A rã flecha: a mais venenosa
Escrito e verificado por o advogado Francisco María García
A rã flecha é um dos animais mais venenosos do mundo, apesar de seu pequeno tamanho e aparência atraente. Na verdade, trata-se de várias espécies de pequenos anfíbios que possuem uma poderosa toxina em seus corpos.
Rã flecha venenosa: taxonomia e características físicas
Popularmente, chamamos de ‘rã flecha’ os anfíbios de diferentes espécies que compõem a superfamília Dendrobatidae.
Atualmente, são conhecidas mais de 180 espécies de dendrobatídeos, que geralmente estão divididas em três subfamílias. Todos elas estão estritamente relacionadas à família Aromobatidae dos anfíbios.
As rãs flechas venenosas são endêmicas da América do Sul e da América Central, e se adaptam a geografias muito diferentes.
A maior biodiversidade desses anfíbios é encontrada na Costa Rica e no Panamá, mas eles também são abundantes na Colômbia, no Peru e no Equador. Além disso, uma espécie foi introduzida no Havaí, onde é considerada invasora.
Apesar de ser muito pequena, a rã flecha venenosa chama muita atenção por causa das cores intensas de sua pele.
Os notáveis padrões cromáticos são um alerta para os predadores, porque indicam sua alta toxicidade.
Atualmente, apenas dois pássaros e uma cobra são conhecidos por serem imunes a seu veneno, e podem atacar esses anfíbios facilmente.
Curiosamente, a potente batracotoxina presente na pele das rãs flechas venenosas não é sintetizada pelo próprio organismo delas.
Na verdade, elas ingerem insetos diferentes (dependendo da espécie e de seu habitat), responsáveis pela neurotoxina. Desta forma, o veneno penetra no corpo delas e é usado como um mecanismo de defesa.
Tipos de rãs flechas venenosas
A grande família dendrobatídeos inclui espécies com muitas peculiaridades, mas que compartilham características essenciais. A seguir, veremos os cinco tipos de rãs flechas mais conhecidas e proeminentes.
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A rã flecha dourada (Phyllobates terribilis)
A rã flecha dourada é a espécie mais venenosa da sua família e, também, um dos animais mais letais do mundo.
Estima-se que apenas um grama de sua toxina seja capaz de matar milhares de pessoas. Portanto, é considerada a ‘rã flecha’ por excelência. Esta espécie é endêmica da costa do Pacífico da Colômbia.
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Rã flecha vermelha e azul (Oophaga pumilio)
Estes pequenos anfíbios venenosos são bem conhecidos pelo seu polimorfismo. Apesar de ser popularmente chamada de ‘rã flecha vermelha e azul’, esta espécie pode exibir uma grande variedade de colorações. Há espécimes não-bicolores e bicolores, com ou sem manchas, e suas tonalidades podem variar.
Seu padrão de coloração aposemática é muito marcante, o que indica sua alta toxicidade. Esta espécie obtém o poderoso veneno de sua pele através do consumo de formigas, de onde sintetiza a batracotoxina.
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Rã flecha azul (Dendrobates azureus)
Esta espécie é uma das menores da família dos dendrobatídeos, com tamanho médio entre 40 e 50 milímetros.
Os machos são menores e mais finos que as fêmeas e, além disso, costumam cantar somente quando atingem a idade adulta. Seu habitat natural se estende do Sul do Suriname a grande parte da Amazônia brasileira.
Diferentes tons de azul podem aparecer em seu corpo, de tons mais claros a um tom roxo escuro. Cada espécime geralmente apresenta pontos negros de diferentes padrões e tamanhos.
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Rã ponta de flecha granulada (Oophaga granulifera)
Esta rã ponta de flecha granulada não é tão famosa quanto as anteriores, mas é interessante mencioná-la, já que é uma das poucas espécies que tem um padrão contrário de coloração por toxicidade. Ou seja, nessas rãs, os espécimes menos vistosos apresentam maior toxicidade.
Originalmente, esta espécie é endêmica das florestas úmidas do Golfo Dulce da Costa Rica. No entanto, sua existência está ameaçada pela devastação de seu habitat.
Curiosidades sobre as rãs ponta de flecha
O nome popular destas diversas espécies foi inspirado em sua importância para as tribos indígenas do continente americano. Assim, nesses povos encontramos a origem desse pequeno anfíbio.
Os povos nativos aproveitavam as toxinas desses anfíbios para os dardos ou flechas que costumavam usar para caçar e se defender. Portanto, esses pequenos anfíbios tiveram um papel central na sobrevivência das famílias indígenas.
Outra curiosidade é que, como a rã ponta de flecha não produz seu próprio veneno, ela pode ser inofensiva em um ambiente controlado.
Apesar disso, sua criação em cativeiro não é recomendada, pois encontram suas condições ótimas de desenvolvimento apenas em seu habitat natural.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.