As 5 águas-vivas mais venenosas

Entre a imensidão dos oceanos, podemos encontrar as águas-vivas mais venenosas do mundo. Algumas delas podem matar vários humanos com uma única picada.
As 5 águas-vivas mais venenosas

Última atualização: 16 abril, 2021

O oceano é um dos cantos mais inexplorados do planeta Terra e nele habitam as águas-vivas mais venenosas. Nesse enorme ecossistema submerso, não são encontradas apenas as águas-vivas, pois também podem ser observadas muitas outras espécies de animais e plantas.

O nome água-viva já causa respeito por si só, uma vez que esses invertebrados estão associados à dor, devido à sua picada. No entanto, nem todas as espécies desse grupo são venenosas. Para que todos possam fazer essa distinção corretamente, vamos apresentar a seguir as águas-vivas mais venenosas e mostrar como reconhecê-las.

Por que as águas-vivas são venenosas?

Embora as águas-vivas sejam animais com uma aparência inofensiva, nada poderia estar mais longe da verdade. A evolução permitiu que elas desenvolvessem técnicas defensivas, como a produção de um veneno altamente tóxico.

Evolutivamente, a principal função da toxicidade das medusas está relacionada a um papel defensivo. Vários estudos determinaram que a composição do veneno contém substâncias perigosas para os seres humanos.

Se os humanos forem expostos a altas doses dessas substâncias, podem sofrer grandes prejuízos. Mesmo as reações de baixa dosagem são letais para suas presas e prejudiciais para a nossa espécie.

As 5 águas-vivas mais venenosas

A seguir, vamos apresentar um total de 5 águas-vivas, classificadas como venenosas. Conhecer um pouco mais sobre elas nos permitirá identificá-las para poder saber se corremos risco quando encontramos alguma água-viva na orla. Vamos lá!

1. Água-viva urtiga do mar

Entre as espécies de medusas existentes, destaca-se a água-viva Chrysaora fuscescens. Os exemplares dessa espécie são facilmente localizáveis devido ao seu tamanho – 1,80 metros – e sua tonalidade marrom-dourada.

Uma de suas características mais marcantes é a capacidade de localizar luz. Graças a isso, elas podem detectar presas ou possíveis ameaças. Além disso, elas são capazes de liberar uma tinta avermelhada.

Devido aos seus tons potentes e à sua fácil manutenção para o homem, essa espécie está exposta em aquários públicos. Felizmente, sua mordida é apenas irritante para os humanos, embora já tenham sido registrados casos de maior perigo.

Uma espécie de água-viva muito perigosa.

2. Vespa-do-mar

Apesar de seu pequeno tamanho, estima-se que apenas 1,4 mililitro do veneno da vespa-do-mar (Chironex fleckeri) possa causar a morte de um ser humano em minutos. Por isso, ocupa o primeiro lugar no pódio da periculosidade, sendo classificada como a espécie tóxica mais venenosa da Terra.

Tem cerca de 6 milímetros de diâmetro, mas seus tentáculos podem chegar a 3 metros de comprimento. É no tamanho de seus tentáculos reside o perigo desse invertebrado, já que o ser humano pode ser tocado por eles e tomar a mordida. No entanto, esse animal prefere as águas distantes das margens das praias australianas.

Um fato curioso sobre sua picada é que, de acordo com um estudo publicado no portal Science Direct, quanto mais antigo o espécime, mais poderoso será seu veneno. Além disso, outros pesquisadores estão estudando a utilidade farmacológica dos venenos das águas-vivas na esperança de desenvolver medicamentos.

Uma vespa do mar, uma das águas-vivas mais venenosas da Terra.

3. A água-viva Irukandji

Seu nome comum vem dos habitantes localizados no norte da Austrália, chamados Irukandji. Junto com a vespa-do-mar, ela pertence às cubomedusas e, assim como ela, a água-viva irunkandji (Carukia barnesi) está nos primeiros lugares de toxicidade.

Aparentemente, seu veneno é 100 vezes mais poderoso do que o produzido por uma cobra. Apesar de ser uma das menores espécies de água-viva, observou-se que quanto menor seu tamanho, mais potente é a toxicidade da sua picada.

Entre os sintomas mais comuns de sua picada estão: cãibras musculares, sensação de queimação, vômito, dor de cabeça ou taquicardia. O conjunto de sinais provocados foi denominado “Síndrome de Irukandji”. Felizmente, a picada não é fatal se a vítima receber o tratamento adequado a tempo.

Esta espécie é um perigo considerável na costa da Austrália.
Essa espécie é um perigo considerável na costa da Austrália.

4. Água-viva-cabeluda

A espécie Cyanea capillata, conhecida como água-viva-cabeluda, foi identificada como a maior água-viva. Seu sino pode atingir 2,5 metros e seus tentáculos por volta de 30 metros, pesando um quarto de tonelada.

Típica de águas frias, está presente no Oceano Atlântico Norte e nas águas australianas. Assim como outras águas-vivas, mesmo quando mortas seus nematocistos permanecem ativos. Isso significa que podem causar picadas muito depois de sua morte.

Uma água-viva de juba de leão.

5. Caravela portuguesa

Embora a caravela portuguesa (Physalia physalis) não seja uma verdadeira água-viva, ela precisava de um lugar nesta lista. Todos os anos, esse invertebrado aparece no noticiário, pois muitos exemplares ficam encalhados nas praias.

Infelizmente, após ficarem encalhados, esses animais acabam morrendo na orla. No entanto, sua morte não significa ausência de risco. Aparentemente, seus tentáculos permanecem ativos, mesmo se estiverem separados do corpo ou o espécime estiver morto.

Como já foi dissemos, essa falsa água-viva é na verdade uma colônia de hidrozoários, também chamada de organismo colonial. É facilmente reconhecível graças à sua cor rosa com tons azulados. Sua presença aqui foi necessária, pois sua picada pode ser fatal para o homem.

Uma caravela portuguesa encalhada.

Em suma, os oceanos que constituem as grandes massas de água da Terra são habitados por muitas espécies diferentes. Dentre todos elas, falamos aqui sobre as águas-vivas e, especificamente, as espécies mais venenosas.

Conhecendo os fatos mais relevantes sobre essas águas-vivas, é possível tomar medidas se você as encontrar. A premissa principal é afastar-se o máximo possível de seus tentáculos, onde se localizam as células urticantes carregadas de veneno.


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