A água-viva Olindias formosa é perigosa?

A água-viva Olindias formosa é tão fascinante para os olhos quanto para os estudos científicos. No entanto, veja aqui o que você precisa saber se tem medo de topar com um cnidário desse tipo durante seus banhos de mar.
A água-viva Olindias formosa é perigosa?

Última atualização: 30 junho, 2021

Os cnidários despertam emoções contraditórias na maioria das pessoas: muitas delas têm um aspecto misterioso e fascinante, mas também parece que não queremos olhá-las muito de perto. A água-viva Olindias formosa não é uma exceção: sua aparência incrível inevitavelmente atrai muitos olhares, mas muitas pessoas se perguntam se ela é perigosa.

Se você quiser saber mais sobre esta pequena gelatina nadadora, aqui vai encontrar muitas informações sobre ela. Com seus tentáculos de neon e sua aparência alienígena com certeza vai ganhar sua atenção.

Características da água-viva Olindias formosa

A água-viva Olindias formosa é um invertebrado da família dos cnidários que vive nas águas do Japão, Brasil e Argentina, geralmente em áreas costeiras onde abundam algas marinhas. São animais noturnos, pois aproveitam a escuridão da noite para caçar peixes pequenos que habitam o leito marinho.

Esses cnidários podem medir até 15 centímetros e sua expectativa de vida é de cerca de 6 meses. Eles têm cerca de 300 tentáculos, embora apenas 15 deles sejam alimentares, terminando em uma pequena protuberância bioluminescente. Por ser um animal noturno, estudos afirmam que essa emissão de luz ajuda a água-viva a atrair as presas.

 

Tentáculos e luzes da água viva Olindias formosa

A reprodução da água-viva Olindias formosa: um mistério

As águas-vivas se reproduzem alternadamente, como a maioria dos cnidários. Isso significa que elas alternam a reprodução sexuada e assexuada para garantir um bom número de descendentes e a variabilidade genética. No entanto, até recentemente, o ciclo de vida completo dessa água-viva não era totalmente conhecido, pois parecia impossível criá-la em cativeiro.

Porém, atualmente, estudos da Universidade de Cambridge esclarecem o assunto. Seu ciclo de maturação é o seguinte:

  • Água-viva adulta: por meio da reprodução sexuada, esse cnidário libera gametas e ovos microscópicos na água circundante, onde ocorre a fecundação com o material genético de outras águas-vivas. Os descendentes produzidos nessa interação não são cópias de seu pai ou sua mãe, e sim uma combinação de ambos.
  • Plânulas ou larvas, que eclodem dos ovos e aderem a uma superfície dura.
  • Pólipos: nessa fase ocorre a reprodução assexuada, pois os pólipos proliferam e darão origem à água-viva jovem. Curiosamente, os pólipos da água-viva Olindias formosa têm apenas um tentáculo, embora seja muito ativo. A descendência produzida nessa fase será geneticamente igual à sua predecessora.
  • Água-viva jovem: nessa fase, a água-viva se desenvolverá até atingir seu tamanho adulto, visto que nessa fase tem apenas cerca de 2 milímetros de comprimento. E assim termina seu ciclo reprodutivo.

Algumas curiosidades sobre essa água-viva

A água-viva Olindias formosa tem uma adaptação única: quando o alimento fica escasso, ela é capaz de reduzir o tamanho do seu corpo. Dessa forma, diminui a necessidade de ingestão e aumenta suas chances de sobrevivência.

Além disso, esse invertebrado não tem cabeça, cérebro, coração, ossos, cartilagem ou olhos. Seu corpo é composto quase apenas de água, especificamente 95%. Sua sensibilidade somática é realizada por células especializadas em detectar estímulos físicos ao seu redor.

Sua bioluminescência, produzida por proteínas presentes nas pontas de seus tentáculos, também é observada na fase de pólipo. Nesse período, o pólipo usa seu único tentáculo para examinar seu entorno em busca de nutrientes, processo que também parece ser favorecido pela luz que emite.

A água-viva Olindias formosa é perigosa?

Se você se preocupa em encontrar um desses invertebrados e sofrer um acidente fatal, não tenha medo: ela não tem veneno suficiente para matar. Como se alimenta de peixes pequenos, suas toxinas são poderosas o suficiente para matá-los quase instantaneamente, mas não o suficiente para levar um humano adulto à morte.

A picada é dolorosa e parece uma queimadura. Pode ser tratada por meio dos métodos convencionais: aplicar de soro fisiológico ou água salina, e procurar o pronto-socorro mais próximo. A área não deve ser arranhada ou esfregada, caso contrário, as toxinas penetram ainda mais na pele.

As águas-vivas expelem seu veneno graças aos cnidócitos, que são células especializadas. Esses corpos celulares possuem um “arpão” que se impulsiona com o contato direto, injetando toxinas na pele da presa.

Conclusões: estado de conservação e convivência com humanos

Por se tratar de uma espécie rara de água-viva que habita pequenos espaços geográficos, existem diversos projetos de conservação da água-viva Olindias formosa. No entanto, não se considera que ela esteja em risco de extinção.

Os maiores problemas encontrados pelas populações de humanos que vivem nas costas onde essa água-viva habita são as picadas em banhistas e mergulhadores. Também foi relatado que elas obstruem redes de pesca ou entradas de água em barragens hidrelétricas.

Porém, as águas-vivas cumprem seu verdadeiro papel na natureza de forma eficaz, controlando as populações de peixes. Além disso, sua biofluorescência está sendo estudada, a fim de ampliar o conhecimento sobre mimetismo.

 

A bioluminescência da água viva Olindias formosa

Em suma, a água-viva Olindias formosa é mais um elo na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas que habita. Embora seja verdade que pode ameaçar certas atividades econômicas, como o turismo ou a pesca, está em nossas mãos o poder de estabelecer uma coexistência positiva com as outras espécies que povoam o planeta.


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