Aves de rapina diurnas, as rainhas das montanhas
As aves voadoras têm o domínio sobre o ar, sem dúvida, mas as habilidades notáveis que distinguem as aves de rapina diurnas lhes concedem uma posição privilegiada na cadeia alimentar. Em outras palavras: elas são as rainhas das montanhas.
Elas são animais pouco sociais e que nidificam solitárias nas rochas, penhascos e nas copas das árvores. Equipadas com asas robustas, podem voar alto e alcançar voos velozes. Além disso, sua visão é muito aguçada, o que permite que vejam as presas a uma grande distância. Dessa forma, combinando as duas habilidades, tornam-se grandes caçadoras.
As águias, grandes aves de rapina diurnas que todos nós conhecemos
De forma coloquial, as águias são conhecidas como as aves de rapina por excelência. Elas pertencem à família Accipitridae e estão dispersas pelo mundo todo, na forma de diversas espécies.
A águia-careca, um símbolo americano
A Haliaeetus leucocephalus pertence ao grupo das águias marinhas (não devem ser confundidas com as águias pescadoras). Tem o hábito de pairar sobre a água em busca de peixes para capturá-los em um mergulho. Se a pesca não for abundante, alimenta-se de coelhos, esquilos ou roedores. Às vezes, captura até mesmo raposas e cervos.
Embora o ato de capturar crianças já tenha sido atribuído a ela ao longo da história, não é verdade que essa ave goste de fazer isso.
Uma ave de rapina da realeza? Algumas curiosidades sobre a águia-real
A Aquila chrysaetos é uma das aves de rapina mais amplamente distribuídas no mundo. Ela nidifica em penhascos rochosos em todo o hemisfério norte e abrange grande parte da América do Norte, da Eurásia e do Norte da África.
É dotada de uma forte musculatura e, por isso, seus ataques são extraordinários. Anteriormente, os tártaros a criavam em cativeiro e a treinavam para a caça.
O gavião-real
O Harpia harpyja vive do sul do México até a Argentina, pois cobre toda a região latino-americana. É a maior águia do hemisfério sul ocidental. Possui garras poderosas com as quais ataca pequenas presas e não permite que nenhum predador se aproxime de seu ninho.
A águia-de-asa-redonda
Essas aves são famosas por passar muito tempo no ar, pairando em círculos enquanto vasculham o terreno em busca de comida. Se descobrir um réptil ou roedor, o planador se transforma em um caçador com velocidade supersônica, mergulhando com as asas próximas ao corpo. A águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) vive na Europa, enquanto o búteo-de-cauda-vermelha (Buteo jamaicensis) vive na América.
As aves de rapina diurnas conhecidas por serem “assustadas”
Os milhafres se caracterizam pelas suas asas estreitas, patas finas e voo leve. Talvez o mais conhecido seja o milhafre-real (Milvus milvus), que pode chegar a 170 centímetros de envergadura. Ele está muito presente na Europa, onde plana em áreas abertas e desabitadas, e nidifica em árvores altas, colocando três ou quatro ovos de grandes dimensões.
O gavião-caramujeiro (Rostrhamus sociabilis) se distribui da Flórida até a Argentina, habitando áreas pantanosas. Nesses locais, espreita os caracóis, extraindo-os habilmente de sua concha, assim que pousa em seu galho favorito.
Por isso, encontrar uma pilha de conchas vazias sob uma árvore pode nos dar uma pista de quem a frequenta.
Outras aves de rapina diurnas, dessa vez de tamanho médio, mas também muito conhecidas
A seguir, vamos apresentar outras famílias de aves de rapina. Elas são menores que as anteriores, mas não menos conhecidas.
Família Accipitridae
A essa família pertence, por exemplo, o gavião-da-europa (Accipiter nisus), presente em muitas áreas da Eurásia e do Norte da África. Apesar de ser um predador de aves da floresta, esse gavião pode ser encontrado em qualquer habitat.
Nas cidades, esse predador geralmente caça pássaros de jardim. É uma das aves de rapina com maior dimorfismo sexual em relação ao tamanho. A fêmea pode ser até 25% maior que o macho.
Também é possível encontrar o açor (Accipiter gentilis), maior e mais vigoroso do que o gavião. É caracterizado pelo comprimento quase anormal de suas asas arredondadas. Suas garras são incríveis, poderosas e muito letais. Captura animais que correm, nadam ou voam com a mesma segurança.
Família Falconidae
Essa família inclui cerca de 60 espécies, com destaque para os falcões. Ao contrário dos Accipitriformes , além de suas garras, também usam os bicos para matar suas presas. Para isso, possuem uma saliência na córnea superior conhecida como “dente de falcão”.
Os falcões
O falcão-peregrino (Falco peregrinus) é uma das aves de rapina mais rápidas. Ataca suas presas, geralmente aves pequenas, a velocidades de até 280 quilômetros por hora. Por causa dessa velocidade extraordinária, é uma das espécies comumente usadas na falcoaria.
Essa poderosa ave de rapina compartilha com um parente, o falcão-gerifalte, o privilégio de ser considerada na falcoaria uma “ave nobre” que voa alto, ao contrário do gavião, uma “ave ignóbil” que voa baixo.
O falcão-gerifalte (Falco rusticolus), nativo das regiões árticas, é considerado o mais forte e mais belo dos falcões. Suas garras são tão poderosas que literalmente atravessam suas vítimas em pleno voo.
Os peneireiros
O peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus) é uma ave de rapina menor, com garras afiadas e fortes. Alimenta-se de roedores e insetos e, por isso, é tão importante como controle de pragas em áreas agrícolas. Um de seus aspectos mais curiosos é a capacidade de permanecer imóvel no ar, como se estivesse pendurado por um fio.
Assim, como podemos ver, estamos diante de uma série de aves graciosas, velozes e letais para pequenos vertebrados. É fundamental preservá-las e manter os seus números estáveis, pois elas são excelentes controladoras de pragas e de pequenos mamíferos nos ecossistemas.
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