O que é a sexta grande extinção?
Desde que começou a existir, o planeta Terra já passou por cinco grandes extinções. Todas elas foram extremamente devastadoras e foram causadas por fenômenos naturais, tais como as mudanças na atmosfera e na superfície da Terra provocadas por chuvas de meteoros, pela explosão de uma estrela ou pelos movimentos das placas tectônicas. Atualmente, está ocorrendo a sexta grande extinção.
Diferentemente das anteriores, no entanto, agora as causas não são totalmente naturais, mas sim produzidas pelo ser humano. Isso ocorre por causa do consumo excessivo de recursos naturais e do uso de combustíveis fósseis, que aceleram o aquecimento global.
Extensão dos efeitos da sexta grande extinção
Um grupo de pesquisadores mexicanos e americanos, liderado pelo biólogo Gerardo Ceballos, estimou a taxa de extinção das espécies nos últimos séculos. Eles se concentraram nos vertebrados porque há mais informações disponíveis sobre eles.
Nesta pesquisa, eles notaram que 617 espécies de vertebrados desapareceram do seu habitat natural: 338 espécies desapareceram definitivamente e 279 só podem ser encontradas em zoológicos. Tudo isso aconteceu desde 1500 até o presente, ou seja, durante um período de cinco séculos.
A grande maioria das extinções de vertebrados foi registrada no século passado, quando aproximadamente duas espécies de vertebrados desapareciam anualmente. Isso cria um desequilíbrio no ambiente natural e na vida de outros seres vivos com quem eles compartilhavam o habitat.
As áreas com o maior número de extinções são as tropicais e temperadas, e as mais afetadas são as mais próximas dos centros urbanos. Eles também alertam que os grandes mamíferos do sudeste da Ásia são os que correm o maior risco de desaparecer. Isso ocorre porque esta é a área com a maior porcentagem de perda de território habitável.
Principais causas
A origem da sexta grande extinção pode ser explicada, em linhas gerais, pela superpopulação humana. Isso gera o desaparecimento progressivo de outras espécies no mundo por duas razões:
- A grande necessidade de recursos naturais e, portanto, de exploração excessiva: desmatamento de grandes áreas, caça e pesca excessiva, mineração intensiva, etc.
- Uma economia que gira em torno da energia gerada por meio dos combustíveis fósseis. Isso polui a atmosfera e acelera o aquecimento global, afetando o ecossistema de muitos animais de forma negativa.
Isso faz com que o habitat de uma grande variedade de animais seja afetado. As espécies que foram extintas nos últimos tempos sofreram uma redução de seu habitat de até 80%.
Além disso, o tráfico ilegal de espécies diminui a população de alguns animais, por meio, por exemplo, da captura ilegal de animais exóticos para a venda posterior e a caça ilegal para a venda de peles, ossos e outros materiais.
Da mesma forma, a introdução de espécies invasoras em ecossistemas equilibrados também afeta a fauna mundial de forma negativa.
Outro ponto a considerar é que o desaparecimento de um grande número de espécies vegetais e animais altera o equilíbrio ecológico, gerando assim um efeito cascata. A extinção de uma espécie afeta as outras, e o efeito será maior ou menor dependendo da importância das espécies desaparecidas para o ecossistema.
Alguns animais extintos na sexta grande extinção
Nesta extinção em massa, inclui-se uma grande variedade de animais, que vão desde o mamute ao dodô, passando pelo tigre da Tasmânia e pela tartaruga das Ilhas Galápagos.
Além disso, na sexta grande extinção também está incluído o desaparecimento da megafauna, ocorrido no final da última glaciação, entre 9.000 e 13.000 anos atrás. Tudo isso se deve ao efeito das drásticas mudanças climáticas na época e à intervenção do ser humano como seu principal predador.
Um exemplo claro de uma espécie em alto risco de extinção devido à sexta grande extinção é o baiacu; a moda do sushi diminuiu a sua população em 99,9% nos últimos 40 anos. O atum rabilho do Atlântico também foi afetado por essa moda. Tudo isso porque eles são capturados ainda muito jovens, sem terem a chance de se reproduzir.
Outro exemplo é o efeito do desaparecimento dos corais na diversidade marinha. Os corais estão morrendo rapidamente devido ao aquecimento e acidificação dos oceanos. Os corais no Mediterrâneo e a Grande Barreira de Corais na Austrália estão ficando brancos, ou seja, estão morrendo. Os recifes de coral são a fonte de alimento e habitat de milhares de espécies de peixes e moluscos.
O que pode ser feito para deter essa extinção em massa?
De acordo com muitos pesquisadores, ainda é possível deter a sexta extinção em massa. No entanto, isso implica a mudança de muitas das práticas humanas atuais, com o objetivo de reduzir a emissão de dióxido de carbono e a diminuição do habitat da vida selvagem.
Recomenda-se aumentar as áreas protegidas e preservar as espécies que habitam áreas próximas a centros povoados com maior intensidade e recursos. Isso inclui diminuir o consumo e confiar em tecnologias verdes.
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Ceballos, G.; Ehrlich, P. & Dirzo, R. (2017). Biological annihilation via the ongoing sixth mass extinction signaled by vertebrate population losses and declines. Proceedings of the National Academy of Sciences, CXIV-30: E6089-E6096.
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