Substância tóxica está ameaçando metade das orcas do planeta
agosto 8, 2019
Esta substância é capturada pelo plâncton, que por sua vez é ingerido por pequenos peixes. Estes pequenos peixes são comidos por peixes maiores. Por fim, estes últimos se tornam alimento das orcas.
Um estudo fez um alerta importante: metade das orcas dos nossos mares estão em risco, pois uma substância tóxica produzida pelos seres humanos se transformou em uma ameaça para esses animais.
Durante a década de 1960, várias intoxicações humanas ocorreram devido a essas substâncias químicas, que causam doenças de pele, problemas imunológicos e até casos de câncer.
Por isso, estes eventos levaram à proibição do composto e ao comprometimento de muitos países com a sua destruição. Entretanto, ela ainda não está completa.
Por que esta substância tóxica é uma ameaça para as orcas?
O problema com este composto é que ele foi usado por anos em pesticidas em todo o mundo, e acabou contaminando os mares. Neles, ocorre um processo de biomagnificação, um acúmulo de toxinas que reflete a importância da cadeia trófica na natureza.
O plâncton captura essas toxinas e é consumido pelos peixes. Estes peixes são consumidos por peixes grandes, como o atum. Por fim, estes últimos são consumidos pelo animal com a posição mais alta na cadeia alimentar: neste caso, a baleia assassina.
O que acontece é que metade das orcas do mundo parecem ter níveis enormes de PCBs em seus organismos devido a este processo de biomagnificação. Esta é a razão pela qual comer carne de golfinho e baleia, além de imoral, é perigoso por razões sanitárias.
Metade das orcas do planeta estão sendo afetadas
Um novo estudo verificou os níveis de PCBs nas diferentes populações de baleias assassinas do mundo e analisou seus efeitos. Os PCBs causam problemas imunológicos nas orcas, transformando-as em alvos perfeito para doenças infecciosas.
Dessa forma, tem ocorrido uma diminuição na capacidade reprodutiva desses animais. Esses efeitos, cruzados com os dados de crescimento populacional, revelaram que metade das orcas estudadas por esses cientistas correm o risco de entrar em colapso.
As populações mais afetadas são as próximas a áreas industriais e aquelas que consomem peixes maiores.
Alguns exemplos são as orcas do Estreito de Gibraltar ou das Ilhas Canárias, que se especializaram na caça do atum vermelho.
O fato das orcas serem sensíveis aos PCBs não é uma novidade. Há anos diversos espécimes têm sido encontrados mortos com altos níveis do composto em seus organismos.
Além disso, as orcas possuem um nível elevado de gordura, que é onde os PCBs se acumulam. Este fato, juntamente com a sua longevidade, fazem com que elas sejam os animais que mais acumulam toxinas no planeta.
Uma das coisas mais preocupantes que vemos é que essas populações já poderiam entrar em colapso se fossem afetadas apenas por PCBs. No entanto, também há problemas como a pesca desenfreada promovida pelo ser humano e até mesmo as pesquisas sísmicas.
Os autores alertam para a necessidade da destruição total destes tóxicos pelo homem. Além disso, também é necessário reforçar as medidas de conservação das baleias. Estas parecem ser as únicas maneiras de manter as orcas vivas e saudáveis por mais décadas.
Ross, P. S., Ellis, G. M., Ikonomou, M. G., Barrett-Lennard, L. G., & Addison, R. F. (2000). High PCB concentrations in free-ranging Pacific killer whales, Orcinus orca: effects of age, sex and dietary preference. Marine Pollution Bulletin, 40(6), 504-515.
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