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A história dos últimos mamutes

4 minutos
O aumento das temperaturas após a última glaciação há 13 mil anos, junto com a caça por parte do ser humano, são os motivos pelos quais os mamutes acabaram desaparecendo.
A história dos últimos mamutes
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A megafauna pré-histórica desapareceu da Europa, e nada restou daqueles rinocerontes ou dentes de sabre que povoavam o continente. No entanto, alguns destes grandes animais sobreviveram por mais tempo do que pensávamos. Afinal, o que aconteceu com os últimos mamutes?

Desde que, em 1728, foram examinados ossos gigantescos na Sibéria que pareciam pertencer a um elefante, esta espécie segue maravilhando o homem. Foi no começo do século XIX que o primeiro cadáver pré-histórico congelado destes animais foi encontrado, por isso hoje sabemos muito a respeito da sua aparência e biologia.

O que é um mamute?

Quando falamos de mamutes, nos referimos a primos dos elefantes que viveram de cinco milhões de anos atrás até poucos milhares. Embora existam várias espécies, o mamute lanudo se destaca como o mais famoso de todos.

Os mamutes não eram muito maiores do que os elefantes africanos, mas há alguns exemplares surpreendentes, como o mamute do rio Songhua ou o mamute imperial, que podiam chegar aos cinco metros de altura.

Os mamutes lanudos viviam em regiões frias, por isso suas orelhas eram ainda menores do que as do elefante asiático, com o objetivo de evitar o congelamento. Certamente, possuíam uma corcunda de gordura ou de pelos nas costas, como visto em representações rupestres feitas no período Paleolítico.

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Por que os mamutes desapareceram?

Há 13 mil anos, após a última glaciação, as temperaturas começaram a aumentar e o habitat do mamute mudou significativamente. Isso o foi relegando a regiões cada vez menores até que não restaram nichos ecológicos aos quais ele estivesse adaptado.

O aumento da temperatura e a mudança na vegetação da qual ele se alimentava geraram pressão sobre estes animais, mas a caça realizada pelo homem foi, provavelmente, outro dos motivos por trás do seu desaparecimento.

Sabemos que o ser humano caçava mamutes, tanto por representações rupestres e resquícios encontrados quanto por dados científicos. Um estudo das presas destes animais revelou que os últimos mamutes que habitaram o planeta durante os 30 mil anos anteriores à sua extinção diminuíram a idade em que desmamavam.

Curiosamente, nos elefantes modernos a mudança climática aumentou seu tempo de desmame, enquanto a caça o reduziu, por isso acredita-se que a caça por parte de diversos hominídeos possa ter sido uma das principais causas por trás do seu fim. O ser humano foi responsável pela extinção de grandes animais devido à caça, e para comprovar isso basta ver o desaparecimento dos lêmures gigantes e até do bisonte europeu.

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Quem foram os últimos mamutes?

Os últimos mamutes são animais que foram extintos há menos tempo do que imaginamos. Foram duas populações que sobreviveram até menos de 9 mil anos atrás, em duas ilhas do Alasca e da Sibéria.

Começamos a história dos últimos mamutes na ilha de Saint Paul, no Alasca. Sabe-se que estes animais sobreviveram na ilha até o ano 6 mil antes de Cristo, uma era em que a agricultura já havia surgido no vale do Nilo. Na Mesopotâmia a roda já era usada, e o Oriente Médio estava começando a criar cabras.

Parece que, nesta ilha, o papel do homem não foi grande, pois quando estes animais foram extintos nós não havíamos chegado a estas latitudes. Falamos de uma ilha de apenas 100 quilômetros quadrados, sem grandes fontes de água doce.

O aumento da temperatura, junto com a falta de água e o aumento do nível do mar, causou o final dos últimos mamutes do Alasca. O desaparecimento gradativo da vegetação acelerou a erosão e o desaparecimento dos últimos lagos, e se os elefantes modernos podem chegar a beber 200 litros de água por dia, parece provável que isso tenha significado um problema enorme para os últimos mamutes.

No entanto, os últimos mamutes viveram um pouco mais de tempo. Na ilha de Wrangel, na Sibéria, estes animais sobreviveram 5 mil anos após a extinção do mamute em terra firme, o que coincide com a chegada do ser humano à ilha. Esta época, muito mais moderna, coincide com a construção de Stonehenge, o início da odontologia na China e a construção dos primeiros palácios de Creta.

Os mamutes desta ilha podem ter sucumbido, desta vez sim, pela ação do homem. Embora ainda não tenham sido encontrados resquícios que comprovem seu consumo, a presença de arpões de marfim e o desaparecimento dos últimos mamutes poucos anos após a chegada do homem a Wrangel parecem nos indicar como culpados, pelo menos em parte, por esta extinção.


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«Holocene dwarf mammoths from Wrangel Island in the Siberian Arctic». ResearchGate (en inglés).


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