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Rã-touro-americana: por que não é um bom pet?

4 minutos
É preciso estar atento ao perigo do tráfico de animais exóticos, pois em muitos casos são espécies potencialmente invasoras, assim como a rã-touro-americana.
Rã-touro-americana: por que não é um bom pet?
Última atualização: 20 dezembro, 2020

Os anfíbios também chegam às casas de muitos amantes dos animais exóticos. No entanto, é necessário ser consciente do risco que a posse desses tipos de animais acarreta, pois, em muitos casos, eles terminam os seus dias como animais soltos na natureza, onde podem se proliferar rapidamente e competir com as espécies nativas. A rã-touro-americana é um exemplo disso.

Originária da América do Norte, essa espécie conseguiu invadir outras áreas da América, Ásia e Europa. Por essa razão, esse anfíbio está incluído no banco de dados do Grupo de Especialistas em Espécies Invasoras da UICN e é classificado como uma das 100 piores espécies exóticas invasoras do planeta.

Um grande anfíbio

Um dos aspectos mais marcantes desse animal é o seu grande tamanho, já que um espécime adulto mede de 10 a 20 centímetros de comprimento. Além disso, os indivíduos maiores podem chegar a pesar um quilo.

A rã-touro-americana tem uma coloração verde oliva, com manchas esverdeadas ou marrons. A cabeça é larga e achatada com uma prega em cada olho, que contorna todo o tímpano. Uma característica essencial para diferenciar os sexos é o tamanho do tímpano, que tem um diâmetro maior do que o do olho nos machos e o mesmo tamanho do olho nas fêmeas.

O ventre é esbranquiçado, com manchas listradas acinzentadas, enquanto as patas traseiras têm manchas escuras em forma de listras.

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Por que ela se tornou uma espécie invasora?

As espécies invasoras compartilham entre si a capacidade de ocupar uma ampla variedade de habitats e se alimentar de um grande número de espécies. Isso faz parte do seu sucesso em ambientes diferentes do seu local de origem. A rã-touro-americana prolifera como espécie invasora graças a uma série de atributos que vamos mostrar a seguir.

Uma ampla variedade de tolerância térmica

As rãs começam a ficar ativas quando a temperatura da água atinge 15°C. Em temperaturas abaixo de 1°C, a sua atividade motora cessa. Em seu habitat natural, permanecem em águas entre 24°C e 33°C, com temperatura ambiente que varia de 26°C a 42°C e umidade relativa do ar entre 33% e 100%.

Grande número de ovos por ano

A primavera e o verão geralmente são os períodos de procriação e o número de ovos por postura de cada fêmea é de cerca de 20 000, mas esse número pode chegar a 40 000 em mães maiores. Se os fatores ambientais forem favoráveis, essas rãs podem ter várias posturas por ano.

Os ovos eclodem em cerca de três a cinco dias, e os girinos – que chegam a 20 centímetros de comprimento – podem passar pela metamorfose em apenas seis meses em águas quentes. Sem dúvida, estamos diante de um ritmo reprodutivo desenfreado.

Rã-touro-americana: espécie oportunista

Esse animal adapta a sua dieta de acordo com as presas que encontra no ambiente. A rã-touro-americana se alimenta de todos os tipos de invertebrados terrestres, aquáticos e voadores, bem como de vertebrados que se aproximam o suficiente de um espécime adulto.

Essa espécie caça à espreita, pois permanece imóvel e camuflada pela vegetação das redondezas. Seu maior trunfo não é a velocidade, mas a dissimulação: assim que uma presa passa à sua frente, ela se lança sobre ela.

Essa rã é capaz de devorar peixes, girinos, tartarugas e pequenas cobras, assim como ratos ou morcegos que se aproximem para beber das águas. Sua capacidade de alimentação é tanta que ela pode resistir a longos períodos de jejum após uma refeição abundante.

Os girinos são – em geral – herbívoros, mas, analisando o seu conteúdo estomacal, foram encontrados excrementos e outros restos orgânicos, bem como pequenos invertebrados aquáticos. Portanto, parece que – assim como os seus pais – eles podem comer qualquer coisa que couber em suas bocas.

Ótima plasticidade ambiental

A rã-touro-americana pode ocupar qualquer tipo de habitat com águas paradas ou com pouco movimento, principalmente se houver folhagem abundante e restos de plantas em decomposição.

Além de tudo isso, a rã-touro-americana também é capaz de suportar níveis relativamente elevados de poluição, o que permite o uso de habitats degradados pela atividade humana. Há especialistas que vão além, pois sugerem que a espécie mostra uma preferência por esses “ecossistemas artificiais”.

O perigo das espécies invasoras

Todos esses fatores fazem da rã-touro-americana uma espécie com grande potencial para se estabelecer em ecossistemas diferentes do dela e facilmente atacar e deslocar espécies nativas.

Além disso, a introdução de espécies invasoras também acarreta outro problema associado: a transmissão de novas doenças. A rã-touro-americana pode ser hospedeira de fungos, bactérias e vírus como, por exemplo, o Batrachochytrium dendrobatidis, um patógeno que afeta seriamente a saúde dos anfíbios.

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Atualmente, foi lançado um programa para o controle e a erradicação dessa espécie invasora na natureza. Esse plano inclui medidas de conscientização e sensibilização, especialmente dirigidas aos amantes dos animais exóticos.


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  • Catálogo Español de Especies Invasoras. Lithobates catesbeianus.

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