Como treinar um cão para proteção pessoal
Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez
O adestramento do cão é essencial para manter uma convivência saudável em casa. Embora seja verdade que existe um treinamento básico que dá as diretrizes para ter controle do comportamento canino, também é possível aprofundar sua educação para dar-lhe tarefas mais complexas. Graças a isso, um cão pode ser treinado para proteção pessoal.
Cães treinados para proteger seus tutores sempre precisam estar alertas e ativos. Por isso, geralmente só formam laços afetivos com uma pessoa ou cuidador. Isso permite que o cão fique atento a quaisquer movimentos hostis e não ignore comportamentos perigosos. Continue lendo este espaço e descubra como um cão é treinado para proteção pessoal.
Quem pode treinar um cão para proteção pessoal?
Antes de mais nada, é importante observar que o treinamento de proteção individual deve ser realizado por profissional habilitado. Isso ocorre porque o cão precisa ter regras claras e formar um novo padrão de comportamento especial. Como você pode imaginar, qualquer erro durante esse processo pode fazer com que o cão fique desequilibrado e se torne mais agressivo ou reativo.
Da mesma forma, neste tipo de treinamento o cão também é ensinado a atacar e reduzir os agressores. Portanto, se a educação não for realizada corretamente, o cão pode se tornar um perigo para as pessoas e até para a família.
Nem todos os cães são adequados para proteção pessoal
A proteção pessoal é uma tarefa que exige muita atenção, obediência e inteligência dos cães. Portanto, nem todos os cães são adequados para um bom desempenho nesse tipo de atividade. Entre as raças adequadas para guarda e proteção estão as seguintes:
- Pastor-alemão.
- Bullmastiff.
- Boxer.
- Mastim brasileiro.
- Doberman.
- Rottweiller.
- Pastor-belga.
Como um cão deve ser treinado para proteção pessoal?
Em geral, o treinamento de proteção individual costuma se basear em 5 pontos principais: comandos de obediência, socialização, latidos de alerta, comandos de defesa e comandos de parada. Cada um desses pontos é descrito a seguir.
1. Comandos de obediência
Nesta parte do treinamento, os cães reforçam comandos básicos de obediência que são praticados em casa, como sentar ou deitar. O objetivo de reforçar esses comportamentos é manter um controle preciso sobre o cão e suas atividades. Desta forma, ele estará preparado para poder aceitar comandos mais avançados.
2. Socialização
O processo de socialização desses cães não tem como objetivo fazer com que se deem melhor com outros cães. Pelo contrário, pretende-se que o cão enfrente novos cenários sem demonstrar qualquer comportamento de medo. Dessa forma, não importa em que ambiente esteja, ele poderá se sair bem na proteção de seus tutores. Visto de outra forma, isso é mais parecido com um processo de dessensibilização.
3. Latidos de alerta
O latido do cão é um comportamento natural que ativa os mecanismos de luta do animal. Além disso, serve de alerta antecipado para agressores, pois é sempre melhor tentar evitar confrontos. Portanto, durante o treinamento de proteção individual, o cão é ensinado a latir para estranhos que apresentam comportamento incomum.
4. Comandos de defesa
Os comandos de defesa são talvez os mais complicados de ensinar a um cão, pois correspondem aos comandos de ataque. Para treinar o cão adequadamente, são usadas roupas especiais que resistem à mordida canina. Com isso, os ataques são simulados para que o pet associe os comandos de defesa.
Devido à complexidade desses comandos de defesa e ao perigo de testar com pessoas, eles devem ser realizados apenas por um profissional. Lembre-se de que quaisquer erros durante esse processo também podem fazer com que o cão se torne mais agressivo do que o normal, portanto, não tente replicá-los em casa.
5. Comandos de parada
Os comandos de parada são aqueles que são usados para parar o ataque do cão. É importante ressaltar que o objetivo da proteção individual é reduzir a agressão, mas não erradicá-la. Isso significa que os cães irão deter o infrator até que ele não seja mais uma ameaça para o seu tutor. Portanto, eles precisam ter uma ordem para interromper o ataque antes de causar ferimentos letais.
Considerações importantes
O treinamento de proteção individual é um processo complexo que mudará completamente o seu cão. Na verdade, você provavelmente o notará mais reservado, atencioso e menos sociável, já que seu treinamento o obriga a ficar em guarda a maior parte do tempo.
Embora seja verdade que a tarefa de proteção pessoal é incrível e ajuda em muitos casos, nem sempre é a melhor opção. Considere isso antes de ir a um profissional para treinar seu animal de estimação. Nem todos os tutores concordam em sacrificar o comportamento amoroso de seu parceiro em troca da capacidade de proteger. No entanto, essa escolha é inteiramente sua.
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