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Comportamento das calopsitas

6 minutos
Embora sejam pequenas, o comportamento das calopsitas é complexo e você deve conhecê-lo para estabelecer um bom relacionamento com elas.
Comportamento das calopsitas
Última atualização: 20 julho, 2021

Entender o comportamento das calopsitas é uma fonte inesgotável de companhia e entretenimento. No entanto, essa espécie é uma ave sensível, sociável e psicologicamente complexa. Para conviver com ela, é necessário saber interpretar corretamente seu comportamento ou, caso contrário, podem surgir vários transtornos.

Cada calopsita tem sua personalidade e suas peculiaridades na hora de se expressar. Porém, neste artigo você encontrará os aspectos básicos de qualquer espécime dessa espécie, pois são os comportamentos que todas elas apresentam em sua vida em liberdade. Confira!

Características da calopsita

A calopsita (Nymphicus hollandicus), também conhecida como caturra, é uma espécie de papagaio da família das cacatuas. É importante notar que é a única espécie viva de seu gênero (Nymphicus).

As cacatuas estão amplamente distribuídas por todo o continente australiano, predominantemente nas regiões do interior. Elas preferem áreas abertas com água disponível ou áreas arborizadas que não são muito densas. Além disso, as calopsitas migram de norte a sul no continente australiano, em busca de padrões climáticos estáveis ao longo do ano.

Essas aves têm expectativa de vida de 15 anos. Seu tamanho aproximado é de 25-30 centímetros, contando com a cauda, e pesam cerca de 90 gramas. Com base nesses números, pode-se dizer que é a menor espécie de cacatua que existe.

A comida favorita das calopsitas são as sementes, que elas pegam do chão e descascam facilmente com seu bico curvado. Também as consomem nos galhos junto com outras matérias vegetais, pois no solo ficam vulneráveis a possíveis ataques. As copas das árvores, além de alimento, fornecem proteção contra predadores aéreos.

Caráter das calopsitas

As calopsitas são aves fortemente gregárias, formando grupos de mais de 100 espécimes, até 1000. Como são presas, são aves desconfiadas e sensíveis, com forte tendência a fugir em vez de se confrontar.

Além disso, são animais muito barulhentos. Os gritos e berros fazem parte de sua interação diária, então não faz sentido repreendê-las em voz alta quando vivem com humanos. Elas provavelmente vão achar engraçado e gritar ainda mais.

Finalmente, é importante notar que as calopsitas são curiosas por natureza e muito inteligentes. Elas gostam de inspecionar tudo ao seu alcance e estão sempre em busca de novos estímulos. Na verdade, em cativeiro, podem desenvolver problemas de saúde mental se não tiverem enriquecimento ambiental.

 

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Comunicação das calopsitas

A linguagem dessas aves tem dois componentes principais: o verbal e o não verbal. O primeiro é composto por diferentes vocalizações:

  • Chamados de sondagem: os espécimes chamam uns aos outros e se respondem para se certificar de que todos estão bem.
  • Gritos: geralmente expressam raiva e são acompanhados por gestos de ameaça.
  • Berros agudos: podem ser sinais de estresse, medo ou dor. Servem como um aviso para o resto do bando em relação a possíveis perigos.
  • Canções e chilreio de acasalamento: vocalizações exclusivas do ritual prévio à cópula.
  • Chilreio: são vocalizações suaves que esses pássaros emitem quando estão confortáveis com um parceiro. Duram muito tempo e geralmente indicam tranquilidade.
  • Sibilo: semelhante ao chiado de um gato, geralmente precedido de uma bicada. É um sinal de alerta.

A intensidade e o tom desses sons variam dependendo da carga emocional que a calopsita deseja transmitir à mensagem. Para interpretá-los corretamente, eles devem estar integrados aos diferentes movimentos e posturas da ave. Mostramos algumas orientações muito úteis nesse âmbito:

  • Crista: é um indicador claro do nível de ativação emocional da calopsita. Quanto mais elevada estiver, mais excitada a ave se mostrará, mas é importante distinguir o motivo: pode ser medo, alegria, interesse ou irritabilidade.
  • Penas: dependendo do resto dos sinais, penas eriçadas podem ser um sinal de relaxamento, doença ou ataque iminente. Se estiverem coladas ao corpo, geralmente indicam medo.
  • Asas: estendê-las em forma de coração faz parte do cortejo dos machos. Abri-las completamente pode ser um sinal de agressividade ou territorialidade.
  • Postura corporal: a variedade nessa seção vai desde enfiar a cabeça sob a asa, geralmente para dormir, até a catação, passando pelos pulos de alegria. Quando ficam penduradas de cabeça para baixo no galho, expressam territorialidade.
  • Cabeça: aproximar-se do par com a cabeça baixa geralmente indica que o espécime deseja atenção e catação. Ficar em pé, por outro lado, pode significar ameaça, querendo parecer maior, ou indicar surpresa e medo.
  • Pupilas: pupilas dilatadas indicam irritação e um possível ataque.

O comportamento das calopsitas

Os três grandes pilares do comportamento das calopsitas são o gregarismo, a inteligência e a comunicação. Elas passam a maior parte do dia procurando por comida, mas com grupos tão grandes, é necessário coordenar a tarefa com eficácia. Por esse motivo, a hierarquia costuma ser usada quando os recursos são escassos.

Comportamento das calopsitas no âmbito reprodutivo

As cacatuas são monogâmicas e estabelecem relações estáveis com o mesmo parceiro, mesmo fora da época de reprodução. Isso permite economizar o enorme gasto de energia de encontrar um parceiro de reprodução todos os anos. Antes do início do acasalamento, ambos os sexos exibem comportamentos rituais específicos, como os seguintes:

  • As fêmeas emitem pios baixos enquanto mantêm as penas da cauda eretas. Dessa forma, elas mostram que estão prontas para a cópula.
  • Os machos apresentam uma maior variedade de comportamentos: suas vocalizações são muito mais intensas, com assobios mais complexos e melodiosos. Eles acompanham esses sons com uma dança na qual andam com as asas eretas e afastadas do corpo, atacando rapidamente uma superfície com seus bicos. E também inspecionam a cavidade na qual estabelecerão o ninho.

O cuidado com os filhotes e o processo de incubação são realizados por ambos os sexos em partes iguais. Assim que os filhotes nascem, os pais se revezam para trazer comida e nunca deixar o ninho sozinho. Na verdade, o sucesso do casal na educação dos jovens até a idade adulta afeta diretamente a estabilidade do seu relacionamento.

Comportamento das calopsitas na presença de patologias

Qualquer comportamento das calopsitas que não seja habitual e que apareça repentinamente é considerado anormal. Normalmente, é um sintoma de doença física ou mental, muitas vezes intimamente relacionado ao estresse e à ansiedade, especialmente em cativeiro. Os sinais mais comuns de estresse psicológico são os seguintes:

  • Estereotipias: movimentos repetitivos sem função aparente.
  • Bicar: a ave arranca as próprias penas, ou de outra ave, deixando manchas calvas no corpo. Difere da queda normal das penas porque, nesse caso, as da região da cabeça não caem, pois é difícil ter acesso a elas.
  • Gritos constantes: não são chamados de atenção usuais, mas vocalizações de alto volume que não param. Também pode ser um sinal de dor física ou doença.
  • Agressividade ou medo repentinos ou mais intensos do que o normal.

 

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Manter essas aves em cativeiro é possível com os devidos cuidados, pois não estão ameaçadas de extinção. No entanto, a incidência de problemas psicológicos associados à privação de liberdade é alta, embora muitas vezes tenhamos a melhor das intenções. Por isso, antes de pensar em adotar uma calopsita, é necessário analisar seriamente se sua vida será plena e feliz.


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