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Como os golfinhos mergulham?

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Os cetáceos, como mamíferos que são, respiram através dos pulmões e não de brânquias, como os peixes. Durante as imersões, devem lutar com os gases – nitrogênio – que se dissolvem no sangue, formando bolhas de gás.
Como os golfinhos mergulham?
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Um dos maiores mistérios para o ser humano é como os golfinhos mergulham, e também os outros cetáceos. Esses mamíferos marinhos possuem pulmões ao invés de brânquias. Por isso, devem lutar com a descompressão que seus corpos sofrem durante a imersão.

O que é a doença dos mergulhadores?

A chamada doença dos mergulhadores foi observada pela primeira vez em 1839. Quando os mergulhadores voltam às condições atmosféricas normais, os gases dissolvidos no sangue formam bolhas de gás e podem causar infartos em diferentes órgãos.

Para que os mergulhadores não sofram com essa doença, eles devem respirar uma mistura gasosa antes da imersão, e ir fazendo paradas durante a descida.

É por isso que muita gente se surpreende ao saber como os golfinhos mergulham, além de outros mamíferos marinhos, tão parecidos conosco em alguns aspectos, como em relação ao seu sistema respiratório e circulatório.

O principal elemento que se transforma em gás ao subir rapidamente à superfície é o nitrogênio, que pode causar essa perigosa doença.

Por isso, suspeitava-se que, quando os golfinhos mergulham, eles devem ter mecanismos ativos para processar esse gás.

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O que acontece quando os golfinhos mergulham?

Como os golfinhos mergulham? Com eles, essa síndrome só acontece quando eles sofrem episódios de estresse agudo, como quando ficam presos em redes de pesca ou são assustados por um sonar ou por abalos sísmicos.

O Comitê Científico da Fundação Oceanogràfic – maior aquário da Europa – conta com um forte dispositivo de resgate de tartarugas marinhas selvagens, além de vários trabalhos de pesquisa.

Segundo os especialistas, parece que os cetáceos conseguem, de maneira ativa, diminuir a absorção do nitrogênio durante o mergulho.

Assim, diminuem o risco de sofrer dessa doença. Esses mecanismos teriam relação com a arquitetura particular de seu sistema cardiorrespiratório.

Todos os mamíferos precisam respirar ar para viver. No caso dos cetáceos, ao submergir, seus pulmões se comprimem devido à alta pressão.

Assim, diminuem de tamanho gradualmente e o nitrogênio, entre outros gases, chega ao sangue. Portanto, quando os golfinhos e outros mamíferos marinhos, como as orcas, mergulham, são capazes de evitar a troca de gases entre seus pulmões e sangue.

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Os cetáceos comprimem seus pulmões a certa profundidade e, nesse momento, o nitrogênio fica preso em áreas onde a troca gasosa não pode acontecer.

Como os golfinhos mergulham? E os outros cetáceos?

Os cetáceos têm outros mecanismos para o mergulho. Por exemplo, o espiráculo. Trata-se de um orifício que permite que, quando os golfinhos mergulham, eles possam respirar com sua cabeça submersa. A respiração em cetáceos é voluntária e o espiráculo permite eliminar a água.

Algo que chama a atenção é que o jorro de água que sai do espiráculo permite identificar muitas espécies devido a sua altura, distância e direção. É comum que vejamos apenas o jorro e uma parte do corpo.

Acredita-se que os pulmões dos golfinhos possuem outras adaptações que ajudam a evitar a síndrome do mergulhador.

Eles não tem lóbulos e são menores do que os dos mamíferos terrestres. Além disso, quando os golfinhos mergulham, podem absorver 90% do oxigênio dos pulmões. Os humanos só podem absorver 20%.

Os cetáceos devem voltar a cada certo tempo à superfície para inspirar pelo espiráculo. Por exemplo, se observamos os cetáceos do Mediterrâneo, vemos que os golfinhos podem chegar a ficar 10 minutos embaixo d’água. Enquanto isso, o rorqual fica até meia hora, e as cachalotes até duas horas debaixo d’água.

O que está claro é que, quanto mais sabemos sobre esse animais, sobre como se comunicam, mergulham ou migram, mais nos maravilhamos, e o sentimento de querer protegê-los só aumenta.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.