apenas os testículos nos machos e os ovários e o útero nas fêmeas.
As gônadas, além de cumprirem a função de gerar células sexuais, também liberam hormônios. Esses hormônios têm diferentes funções no corpo, e uma delas é o desenvolvimento do comportamento sexual, como, por exemplo, a busca por um parceiro ou os cuidados parentais.
A dor em um cachorro após a castração
A primeira mudança que observamos em um cachorro após a castração é o comportamento associado à dor. Dependendo do protocolo anestésico usado pelo veterinário, quando o cachorro acordar da anestesia, ele sentirá mais ou menos dor.
Isso é muito importante, pois, além de constituir um trauma físico, o cachorro também pode desenvolver certos medos. Por exemplo, não se deixar ser tocado, tentar nos morder, etc. Esses comportamentos geralmente desaparecem.
Por outro lado, os veterinários costumam recomendar o uso do colar elizabetano para impedir que o cão tenha acesso à ferida cirúrgica. Esse é um estímulo aversivo adicional, que pode se tornar um grande desafio para o animal se ele não tiver um bom controle das suas emoções.
Os hormônios sexuais nos cães
Para entender os efeitos que a supressão da liberação de hormônios sexuais devido à castração tem no comportamento dos cães, precisamos primeiramente conhecer o eixo hipotálamo-hipófise-gônada.
O hipotálamo sintetiza e libera o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). Esse hormônio age na hipófise e faz com que ela libere gonadotrofinas, hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH).
A ação desses dois últimos é realizada, principalmente, nas gônadas – testículos ou ovários –, causando, assim, a liberação de testosterona nos machos e de progesterona e estrogênio nas fêmeas. Além disso, o LH e o FSH têm a função de estimular a produção de espermatozoides e ovócitos.
A testosterona tem vários efeitos no corpo, especialmente durante o desenvolvimento embriológico e a puberdade:
- Está envolvida na resposta sexual feminina.
- Pode estar relacionada às brincadeiras dos filhotes, que são mais agressivas nos machos.
- Na puberdade, potencializa o desenvolvimento de músculos, ossos, rins e laringe.
- Durante o crescimento do embrião, masculiniza as estruturas cerebrais e os núcleos neuronais que mais tarde darão origem ao comportamento masculino. A ausência de testosterona nas fêmeas durante o período perinatal desenvolve o seu sistema nervoso central feminino.
- Estimula o comportamento de demarcação, agressividade e defesa do território.
Por outro lado, os hormônios femininos agem da seguinte maneira:
- O estrogênio aumenta a atividade geral da cadela, que se move mais, vocaliza e geralmente urina com mais frequência.
- Durante o cio, quando o estrogênio é mais abundantes, algumas cadelas podem urinar na posição de macho e são receptivas à cópula.
- Os altos níveis de progesterona após o cio preparam a fêmea para o desenvolvimento dos filhotes. No entanto, caso a cópula não ocorra, pode surgir uma gravidez psicológica.
Variações nos comportamentos de um cachorro após a castração
Quando as gônadas são removidas, a concentração dos hormônios sexuais diminui, mas não abruptamente. O comportamento de monta é reduzido apenas em 50% dos machos, 15 dias após a castração. O comportamento mais reduzido, em cerca de 80%, é a busca por fêmeas.
Nas fêmeas, o comportamento relacionado à proteção ou ao ciúme pode diminuir. Além disso, em alguns casos, pode ocorrer uma gravidez psicológica após a esterilização.
É importante saber que os problemas comportamentais, tais como agressividade em relação a outros animais ou pessoas, a má gestão do medo ou a ansiedade de separação não desaparecem. Isso ocorre porque os hormônios envolvidos nesses casos não são os hormônios sexuais, e sim o cortisol, a dopamina ou a serotonina.
Não há praticamente nenhum problema comportamental que possa ser resolvido pela castração, mas sim com muito trabalho, dedicação e carinho pelo animal. No entanto, a castração serve para prevenir ou evitar certas doenças, tanto em machos quanto em fêmeas, como os tumores, por exemplo.