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7 curiosidades sobre o peixe-papagaio

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O peixe-papagaio é um dos animais marinhos mais chamativos do mundo. Você sabia que alguns se cobrem com uma camada de muco protetor todas as noites?
7 curiosidades sobre o peixe-papagaio
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Os oceanos são tão vastos quanto misteriosos. Até hoje, não é possível determinar um número exato que reflita a biodiversidade dos ecossistemas aquáticos, mas segundo fontes profissionais, acredita-se que existam mais de 33 600 espécies de peixes em todo o mundo. Um dos mais fascinantes e que mais curiosidades esconde sob suas escamas é o peixe-papagaio.

Esse peixe actinopterígio marinho destaca-se pelo seu tamanho, suas cores e seus hábitos, visto que participa ativamente na bioerosão dos ecossistemas aquáticos e desempenha funções insubstituíveis. Se você quiser saber mais sobre o peixe-papagaio e seus parentes, continue lendo as 7 curiosidades que apresentamos para você neste espaço.

1. O termo “peixe-papagaio” abrange muitas espécies

No âmbito da divulgação científica, é comum considerar o nome comum de um animal como designador “oficial”, mas a verdade é que às vezes a escolha carece de relevância taxonômica. Por exemplo, ao nos referirmos a um “peixe-papagaio” de uma maneira geral, estaremos englobando 95 espécies com características comuns que estão agrupadas na família Scaridae.

Talvez o representante principal dentro desse táxon seja a espécie Scarus psittacus, uma vez que é a espécie-tipo do gênero Scarus, um clado que engloba 52 das espécies de peixes-papagaio distribuídas pelos diferentes oceanos do mundo. Em qualquer caso, existem muitos animais aparentados que podem ser chamados de “peixes-papagaio”, devido às suas características e aos seus hábitos comuns.

A variedade de peixes-papagaio é se divide em 9 gêneros, todos pertencentes à família Scaridae.

2. Um grupo de espécies tropicais

Uma das características mais conhecidas do peixe-papagaio é que ele é um animal eminentemente tropical. Independentemente das espécies que observarmos, todas são encontradas principalmente em águas quentes dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Scarus ghobban é a exceção que confirma a regra, pois se aventurou a colonizar o Mediterrâneo e o Mar Vermelho.

 

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3. Um peixe típico de recife de coral

O peixe-papagaio está inequivocamente associado aos recifes de coral, conforme indicado pela base de dados Animal Diversity Web. Esses animais são extremamente importantes nesse ecossistema, pois se alimentam de macroalgas que, de outra forma, competiriam com as espécies formadoras de corais por espaço e recursos.

Essa relação é paradigmática, uma vez que estudos registraram que algumas espécies de peixes desse grupo também se alimentam de corais vivos. Esses animais provavelmente permitem o crescimento dos recifes por serem herbívoros seletivos, mas também controlam a expansão dos corais por predação direta.

4. Uma dieta incomum

Já que estamos falando do trabalho de biocontrole do peixe-papagaio, não podemos deixar de mencionar suas curiosidades quando o assunto é alimentação. A maioria dos peixes-papagaio são animais herbívoros que se alimentam de algas litofílicas, ou seja, que crescem nas rochas de formações geográficas costeiras. Eles são capazes de raspar sedimentos graças ao seu “bico” ósseo mandibular.

A espécie Bolbometopon muricatum é a exceção que confirma a regra, já que esse peixe-papagaio se alimenta de corais vivos. Os pólipos não são sua única base nutricional (não é exclusivamente coralívoro), mas respondem por até 50% de sua ingestão diária. Exceto nesse caso, estima-se que menos de 1% dos animais dessa família mordam corais de propósito.

5. A expectativa de vida do peixe-papagaio é variável

A maioria dos peixes-papagaio vive 5 anos ou menos, mas, novamente, há exceções a essa afirmação. Bolbometopon muricatum se destaca novamente, batendo recordes com longevidade máxima de 20 anos. Isso não é uma surpresa, já que é a maior espécie desse grupo, com cerca de 130 centímetros de comprimento total e até 46 quilos de peso.

6. Capacidade de bioerosão: uma das curiosidades mais importantes do peixe-papagaio

O termo bioerosão refere-se à degradação de substratos marinhos duros pela ação de certos seres vivos. Esse processo pode ser realizado por moluscos, anelídeos poliquetas, esponjas, crustáceos, equinodermos e, claro, peixes. O peixe-papagaio é o representante mais importante deste último grupo, pois graças aos seus hábitos herbívoros, modifica os ecossistemas em que se alimenta.

O peixe-papagaio realiza uma grande bioerosão, pois se alimenta de algas presas às rochas, fazendo uso de músculos bem desenvolvidos da mandíbula, da armadura dentária e de um moedor faríngeo para triturar o material ingerido. Como resultado, eles processam fragmentos de rocha em partículas finas do tamanho de um grão de areia.

A erosão da aragonita dos recifes de coral por parte desses peixes é estimada em mais de 1000 kg por ano.

7. Algumas espécies produzem uma camada mucosa especial

Algumas espécies de peixes-papagaio, como Scarus vetula, excretam um muco muito especial pela boca. Esse material viscoso é liberado à noite e cria uma espécie de “câmara” protetora ao redor do corpo do peixe, com um par de aberturas que permitem o escoamento da água. Um peixe-papagaio leva em média 30 minutos para sintetizar essa camada e ejetá-la pela boca.

O muco secretado tem odor e sabor desagradáveis. Portanto, presume-se que seja um mecanismo antipredatório. Também pode servir como uma espécie de câmara de eco, pois permitiria detectar as vibrações da água quando um agente externo à camada mucosa se aproxima do animal.

Além disso, o peixe-papagaio se refugia nas cavidades rochosas dos recifes de coral.

 

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As curiosidades do peixe-papagaio são inúmeras

Como você notou, o grupo de peixes-papagaio é um dos mais curiosos do mundo. Além disso, são um dos poucos animais marinhos capazes de modificar o meio ambiente: alimentando-se de algas com seus bicos ósseos, contribuem para a terraformação dos ecossistemas de coral e transformam rochas duras em areia.

Muitas das espécies citadas (como Scarus ghobban) têm populações saudáveis e não estão ameaçadas de extinção. No entanto, outros representantes (por exemplo, Bolbometopon muricatum) não tiveram a mesma sorte e sua situação é delicada devido à pesca predatória. Preservar esses arquitetos do ecossistema marinho deve ser uma prioridade.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


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