Caimão-comum: habitat, características e alimentação

Escrito e verificado por a psicóloga Sara González Juárez

Última atualização: 23 novembro, 2023

O caimão-comum, facilmente confundido com a galinha-d’água se for visto apenas em fotografias, é uma ave aquática que vale a pena conhecer e diferenciar dos restantes membros do seu grupo taxonômico. Suas patas longas, unidas ao seu escudo frontal e sua plumagem azul serão as características que você precisa para reconhecê-lo.

Se você se interessa por essas belas espécies, aqui encontrará um arquivo completo sobre a biologia dessa ave. Não perca nada, pois conhecer nosso ambiente e os seres vivos que o habitam é mais um passo para valorizar e preservar o mundo em que vivemos.

Taxonomia e características

O caimão-comum (Porphyrio porphyrio) é uma espécie pertencente à ordem dos Gruiformes, na qual também se classificam os grous e os frangos-d’água. Sua família, Rallidae, inclui numerosas espécies, entre elas a galinha-d’água, com a qual é frequentemente confundido.

O caimão-comum, no entanto, é quase duas vezes maior que a galinha-d’água. Mede entre 45 e 50 centímetros de altura, com envergadura de 90 a 100 centímetros. Sua plumagem também é escura, mas reflete tons azulados ou roxos. Na região infracaudal, a cauda apresenta uma característica área branca como a neve. Em contraste com tudo isso, temos seu bico, seu escudo frontal e suas patas vermelho brilhantes.

Habitat

Seu alcance se estende desde o sul da Europa e África até a parte mais oriental da Ásia (Australásia). As populações estão amplamente dispersas, mas os locais de nidificação foram identificados no extremo sul da Península Ibérica, sul da França, Sardenha, sul da Turquia, Marrocos, Argélia, Tunísia, Mar Cáspio e Egito.

O caimão-comum habita zonas húmidas de água doce e salobra com vegetação abundante, preferencialmente aquelas que não secam sazonalmente, como marismas e pântanos. Embora se desloque bem na água, costuma preferir áreas rasas, onde pode decolar e pousar em caso de perigo (e onde haja vegetação para se esconder).

A alimentação do caimão-comum

É uma ave omnívora cuja alimentação principal consiste na vegetação envolvente: brotos verdes, plantas aquáticas (juncos, arroz, tiririca, trevo, etc.) e sementes. Como complemente, destacamos alguma proteína animal na forma de insetos, como os caracóis. Em ocasiões muito raras, essas aves foram encontradas atacando peixes, pequenos pássaros ou mesmo aves aquáticas, como patos.

Para ajudar suas moelas a quebrar a comida, o caimão-comum ingere areia e outros tipos de sedimentos.

Comportamento

O caimão-comum é uma ave de hábitos diurnos e gregários e possui um caráter bastante territorial, já que todos os exemplares de um bando defendem o território que escolheram, principalmente na época reprodutiva. Para isso, recorrem a alertas na forma de vocalizações, como gritos e chamados e comportamentos agonísticos.

O comportamento curioso é a maneira como eles avisam seus predadores de que foram descobertos, usando pequenos movimentos que de repente tornam visível o branco de suas caudas. Dessa forma, eles evitam o confronto sempre que possível.

Por outro lado, existe uma clara hierarquia dentro dos grupos. Os critérios de classificação são tamanho e idade, bem como sexo. Geralmente, existe um casal dominante que estabelece a ordem reprodutiva, além de serem os mais antigos e maiores exemplares.

Reprodução caimão-comum

O período de reprodução varia dependendo da área de distribuição, pois é muito ampla, embora sempre coincida com a estação chuvosa. Exceto nas áreas em que as populações são especialmente grandes, são aves monogâmicas e territoriais.

Por outro lado, há também a reprodução comunitária, na qual as fêmeas reprodutoras compartilham um ninho e são fecundadas por vários machos. Nesses casos, todo o grupo participa da criação dos filhotes e incubação dos ovos: mães, pais e demais indivíduos do grupo, inclusive os jovens.

Os machos exibem um cortejo elaborado no qual seguram um junco em seus bicos, gritam e se curvam.

Cada fêmea põe de 3 a 6 ovos, mais um se for dominante. A eclosão ocorre entre 23 e 29 dias. Em geral, é a fêmea que incuba por mais tempo, já que os machos se dedicam à defesa, mas é muito comum que troquem de lugar e que os jovens aprendam a viver com os mais velhos.

Estado de conservação

No momento, o Porphyrio porphyrio está no status pouco preocupante. Atualmente, não se sabe quantos indivíduos reprodutores existem, pois as populações são grandes e distribuídas por grandes extensões de terra, mas não são consideradas em perigo iminente de desaparecimento.

No entanto, é uma espécie que sofre com a perda de habitat devido à drenagem das zonas úmidas e à introdução de espécies exóticas como a nútria (Myocastor coypus). A contaminação da água com pesticidas e toxinas, bem como a gripe aviária e o botulismo aviário são outras ameaças que enfrentam.

Para que continuemos a satisfazer nossa curiosidade e nos maravilhar com todos os habitantes desse planeta, precisamos garantir sua existência.