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O urubu-de-cabeça-preta: estado de conservação

3 minutos
Apesar da semelhança, o urubu-de-cabeça-preta não tem nenhuma relação com o abutre-preto que vive na Espanha.
O urubu-de-cabeça-preta: estado de conservação
Alejandro Rodríguez

Escrito e verificado por o biotecnólogo Alejandro Rodríguez

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Os abutres são uma das aves mais imponentes que percorrem as alturas. Nos céus e pradarias dos Estados Unidos e da América do Sul, o urubu-de-cabeça-preta é um dos espécimes mais abundantes. Neste artigo, vamos falar mais sobre sua classificação, suas características e sua conservação.

Quem é o urubu-de-cabeça-preta?

A natureza – e, portanto, a zoologia – geralmente nomeia ou rotula de maneira parecida os animais com uma certa semelhança. No caso do animal em questão, uma coisa deve ser esclarecida antes de começar. Talvez alguns de vocês conheçam o grande abutre-preto (Aegypius monachus), que percorre algumas zonas montanhosas da Península Ibérica.

Mas, além da dieta carnívora, o exemplar europeu e o americano não têm mais nenhuma relação. A semelhança entre as duas espécies – apesar de estarem tão distantes – deve-se a um fenômeno conhecido na biologia como evolução convergente.

Mas, na verdade, o urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) pertence à família dos catartídeos, também chamada de abutres do Novo Mundo. Essa família inclui sete espécies diferentes, todas distribuídas pelas Américas.

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Esse animal tem uma coleção de nomes bastante longa, dependendo da área geográfica: é chamado de zopilote em Honduras e no México, gallote no Panamá ou jote de cabeza negra na Venezuela . Atualmente, são distinguidas até três subespécies desse animal.

Características gerais

Estamos diante de uma ave de grandes dimensões, o que faz com que tenha a aparência de uma imponente ave de rapinaEm geral, sua envergadura – distância de uma asa à outra – costuma variar entre 1,30 e 1,65 metros, e o seu comprimento máximo é de 74 centímetros. O peso varia entre machos e fêmeas, e também pode haver pequenas variações entre as subespécies.

O corpo desse abutre tem a pele enrugada de uma cor acinzentada escura. Essa pele é facilmente visível na cabeça e no pescoço, devido à ausência de plumagem. Assim como o próprio nome indica, a plumagem desse abutre é de coloração negra intensa. Em algumas áreas de suas penas primárias, eles apresentam uma mancha branca, que fica visível quando estão voando.

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Estado de conservação do urubu-de-cabeça-preta

Até hoje, a União Internacional para a Conservação da Natureza classifica essa espécie com o selo de ‘menos preocupante’. Isso implica que a população mantém um nível estável e, portanto, por enquanto, não há preocupação com o seu desaparecimento.

No entanto, está começando a ser observado como em algumas regiões seu número tem diminuído, o que provavelmente se deve à perda de habitat para a nidificação. Em algumas regiões dos Estados Unidos, a caça, a captura ou a posse desses animais são proibidas por lei. Apesar disso, muitos fazendeiros consideram o urubu-de-cabeça-preta uma ameaça, pois alegam que ele ataca o gado jovem.

Habitat e alimentação

O urubu-de-cabeça-preta geralmente prefere o campo aberto, intercalado com áreas arborizadas ou planícies. Costuma evitar áreas de alta montanha, por isso é relativamente fácil observá-lo em florestas úmidas ou pântanos. Pode ser avistado até mesmo perto de cidades ou vilarejos.

Como é um necrófago, esse abutre sempre está à procura de carne em decomposição. Para encontrá-la, usa uma ferramenta poderosa: a visão. Essas aves conseguem localizar suas presas ou podem seguir a trilha deixada por outros urubus até chegar à carniça que vão consumir. O hábito alimentar dos abutres é muito importante para a manutenção geral do ecossistema.

Se a carniça for escassa, eles também podem se alimentar de matéria vegetal decomposta ou ovos. Em algumas ocasiões, o urubu-de-cabeça-preta é capaz de caçar gado vivo ou cervos. Esse comportamento, surpreendente para um animal desse tipo, não foi visto em outros abutres do Novo Mundo.


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  • Ballejo, F., & de Santis, L. J. (2013). Dieta estacional del Jote Cabeza Negra (Coragyps atratus) en un área rural y una urbana en el noroeste patagónico. El hornero28(1), 07-14.
  • Ballejo, F., Fernández, F., & De Santis, L. J. (2012). Tafonomía de restos óseos provenientes de egagrópilas de Coragyps atratus (jote de cabeza negra) en el Noroeste de la Patagonia argentina. Revista del Museo de antropología5(1), 213-222.

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