A recuperação do lince ibérico: saiba sobre sua situação
A reprodução em cativeiro e a subsequente reintrodução na natureza são ações-chave para a sobrevivência e recuperação do lince ibérico. É importante lembrar que, em 2005, restavam apenas 200 espécimes desse animal.
Há algumas décadas a situação do felino mais emblemático da Península Ibérica é alarmante. No entanto, a colaboração entre diferentes instituições públicas e organizações tem colaborado para salvar a espécie. Falaremos hoje sobre a recuperação do lince ibérico:
A situação do lince ibérico
Até o século 20, o lince ibérico tinha uma população dispersa em muitas partes da Península. A maior concentração de espécimes ficava em torno da fronteira entre Andaluzia e Castilla La Mancha.
Entretanto, o animal já foi visto em pequenas cidades da Andaluzia e ao sul de Portugal, Extremadura e até mesmo na fronteira de León com a Galiza e as Astúrias.
A situação crítica do lince-ibérico começa na década de 1980, quando passou de mais de 5.000 animais selvagens a apenas 1 000.
O ponto crítico de sua população, no entanto, ocorreu em 2005, quando estimou-se que havia menos de 200 animais vivos.
Desde então, felizmente, sua população está se recuperando. Esforços estão sendo feitos a partir dos centros de recuperação e de diferentes instituições.
Dessa forma, estão conseguindo que a cada ano haja mais espécimes em liberdade e que se reproduzam sem a intervenção do ser humano.
A recuperação do lince ibérico está em curso. Na última década a sua população duplicou. Com isso, em 2016, havia cerca de 400 linces em estado selvagem.
Dessa forma, ele deixou de estar na lista vermelha, catalogada como ‘perigo iminente’, indo para apenas ‘ameaçado’.
Apesar dos bons dados, a mortalidade dos linces na natureza ainda é muito alta e isso está retardando sua expansão.
Portanto, o trabalho deve continuar e medidas devem ser tomadas para melhorar a qualidade de vida e a taxa de sobrevivência desses animais.
Ameaças para o lince ibérico
Como você pode imaginar, o lince ibérico sofre ameaças que diminuem o tamanho de sua população. No entanto, ele não possui predadores naturais. Ou seja, muitas das causas que os fazem perder territórios ou perder a vida vêm de ações humanas.
A dieta do lince ibérico é composta por quase 90% de coelhos, embora, dependendo da estação do ano em que são encontrados, essa porcentagem possa variar.
O lince ibérico só pode se alimentar corretamente num ambiente onde há um grande número de coelhos.
Portanto, a destruição do habitat dos coelhos é determinante na sobrevivência este felino hispânico. Caçadores que encolhem sua população e doenças que afetam coelhos têm um impacto direto na sobrevivência e saúde dos linces.
Os caçadores e armadilhas, mesmo se são destinadas a outros animais, são duas das maiores ameaças para a recuperação do lince ibérico.
É proibido caçar esses animais, mas ainda assim pessoas os perseguem e continuam a colocar armadilhas para raposas ou coelhos, que são fatais para o lince.
Finalmente, outras das grandes ameaças são o avanço das estradas que cruzam as montanhas onde vivem os linces. Durante os primeiros três meses de 2018, quase 20 linces perderam a vida, atropelados.
Planos para a recuperação do lince ibérico
No final de 2016, quase 500 linces ibéricos foram contados vivos, tanto em liberdade como em cativeiro. Esse valor foi alcançado graças a uma combinação de diferentes ações.
Uma das medidas básicas que foram tomadas durante os últimos anos foi iniciar um programa de reprodução em cativeiro.
Dessa forma, os animais podem ser estudados e a reprodução é garantida. Além disso, quando se tornam adultos, estão saudáveis e podem sobreviver sozinhos, são liberados na natureza.
Uma vez que a população dos centros de criação atenda às características que satisfazem os biólogos, como o número de espécimes saudáveis, os animais começam a ser reintroduzidos na natureza.
A volta à natureza é essencial para sua sobrevivência
O lince ibérico é um animal solitário e territorial: não forma grupos se não estiver em época de reprodução. Quando há novos espécimes na natureza, tanto recém-liberados quanto novos adultos,sua dispersão por todo o território é garantida. Assim, eles podem voltar a morar em áreas onde haviam desaparecido.
Da mesma forma, os animais são rastreados além dos centros de reprodução e controle. Seus habitats são monitorados com câmeras escondidas que permitem que sejam seguidos e protegidos, mesmo que estejam na natureza.
Em alguns casos, as câmeras podem ser insuficientes, então muitos animais são equipados com coleiras de rastreamento por GPS.
Certamente, rastrear os animais em liberdade é muito importante, só assim pode-se saber como eles vivem e identificar suas ameaças principais.
Isto é, se passam fome, se há áreas com armadilhas e, além disso, localizar os pontos mais perigosos nas estradas.
Os planos para a recuperação do lince ibérico estão dando frutos, mas ainda não podemos cantar a vitória.
Durante 2016, mais de 30 filhotes nasceram em estado selvagem e tem-se observado como eles estão se expandindo para outros novos territórios.
O lince ibérico ainda está em perigo de extinção, mas os dados não são tão alarmantes como há uma década.
Os esforços combinados entre organizações, profissionais e instituições governamentais, tanto na Espanha como em Portugal, possibilitarão a recuperação dessa espécie.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.