Raposa-veloz: habitat e características

A raposa veloz foi reintroduzida no Canadá em 1980, enquanto nos Estados Unidos começaram a ser coletados espécimes a partir de 1998. Ambos os processos foram bem-sucedidos e foi detectado um aumento da população desses mamíferos que permanece até hoje.
Raposa-veloz: habitat e características
Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A raposa-veloz é conhecida por ser um dos menores canídeos da América do Norte, pois seu tamanho pode ser igual ao de um gato doméstico. Essa espécie tem um passado sombrio, pois até 1930 estava considerada extirpada de seu habitat natural no Canadá. Apesar disso, graças aos diversos esforços de reintrodução, foi possível restabelecer sua população em seu ambiente nativo.

A espécie recebe o nome científico de Vulpes velox e faz parte da família Canidae, na qual seu parente mais próximo é a raposa-anã. Devido ao seu aspecto compacto, possui grande flexibilidade e rapidez, podendo escapar facilmente dos seus predadores. Continue lendo para aprender mais sobre esse pequeno e rápido animal.

Habitat de raposa-veloz

Essas raposas eram bastante abundantes nas grandes planícies do Canadá e da América do Norte. No entanto, na década de 1930, eles desapareceram completamente da região devido ao envenenamento acidental, à captura e à modificação do habitat. Atualmente, as populações desses organismos estão restritas aos Estados Unidos e a algumas áreas do Canadá em que foram reintroduzidos.

O habitat natural desse mamífero é a pradaria com gramíneas curtas e alguns desertos. Nessas áreas, as raposas-velozes cavam tocas no solo, preferindo áreas próximas a cercas ou campos agrícolas. Elas escolhem locais com essas características porque sua visão não é afetada pela vegetação, podendo, portanto, localizar facilmente suas presas enquanto se mantêm escondidas.

Uma raposa-veloz correndo.

Características físicas

A aparência desse animal lembra muito à dos canídeos de mesmo tipo, já que suas orelhas pontudas e seu nariz em bico mantêm a aparência típica de uma raposa. Além disso, os tamanhos que consegue atingir variam entre 30 e 80 centímetros de comprimento, pesando apenas 2 ou 3 quilos. Em termos de tamanho, é semelhante ao de um gato doméstico, reafirmando seu lugar como um dos menores canídeos.

A pelagem desses mamíferos é laranja com manchas cinza e a barriga branca. Já sua cauda segue o mesmo padrão e traz uma marca preta na ponta, que se estende um pouco na direção do corpo. Além disso, seu nariz tem uma mancha negra em ambos os lados do rosto e se estende até os olhos, quase como se os circundasse.

A raposa-veloz é um dos menores canídeos que existe.

Comportamento da espécie

Como o próprio nome indica, esse animal é bastante rápido, pois pode chegar a 50 quilômetros por hora em uma corrida. Essa habilidade o ajuda quando está caçando ou fugindo de um predador. Também são animais noturnos. Portanto, durante o dia, geralmente ficam abrigados em suas tocas para evitar os perigos do ambiente.

As tocas dessas raposas são cavadas por elas mesmas e costumam atingir 4 metros de profundidade. Da mesma forma, cada um desses abrigos tem até 4 entradas, pois isso lhes proporciona um bom acesso e proteção em caso de ameaça. Por outro lado, embora o seu pelo lhes forneça aquecimento e conforto, durante o inverno elas saem para tomar banhos de sol e se aquecer.

Alimentação da raposa-veloz

A dieta desse animal é baseada principalmente em presas vivas. Portanto, podemos dizer que é um organismo carnívoro facultativo. No entanto, seu comportamento lembra mais o de um onívoro oportunista, pois come qualquer alimento disponível. Por essa razão, suas presas são tão variadas que incluem mamíferos, pássaros, artrópodes, lagartos, anfíbios, peixes e até algumas plantas ou carniça.

Reprodução da raposa-veloz

Essa raposa é um mamífero monogâmico, por isso seleciona um companheiro para o resto da vida. No entanto, isso não acontece em todos os casos, uma vez que alguns indivíduos são capazes de trocar de parceiro todos os anos. Um artigo publicado na revista Animal Behaviour aponta que suas estratégias de acasalamento são muito diversas, por isso mesmo se agrupam em trios de duas fêmeas e um macho (ou vice-versa).

A época de reprodução ocorre entre dezembro e março, dependendo da localização geográfica de seu lar. Os exemplares dessa espécie só se reproduzem uma vez por ano, passando por um período de gestação de pelo menos 2 meses. Dessa forma, a ninhada nasce entre março e abril, com 2 a 6 crias por mãe.

Quando os filhotes nascem, seus olhos e orelhas ficam fechados por 10 a 15 dias, por isso eles ficam na toca a maior parte do tempo. Além disso, embora os jovens sejam desmamados com 6 a 7 semanas de idade, eles permanecem sob os cuidados de seus pais até o final do outono. Depois disso, a prole pode ser independente e atingir a maturidade sexual em 1 ou 2 anos.

Estado de conservação

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) classifica esse organismo como uma espécie pouco preocupante que diz respeito à conservação. Isso não significa que sua situação populacional seja ideal, mas significa que não corre o risco de desaparecer em curto ou longo prazo.

Apesar de ter passado por um processo de extirpação, sua população se recuperou graças aos esforços de reintrodução. Graças a isso, Canadá e Estados Unidos estabilizaram a população desse mamífero, repovoando 52% de seu habitat original em poucas décadas.

Embora a situação da espécie tenha se invertido tão rapidamente, a realidade é que o perigo que a raposa-veloz enfrenta não desapareceu completamente. Por exemplo, seu ambiente natural foi seriamente afetado pela mudança para solos agrícolas, fazendo com que suas presas se deslocassem. Além disso, a irrigação das lavouras pode causar inundações em suas tocas, impedindo o desenvolvimento dos filhotes.

Afinal, embora sua população tenha sido resgatada de um estado quase extinto, ainda não se pode baixar a guarda: o crescimento e o desenvolvimento humano é um dos principais obstáculos à sua sobrevivência e não parece estar diminuindo. No momento, foi ganho tempo extra, mas se não forem tomados cuidados em um curto espaço de tempo, essa raposa pode ficar em risco novamente.


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