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Os animais conseguem perceber a passagem do tempo?

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Existem estudos que sugerem que o tempo não voa se você for uma mosca. De fato, as moscas, que se destacam por sua capacidade de se esgueirar, percebem a passagem do tempo mais lentamente do que nós.
Os animais conseguem perceber a passagem do tempo?
Luz Eduviges Thomas-Romero

Escrito e verificado por a bioquímica Luz Eduviges Thomas-Romero

Última atualização: 22 dezembro, 2022

O cientistas acreditam que a percepção da passagem do tempo é apenas outro aspecto da evolução e da sobrevivência. Existem estudos que sugerem que, para uma mosca, o mundo parece se mover cerca de 7 vezes mais devagar do que para os seres humanos.

Os animais de corpo pequeno com taxas metabólicas rápidas, como o beija-flores, percebem mais informações em uma unidade de tempo. Isso significa que eles experimentam a ação mais lentamente do que os animais de corpo grande e com um metabolismo mais lento, incluindo os humanos.

Como é medida a percepção da passagem do tempo?

Observe que todas as telas de televisão, computador e cinema piscam. Para o olho humano, a luz trêmula fornece a ilusão de imagens constantes, devido às altas frequências nas quais essas telas operam.

É assim que a percepção relativa do tempo – única para cada espécie – foi medida. Isso é chamado de “frequência de fusão de piscada crítica”. Essa frequência de fusão é o ponto em que os flashes de luz parecem se fundir aos olhos do espectador. Dessa maneira, uma fonte de luz objetivamente intermitente dá a ilusão de ser constante.

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A percepção do tempo em humanos

Quando batemos a uma porta, os seres humanos percebem um conjunto de eventos simultâneos, combinando som, visão e sensação tátil. Na verdade, a informação – em suas diferentes modalidades que vem da mesma fonte – flui dentro do cérebro por diferentes caminhos.

De fato, as informações chegam aos centros de processamento em momentos diferentes. Portanto, é razoável supor que o cérebro deva acoplar o controle sensório-motor e o processamento de informações para que possamos perceber o “agora”.

Com base nesses fatos, na opinião dos especialistas, a interpretação de diferentes modalidades sensoriais que parecem ocorrer simultaneamente requer o processamento das informações próprias do cérebro humano. Esse processo é o que nos dá a representação do tempo humano.

No caso de outros animais, a percepção da passagem do tempo será influenciada pelo gerenciamento do sistema sensorial das informações de posição e velocidade.

O tamanho importa em relação à passagem do tempo

As moscas podem detectar o piscar de uma luz até quatro vezes mais rápido que os humanos. Isso explica como as moscas conseguem evitar serem esmagadas.

As moscas percebem o nosso “tempo” como se estivesse acontecendo em câmera lenta, ganhando tempo suficiente para escapar. Claro, o tempo passa na mesma velocidade.

Os olhos da mosca enviam atualizações para o cérebro com muito mais frequência do que os olhos de um ser humano, e os seus processos mentais são muito mais rápidos que os nossos.

A pesquisa também sugere que quanto menor o animal e quanto mais rápida a sua taxa metabólica, mais lento ele perceberá a passagem do tempo.

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Os animais estudados abrangeram mais de 30 espécies, incluindo roedores, enguias, lagartos, galinhas, pombos, cães, gatos e tartarugas-de-couro.

As pesquisas sugerem que em uma ampla gama de espécies, a percepção do tempo está diretamente relacionada ao tamanho.

Esses estudos destacam a importância da percepção do tempo em animais. Na natureza, a capacidade de perceber o tempo em escalas muito pequenas pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

As vantagens de um canal de comunicação secreto

A ecologia para um organismo tem tudo a ver com encontrar um nicho em que possa ser bem-sucedido e que ninguém mais possa preencher.

É fato que o registro auditivo de muitos animais permite ouvir sons em espectros nos quais o ouvido humano não opera. Da mesma forma, é possível que alguns animais possam explorar as diferenças entre espécies na percepção do tempo para o seu benefício.

Por exemplo, muitas espécies – como os vaga-lumes e animais que habitam águas profundas – usam luzes piscantes como sinais. É possível que espécies predadoras maiores e mais lentas sejam incapazes de decodificar esses sinais.

Caso o sistema visual do predador não seja rápido o suficiente, essa comunicação visual pode fornecer aos sinalizadores um canal secreto de comunicação.

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Nota final

Ainda temos muito a aprender sobre a percepção da passagem do tempo nos animais. Esse tipo de estudos sugere que a percepção da passagem do tempo constitui uma dimensão pouco explorada, na qual os animais podem se especializar.

São necessárias mais pesquisas para entender como os animais usam as suas habilidades de câmera lenta, pois é possível que existam aspectos da vida animal que podem ser invisíveis aos nossos olhos.


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