Águas-vivas: reprodução e alimentação
Elas são conhecidas por diferentes nomes – medusas, mães d’água, águas-vivas ou alforrecas– e chamam nossa atenção por sua forma de sino e textura gelatinosa. Neste artigo, vamos contar tudo o que você precisa saber sobre a reprodução e alimentação das águas-vivas.
Como é a reprodução das águas-vivas
As águas-vivas são animais marinhos de corpo gelatinoso que se reproduzem sexualmente ou assexuadamente, dependendo da classe à qual pertencem (cubozoa no primeiro caso, e hydrozoa e scyphozoa no segundo).
Cada espécime de água-viva pode ser macho ou fêmea, mas elas podem criar óvulos ou espermatozoides, conforme necessário. Portanto, não é essencial que haja um indivíduo de cada sexo para haver filhotes.
O acasalamento das águas-vivas ocorre em qualquer época do ano, embora seja mais comum a colocação de ovos e sua fertilização subsequente no verão ou quando as temperaturas estão mais altas. Além disso, ter comida disponível é uma das condições que favorecem a reprodução.
Uma vez que um óvulo e espermatozoides se unem, as larvas são formadas e aderem a diferentes objetos ou plantas, incluindo os tentáculos de seus pais. As larvas de águas-vivas são ovais e se movem facilmente graças às correntes marítimas.
Quando estão bem presas à sua “nova casa”, passam para a próxima fase: pólipos. Nesse momento, suas bocas e tentáculos se desenvolvem, ou seja, as partes sólidas. Essa fase dura cerca de um ano. Depois desse tempo, as águas-vivas são adultas e saem de casa.
Elas podem se mover livremente e continuar a se transformar. Primeiro em pequenos polipoides, com a capacidade de flutuar ou mover-se com as correntes de água.
Por fim, entram na fase de maturidade, na qual têm a capacidade de se reproduzir. Se fizerem isso sexualmente, o descrito acima acontece. Mas no caso de ser assexualmente o processo é o seguinte: hidromedusas são formadas a partir de gemas que vão se dividindo ou de ‘discos’, que liberam larvas graças ao processo de estrobilização.
Como as águas-vivas se alimentam
As águas-vivas têm uma boca em que a comida entra, mas seus corpos não têm um estômago e intestinos desenvolvidos. Por serem carnívoras, elas se alimentam de outros animais e dependem das correntes marítimas para encontrar comida, que pegam com seus tentáculos e depois levam à boca. Uma vez que os membros têm acabamentos ‘pegajosos’ é fácil conseguir comida.
Quando a presa é pega com os tentáculos, é levada para toda a boca. As águas-vivas não têm dentes – elas não mastigam alimentos –, mas o estômago tem um revestimento especial que transforma a comida nos nutrientes de que precisam.
Águas-vivas maiores, que têm a capacidade de nadar verticalmente e não dependem de correntes, consomem peixes pequenos, crustáceos, plâncton e até mesmo águas-vivas menores. Elas são verdadeiras oportunistas que comem qualquer coisa que tiverem à disposição.
Nesse caso, seus tentáculos apresentam toxinas muito poderosas com a capacidade de imobilizar presas e comê-las antes que possam escapar.
O principal objetivo de uma água-viva é obter comida e, como não tem olhos, seus sensores só respondem a estímulos como se fossem alimentos. É por essa razão que o simples toque em uma água-viva ou medusa nos deixa uma marca que pode arder e inflamar bastante.
As águas-vivas foram adaptadas a diferentes ambientes oceânicos e, quando não há muito alimento disponível, elas são é capazes de preservar energia movendo-se através das correntes eólicas e marítimas.
Sem dúvida, as águas-vivas são seres incríveis que não devemos temer, mas sim tomar distância. Elas não picam para atacar, mas porque não sabem distinguir uma presa de qualquer outra coisa!
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Cartwright, P., & Nawrocki, A. M. (2010). Character evolution in hydrozoa (phylum cnidaria). In Integrative and Comparative Biology. https://doi.org/10.1093/icb/icq089
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