Ataques de lobos aos humanos: a verdade dos fatos
Nas histórias infantis, o malvado é quase sempre o lobo. Desde a infância, crescemos com histórias em que este é um animal perigoso que pode nos matar. Entretanto, é raríssimo surgirem notícias de ataques de lobos aos seres humanos. Agora, vamos analisar a realidade por trás os supostos ataques de lobos aos humanos:
Lendas e cultura popular
Chapeuzinho Vermelho, os três porquinhos e muitos outros contos populares retratam o lobo como um animal perigoso. É mostrado como um ser perspicaz, persistente e impiedoso. Ou seja, não para até conseguir matar ou derrotar os protagonistas.
Mas isso não só acontece em nossa cultura. Histórias asiáticas, tanto na China quanto na Índia, por exemplo, repetem esse clichê. Até os velhos ditos advertem sobre a maldade do lobo. Em toda parte, histórias sobre a crueldade desses animais são contadas.
Estatísticas e casos reais de ataques de lobos aos humanos
No entanto, quando vemos as estatísticas, parece que o lobo não é tão perigoso para os seres humanos quanto se pode pensar. Apenas algumas poucas mortes causadas por ataque de lobos foram registradas oficialmente em todo o mundo. Na Espanha, o primeiro caso é datado de 1881 e o seguinte apenas em 1954. Ou seja, quase 70 anos entre cada ataque.
Ao redor do mundo, em termos de ataques de lobos aos humanos, o último caso conhecido ocorreu em 2005, mais de 10 anos atrás. Uma professora no Canadá se perdeu durante a noite em uma área arborizada. Quando recuperaram seu corpo, ficou óbvio que ela havia sofrido um ataque desses canídeos.
Especialistas dizem que os lobos têm medo do ser humano. Ou seja, quando percebem que estão se aproximando, conseguem fugir. Além disso, eles se camuflam para não serem descobertos. Às vezes, abandonam as presas para que não os vejam comendo.
É muito significativo que nas estatísticas de ataques de lobos a humanos haja muito mais feridos por lobos do que mortos. Afinal, isso significa que se um lobo ataca não é para matar. Na verdade, o animal quer apenar assustar o “inimigo”. Isso reforça a ideia de que esses animais nos temem.
Lobos e cães
Como já assinalamos, a grande diferença entre os animais que evoluíram em cães e os que permaneceram lobos, é o medo. Animais que toleravam seres humanos ficavam perto das populações. Dessa forma, eram alimentados e abrigados pelas pessoas. Aqueles que estavam com medo não atacaram ou provocaram os dóceis. Na verdade, eles simplesmente se afastaram.
Especula-se que muitos dos supostos ataques de lobos aos humanos, embora não tenham terminado em mortes, não foram feitos por lobos. Outros animais, como cães de grande porte, podem ser confundidos com seus parentes. Outras vezes os humanos assustavam os animais e eles apenas se defendiam.
Sendo assim, podemos tirar a conclusão de que o lobo não é realmente perigoso para o homem. Na verdade, são animais que preferem se esconder e fugir dos humanos. Afinal, são raros os casos de enfrentamento, apesar do que as histórias populares reportam.
A luta pelo lobo
No entanto, sempre houve e ainda há muita controvérsia em torno deste animal. Os caçadores justificam seus atos pela agressividade desse animal. Por outro lado, as organizações ambientalistas e protetoras testemunham a docilidade desses animais.
Os grandes prejudicados pela presença do lobo são, na realidade, os pecuaristas. Os rebanhos de todos os tamanhos, de cordeiros até as vacas, são uma das suas presas habituais. Os predadores não apenas fazem os animais desaparecerem, mas em suas caçadas causam danos aos estábulos. Além disso, ferem parte do rebanho e dispersam os animais.
Os governos tentam cobrir as despesas derivadas dessa destruição. Entretanto, os pecuaristas reclamam que o dinheiro não é suficiente ou chega tarde demais.
Essas são as três partes mais interessadas em casos de ataques de lobos aos seres humanos. Dependendo de quem seja ouvido, esses animais serão terríveis ou algo sem importância. A questão do lobo sempre foi cercada de debates. Além disso, as estatísticas estão abertas a interpretações.
Conservação e recuperação do lobo
A conservação do lobo também é uma questão controversa. Há grandes contrastes em muitas partes do mundo. Em vários países, ele é altamente protegido em um território. Entretanto, ao passar pela fronteira, podem existir licenças para caçá-los.
Por exemplo, dentro do parque Yellowstone, nos Estados Unidos, o lobo é um animal protegido. No entanto, fora dos limites do parque, é permitido caçá-lo. O mesmo acontece na Espanha. Em algumas comunidades autônomas é protegido. Por outro lado, nas zonas de fronteira, caças são permitidas.
Apesar disso, os especialistas dizem que as populações de lobos estão aumentando. Nem todos os anos há novas ninhadas, mas elas estão expandindo seu território na Península Ibérica.
Por exemplo, a caça indiscriminada eliminou todos os lobos ibéricos que viviam nas montanhas da Comunidade de Madri. Em 2013, verificou-se que eles haviam retornado e foi demonstrado que eles tinham se restabelecido. Da mesma forma, esses canídeos continuam avançando para o sul da Península. Embora seja lento, esse processo segue estável.
O lobo tem sido um animal que era tradicionalmente temido e perseguido. No entanto, as estatísticas e os especialistas concordam que eles têm medo de humanos. Por conta disso, esses animais evitam o contato. Portanto, o confronto é evitado sempre que possível.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.