Os animais da Arca de Noé

A Arca de Noé, assim como o Dilúvio Universal, são duas das histórias bíblicas mais conhecidas do mundo. Porém, o primeiro se destaca pela incrível capacidade da arca de conter uma espécie de cada animal existente no planeta.

Escrito e verificado por a bióloga Elsa M. de Arribas.

Última atualização: 15 janeiro, 2023

Na Bíblia, especificamente no Gênesis, fala-se da decisão de Deus de punir os homens por seu mau comportamento. Suas ações foram marcadas violência e corrompidas pelo pecado. Assim começa a história da Arca de Noé, sua construção e as diferentes espécies de animais que ela continha.

Segundo registros escritos, Noé recebeu a tarefa de proteger pelo menos um casal de cada animal que existia na terra. Esperava-se assim salvaguardar o futuro e o repovoamento do planeta após o dilúvio. Continue lendo este espaço e descubra quais foram os animais que subiram na Arca de Noé.

Por que a Arca de Noé foi construída?

Deus ordenou a Noé, considerado um homem justo, que construísse uma grande arca, onde deveria haver espaço para um casal de todos os animais do mundo. A arca foi construída com madeira de gofer e foi ajustada de modo que tanto os animais quanto os humanos ficassem confortáveis.

Quando Noé terminou de construir a arca, Deus revelou seu plano a ele. Ele iria liberar um dilúvio que varreria a terra e removeria o mal dela. Isso significava que a arca seria a salvação deles, pois permitiria a sobrevivência na água e permaneceria flutuando enquanto ocorresse a referida calamidade.

Quais animais entraram na Arca de Noé?

A ordem dada era incluir um casal de cada espécie de animal para depois poder repovoar a Terra. Deus se referiu todos os animais, desde vertebrados como répteis, anfíbios, mamíferos ou aves até invertebrados.

No entanto, Deus dividiu o número de indivíduos de cada espécie conforme fossem “animais puros” ou “animais ímpios”. Do primeiro, sete pares, masculino e feminino, seriam incluídos, enquanto do segundo, apenas um par seria incluído.

Animais considerados “puros”

Como mencionado anteriormente, Deus não classificou todos os animais igualmente. Ele os subdivide em dois grupos, conforme os considerasse puros ou impuros.

Nesta seção, estão incluídos todos os animais que os crentes podem comer. Isso inclui alguns ruminantes com cascos fendidos, enquanto dos animais aquáticos só poderiam se alimentar aqueles com barbatanas e escamas.

No que diz respeito às aves, permitia a alimentação de um pequeno grupo, como as galinhas. Era permitido que insetos com asas e quatro patas fossem comidos desde que se movessem saltando, ou seja, gafanhotos ou grilos.

Desta forma, Deus falou: “Entre todas as pessoas […], eu vi que você é o único homem bom. Portanto, entre na casa flutuante com toda a sua família. De todos os animais e aves que aceito como oferenda, leva contigo sete casais, isto é, sete machos e sete fêmeas, para que continuem a viver na Terra.”

Animais “ímpios” ou “impuros”

Com relação aos demais animais, Deus disse: “Dos animais que não aceito como oferenda, leve apenas um casal. Dentro de uma semana vou fazer chover 40 dias e 40 noites. Assim destruirei neste mundo tudo o que criei. ”

A questão que surge é quais animais Deus considerava impuros, já que não mais do que alguns deles podiam entrar na arca. A lista está reunida em Levítico 11: 3-6, que explica em detalhes quais eram as características desses animais.

Era proibido se aproximar de ruminantes sem casco fendido, como lebre, camelo ou coelho. Também não era permitido alimentar-se do porco porque, apesar de ter cascos, não era ruminante.

Não era permitido alimentar-se de aves noturnas, necrófagas ou de grande porte, como avestruz, cegonha ou abutre. Por outro lado, andorinhas, morcegos ou corujas também não deveriam ser incluídos na dieta.

Os insetos com quatro patas, mas que têm asas, também são impuros, assim como todos os animais que rastejam ou têm muitas patas, como lagartos, salamandras, doninhas ou centopeias.

Quando surgiu o primeiro relato da Arca de Noé?

Foi no ano de 1844, nas ruínas do palácio assírio em Nínive, que Austen Henry Layard encontrou as primeiras tabuletas de escrita cuneiforme. Essas tabuletas são o primeiro registro escrito encontrado e revelavam diversas histórias, algumas das quais também apareceram na Bíblia.

Entre essas histórias estavam o Dilúvio Universal e a Arca de Noé, as mesmas histórias que estão no livro de Gênesis. Mas foi só em 1872 que se percebeu que essas histórias eram narradas nessas tabuletas.

Isso demonstrou, de certa forma, que as histórias da Bíblia têm um fundo histórico. Mais tabuletas foram recuperadas e fragmentos completados, encaixando-se como um quebra-cabeça. Assim, foi reconstruída a história mais antiga do mundo, que tem mais de 2000 anos de história. Esse relato recebe o nome de Gilgamesh.

Como se vê, a história da arca de Noé e dos animais que ela “salvou” tem um fundo mais enigmático do que parece. É claro que a classificação das espécies como “puras” e “impuras” carece de respaldo científico, mas como anedota é bastante peculiar.