O coel-asiático: características, habitat e reprodução
Escrito e verificado por a psicóloga Sara González Juárez
O coel-asiático é uma ave muito comum no sul da Ásia e na Austrália, conhecida pelo canto distinto que lhe dá o nome (uma mistura entre kik-kik-kik e ko-ooo, dependendo do sexo e da população). Embora seja um pouco difícil avistá-lo, é imediatamente reconhecível assim que canta.
Além disso, seu estilo de reprodução é um dos mais famosos nas terras onde vive, pois parasita os ninhos de outras aves. Por isso, neste espaço você encontrará um registro completo de sua biologia, já que esta ave de olhos vermelhos merece muita atenção. Se essa descrição despertou sua curiosidade, não deixe de ler as linhas a seguir porque você vai se surpreender.
Taxonomia e características
O coel-asiático, cujo nome científico é Eudynamys scolopaceus, é uma ave da ordem Cuculiformes, à qual também pertencem aves como o cuco (Cuculus canorus). As aves desta ordem caracterizam-se pelo bico curvo e alongado, assim como pelo canto e pelo hábito de parasitar os ninhos.
O coel-asiático pertence à família Cuculidae e ao gênero Eudynamys.
A aparência desta ave marca muito bem o dimorfismo sexual. Os machos são completamente pretos, exceto por algumas marcas brancas na borda das asas, com bico bege e olhos vermelhos profundos. A fêmea, ao contrário, apresenta plumagem marrom-escura salpicada de branco, com cauda listrada.
São aves de porte médio, podendo atingir 40 centímetros de comprimento e mais de 300 gramas de peso. Os espécimes jovens têm uma plumagem mais parecida com a do macho, mas que mudará para sua cor final com a primeira muda adulta.
Habitat do coel-asiático
Durante as partes mais frias do ano, o coel-asiático reside no sul da Ásia, em países como Irã, Paquistão, Índia, Bangladesh e Sri Lanka, bem como no sul da China. Na primavera, muitos desses pássaros migram para a Austrália para se reproduzir. É neste período que mais são ouvidos, tanto os adultos chamando para encontrar uma companheira quanto os jovens pedindo comida.
São aves muito comuns em áreas suburbanas e florestas com árvores altas. É fácil vê-los em plantações e bosques leves, onde encontram alimento abundante e habitam outras aves de tamanho semelhante, as quais podem parasitar durante a época de reprodução.
Alimentação
O coel-asiático é uma ave onívora que inclui frutas e pequenos animais em sua dieta. Seu bico tem grande capacidade de abertura, por isso é capaz de consumir algumas frutas inteiras, além de ovos de aves. Embora quando filhotes tenham uma dieta principalmente insetívora, na fase adulta se alimentam sobretudo de frutas.
O coel-asiático é um importante agente dispersor de sementes de sândalo (Santalum album), pois regurgitam as sementes de frutos próximos a eles ou as defecam longe.
Comportamento do coel-asiático
Esta ave é diurna e solitária. Ela só procura outros de sua espécie para procriar durante a primavera, época em que alguns espécimes migram para a Austrália.
Provavelmente, seu comportamento mais estudado é o reprodutivo. Como já foi dito, são aves que parasitam os ninhos de outras espécies para aí depositarem os seus ovos e são os hospedeiros que criam de seus filhotes.
Reprodução
A fêmea costuma colocar, no máximo, 2 ovos no ninho do hospedeiro. Os filhotes, ao contrário de outras espécies da família dos cucos, não expulsam seus irmãos hospedeiros do ninho, mas vivem com eles. A mãe biológica também se aproxima de vez em quando para levar comida para os próprios filhotes, comportamento também incomum, embora ela sim possa tirar ovos do hospedeiro para botar os seus.
Dependendo da área em que vive, o coel-asiático ocupará ninhos de diferentes espécies de tamanho semelhante, como corvos ou os papagaios-do-mar.
Os filhotes passam em média 35 dias no ninho antes de emplumarem e voarem pela primeira vez. A época de reprodução ocorre de setembro a março, período em que o filhote cresce até o dobro do tamanho. Se nascer em um ninho de espécie menor, o trabalho dos pais adotivos será muito desgastante, pois a demanda por comida será muito maior.
Estado de conservação
Atualmente, esta ave está em estado pouco preocupante (LC) de acordo com a IUCN. No entanto, sua população é considerada estável porque não há muitos dados.
É uma ave que, por um tempo, foi capturada de seu ambiente natural para ser engaiolada como animal de estimação, principalmente na Índia. A espécie também é traficada internacionalmente como ave ornamental e consumida localmente como alimento. Recentemente, um estudo identificou várias causas de mortalidade nas populações, como aerosaculite, aspergilose, psitacose ou miocardite.
Embora tenham sido protegidas áreas específicas onde se sabe que essa ave vem para se reproduzir e se alimentar, ainda há muito trabalho a ser feito, especialmente em termos de estudo. Portanto, continuemos a revelar estas espécies tão pouco consideradas, porque elas também precisam de ajuda para sobreviver.
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