Tuberculose bovina: sintomas e tratamento

A tuberculose bovina é causada pelo mesmo grupo de bactérias que afeta os humanos. Isso a torna uma doença zoonótica que precisa ser controlada. Aprenda sobre ela aqui.
Tuberculose bovina: sintomas e tratamento

Última atualização: 16 dezembro, 2021

A tuberculose bovina é uma doença crônica de curso lento e sintomas pneumônicos. Embora as vacas sejam frequentemente identificadas como hospedeiras, a verdade é que muitas outras espécies podem ser afetadas, como gatos, cavalos, javalis e cabras.

Por se tratar de uma doença contagiosa que não entende de espécies, seu controle é vital em locais onde convivem vários animais, inclusive humanos. Você pode aprender mais sobre essa infecção aqui, então não perca.

O que é a tuberculose bovina?

A tuberculose bovina é uma doença crônica causada pelo bacilo Mycobacterium bovis. Seu nome vem das lesões nodulares produzidas por essa bactéria nos pulmões e nos linfonodos do animal afetado, conhecidas como “tubérculos”.

É uma doença de notificação obrigatória à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

O animal pode ter entrado em contato com a bactéria e gerado anticorpos após vencer a infecção primária. No entanto, se a próxima infecção ocorrer por uma via diferente e o exemplar não puder lidar com o bacilo, ele contrairá tuberculose novamente.

Uma vaca chorando exemplifica a tristeza bovina.

Causas da doença

É uma doença bacteriana e zoonótica, ou seja, pode ser transmitida para humanos e outros animais. As vias de transmissão mais comuns são os aerossóis (via aérea) e a ingestão de produtos de origem animal, como o leite de vaca.

Às vezes, animais selvagens que vivem perto de fazendas de gado podem entrar em contato com a bactéria e agir como vetores de disseminação. Em locais onde várias espécies coexistem no mesmo espaço (como santuários ou as próprias fazendas), elas também podem se infectar se compartilharem água ou entrarem em contato com fezes infectadas.

Sintomas da tuberculose bovina

É normal que passem pelo menos alguns meses antes que os primeiros sintomas apareçam. A bactéria pode permanecer dormente e o animal fica assintomático por muito tempo, mas o normal é que em algum momento o espécime afetado piore. Os sinais mais comuns de tuberculose bovina são os seguintes:

  • Anorexia (perda de apetite).
  • Perda de peso.
  • Agalactia (a vaca não produz leite).
  • Febre flutuante.
  • Tosse seca.
  • Respiração ruidosa.
  • Dispneia (falta de ar).
  • Dor nas costelas.
  • Diarreia.
  • Fraqueza.
  • Aumento dos gânglios linfáticos.
  • Taquipneia (respiração rápida).
  • Necrose caseosa de lesões tuberculosas, com consistência pastosa e amarelada.

Se você detectar algum desses sinais em suas cabeças de gado, procure imediatamente um veterinário. Uma ação precoce pode fazer a diferença entre a vida e a morte para toda uma população.

Estágios da doença

Essa doença tem 2 estágios, primário e pós-primário. Nós os mostramos separadamente nas linhas a seguir.

Estágio primário

Esse estágio vai desde o momento em que o animal entra em contato com a bactéria até 1-2 semanas após a infecção. Nesse período, o patógeno atinge os pulmões ou os linfonodos, atraindo macrófagos e linfócitos T. Esse acúmulo de bactérias e leucócitos mortos é o que forma o granuloma tuberculoso.

Embora o animal possa se curar nesse ponto, não é o mais comum. No caso de calcificação das lesões tuberculosas, a doença se estabiliza, uma vez que a bactéria permanece encapsulada em seu interior. No entanto, o mais comum é que se espalhe pela corrente sanguínea e provoque o aparecimento de mais tubérculos.

Estágio pós-primário

Essa fase é típica dos casos em que existe imunidade específica, uma reinfecção ou a propagação da bactéria por todo o corpo. Nessa fase, o bacilo viaja por todo o corpo pela via linfática, geralmente por meio da ruptura de um dos nódulos afetados.

Diagnóstico da tuberculose bovina

O diagnóstico da tuberculose bovina requer um estudo laboratorial completo, pois os sintomas são comuns a muitas outras doenças respiratórias e infecciosas. Os exames realizados são os seguintes:

  • Tuberculinização: permite a detecção direta da doença. É o principal exame a ser realizado e se baseia na utilização da tuberculina, um extrato proteico obtido da bactéria em questão.
  • Coloração de Ziehl-Neelsen: esse é um tipo de coloração de amostra que permite que as bactérias da tuberculose sejam observadas no microscópio. No entanto, a doença não pode ser descartada se elas não forem visíveis.
  • Cultura bacteriana: por ser um processo lento não serve como exame principal, mas é bom como método de confirmação.
  • Teste Elisa indireto e pós-tuberculinização: simplificando, são ensaios sorológicos automatizados de alto rendimento.
  • Teste de interferon gamma (INF-y): é um exame de sangue que permite a detecção da tuberculose. Mede o grau de reação do sistema imunológico do animal às bactérias causadoras da doença.

Tratamento da tuberculose bovina

Por se tratar de uma doença de notificação obrigatória e comum em fazendas, a campanha para sua erradicação é o sacrifício das vacas afetadas (ou outros animais infectados). Atualmente não há vacina nem tratamento eficaz.

Nessas fazendas e zoológicos também é realizado um programa de detecção, que visa evitar a contaminação da carne e do leite que chegam ao consumidor.

Um exemplo de tuberculose bovina.

Santuários e organizações de defesa dos animais defendem a necessidade de encontrar um tratamento para essa doença. Os animais resgatados estão sujeitos às mesmas leis dos animais considerados gado, por isso foi necessário lutar várias vezes para que os exemplares que conseguiram se curar não fossem encaminhados ao matadouro.


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