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O tratamento da gengivite em animais de estimação

4 minutos
Caso a gengivite seja identificada no seu cachorro, você precisa saber que esta é uma doença oral comum; na prática, ela não deixa de ser um processo inflamatório que afetará a vida cotidiana do seu melhor amigo.
O tratamento da gengivite em animais de estimação
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A gengivite é uma das doenças orais mais comuns nos animais de estimação. Ela é um processo inflamatório progressivo que afeta as gengivas e que pode se expandir para os tecidos ósseos.

A seguir, vamos falar sobre os sintomas e o tratamento da gengivite no seu animal de estimação e também sobre como ela pode ser evitada.

Como a gengivite se desenvolve nos animais de estimação?

Uma grande parte das doenças bucais se desenvolve a partir da formação de placas bacterianas, e a gengivite não é uma exceção. Em geral, esse processo inflamatório começa quando o tártaro nos dentes do animal não é combatido a tempo. Porém, vamos analisar melhor como a gengivite ocorre para entender os seus sintomas e o seu tratamento.

Algumas espécies de bactérias vivem naturalmente na boca dos cães. Quando não escovamos os dentes dos nossos animais de estimação, permitimos que restos de alimentos se acumulem entre os dentes e as gengivas. Esses resíduos orgânicos servem de alimento para as bactérias que já vivem na boca do animal, o que permite uma proliferação rápida e excessiva delas.

Desta forma, uma superpopulação de bactérias se desenvolve na boca do animal, o que leva à sua aglomeração na forma de placas. As placas bacterianas aderem aos dentes e, quando reagem com o esmalte e a saliva, formam o tártaro.

Após a adesão do tártaro ao dente, as bactérias continuam a se proliferar e, se não forem combatidas a tempo, penetram nas gengivas. Neste momento, ocorre a inflamação das gengivas conhecida como gengivite.

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Sintomas de gengivite em animais de estimação

A gengivite geralmente se desenvolve e progride de forma silenciosa. Seus primeiros sintomas são difíceis de serem diagnosticados nos animais de estimação a olho nu. Por isso, é essencial verificar a boca do seu animal de estimação regularmente, a fim de identificar qualquer alteração.

O primeiro sinal óbvio de gengivite geralmente é a observação de uma fina linha vermelha na junção entre os dentes e as gengivas. Também é muito provável que as gengivas estejam vermelhas e aumentem de tamanho. Nos casos mais avançados, podem ocorrer abscessos e sangramentos.

No entanto, a gengivite também pode levar a uma sintomatologia mais complexa, especialmente quando não é tratada de forma adequada. A seguir, vamos repassar outros sintomas comuns de gengivite nos animais de estimação:

  • Halitose (mau hálito).
  • Dificuldade para mastigar.
  • Falta de apetite.
  • Salivação excessiva.
  • Tentativa frequente de se coçar na região da boca.
  • Hiperplasia gengival (aumento excessivo das gengivas).
  • Não permitir ser tocado na boca ou reagir de forma negativa quando alguém tenta fazer isso.
  • Alterações comportamentais, geralmente associadas à dor causada pela inflamação.

Quando a gengivite não é tratada a tempo, as bactérias continuam a avançar e podem penetrar nos tecidos musculares e ósseos que sustentam os dentes. Isso pode levar a um quadro clínico complexo chamado periodontite ou doença periodontal, que pode levar à perda dos dentes.

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Tratamento da gengivite 

Ao observar qualquer alteração na boca do seu animal de estimação, é essencial ir a uma clínica veterinária. Lá, um profissional poderá examinar a boca do animal e solicitar os exames necessários para verificar o seu estado de saúde e o progresso das bactérias no seu organismo.

O tratamento para a gengivite no seu animal de estimação vai depender fundamentalmente do estágio em que a doença estiver. Como esta é uma doença bacteriana, o uso de antibióticos geralmente é indispensável.

Nos casos leves, os antibióticos costumam ser aplicados de forma tópica, para aliviar o processo inflamatório e eliminar as bactérias. Já nos casos mais avançados, os antibióticos podem ser administrados por via oral ou intravenosa; a ideia é controlar a proliferação de bactérias no organismo.

Além disso, o veterinário também poderá prescrever analgésicos para aliviar a dor e, dessa forma, melhorar a qualidade de vida do animal durante o tratamento.

Também pode haver uma intervenção cirúrgica posterior, para remover o tártaro dos dentes; desta forma, um novo quadro de gengivite será evitado. Porém, a viabilidade deste tratamento vai depender do estado de saúde do animal.

Caso as bactérias tenham atingido os tecidos ósseos, o veterinário deve analisar se a estrutura dos dentes foi prejudicada. Se uma deterioração avançada for constatada, pode ser necessário remover o dente por meio de uma intervenção cirúrgica.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.