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Comportamento dos elefantes

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O comportamento dos elefantes é tão fascinante quanto comovente. Saiba mais sobre esses incríveis animais aqui.
Comportamento dos elefantes
Última atualização: 27 julho, 2022

O comportamento dos elefantes é uma fonte de surpresas. Seus fortes laços familiares, suas personalidades tão destacadas e até mesmo sua inteligência são aspectos tão complexos que quase poderiam ser comparados a estudar uma pessoa de uma cultura muito diferente.

Cobrir a etologia dessa espécie apenas neste artigo seria impossível, mas com os fundamentos que encontrará aqui você vai ficar com os olhos arregalados por um bom tempo. Não perca nenhum detalhe do comportamento dos elefantes.

Comportamento social dos elefantes

A socialização é extremamente importante na vida dos elefantes. Os agrupamentos de indivíduos são formados por constelações familiares, que se organizam hierarquicamente em torno de uma matriarca. Essa elefanta será a mais velha e provavelmente a mãe ou avó dos outros paquidermes que a acompanham.

A dinâmica dos grupos de elefantes é de fusão-fissão, onde a integração de novos membros, bem como sua saída do grupo, responde a pressões externas como predadores, recursos ou oportunidades de acasalamento. Além disso, os diferentes núcleos se relacionam em lugares comuns de comida e água.

Os elefantes-da-savana (Loxodonta africana) são mais gregários do que os elefantes-asiáticos (Elephas maximus), segundo as observações. Acredita-se que essa diferença se deva principalmente ao meio ambiente, uma vez que mais perigos se escondem na savana africana do que nas selvas asiáticas, obrigando os elefantes-africanos a apresentarem uma organização mais estável para melhor se defenderem.

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Domínio e segregação

Normalmente, a competição entre elefantes tende a ocorrer entre grupos e não tanto entre os indivíduos que os formam. Por essa razão, os atos de dominação e segregação são aplicados ao território, pois cada grupo tentará obter a área que melhor lhe convier.

A formação de hierarquias intergrupais promove a competição por recursos e diminui a frequência de brigas entre os indivíduos. Portanto, há também uma hierarquia entre os grupos, organizada com base no número de indivíduos, no comportamento e no tamanho das matriarcas.

No entanto, esse aspecto também está sujeito às estações: na estação seca, o grupo dominante é o que menos se move, visto que ocupa os melhores locais. Na época das chuvas, ao contrário, os comportamentos agonísticos são reduzidos, uma vez que a abundância de vegetação permite que vários grupos encontrem recursos na mesma área.

Comunicação dos elefantes

Relações sociais complexas são impossíveis sem uma comunicação bem estruturada. A dos elefantes há muito tempo é ignorada pelos humanos, já que suas vocalizações – o aspecto mais acessível na observação direta – ocorrem em frequências inaudíveis para nossa espécie.

Vocalização no comportamento dos elefantes

Os elefantes são especialistas na comunicação de baixa frequência, embora emitam uma ampla gama de sons de alta frequência. Um mínimo de 10 vocalizações diferentes foram categorizadas, as quais também são usadas em mais de um contexto no âmbito do comportamento dos elefantes.

Uma das entonações mais conhecidas é o rumble, um chamado de frequência muito baixa que esses paquidermes usam como localizador. Um estudo confirmou que os elefantes que usam esse chamado acabam ficando mais próximos uns dos outros, principalmente se tiverem algum tipo de relação afiliativa.

Os pesquisadores descrevem o rumble como algo quase mágico, uma presença que todos percebem, mas não ouvem, e com a qual, mais cedo ou mais tarde, faz aparecer um elefante.

A frequência das vocalizações também é modulada de acordo com o humor do indivíduo. As baixas frequências estão relacionadas à baixa excitação do elefante e aparecem ligadas a comportamentos de coesão do grupo. As altas, por outro lado, são ouvidas em momentos emocionalmente intensos e negativos, como de pânico ou agressões.

Olfato e tato

A tromba de um elefante é sua maior ferramenta, não apenas para agarrar objetos e explorar, mas também para se comunicar. É impressionante ver como um animal tão grande tem um controle tão preciso sobre sua tromba, a ponto de usá-la para acariciar, confortar, cumprimentar ou mesmo ensinar os filhotes a usar ferramentas.

Seu olfato, como você pode imaginar, é bom: eles podem captar cheiros a quilômetros de distância. Os sinais químicos presentes na urina e nas fezes são uma grande fonte de informações sobre a saúde e o estado reprodutivo de cada indivíduo, além de informar sobre o humor.

Uma habilidade realmente especial desses paquidermes é detectar sinais sísmicos por meio de suas patas. As vibrações produzidas pelos passos de um elefante viajam longe e as patas de um congênere podem percebê-las. Essas vibrações enviam informações sobre sua identidade e a distância entre os dois espécimes.

As emoções dos elefantes

Os elefantes têm um dos maiores cérebros do mundo animal, pesando aproximadamente 5 quilos. Em termos de estrutura e complexidade, nada têm a invejar do ser humano. Destaca-se sua incrível memória, graças à qual esses animais conseguem transmitir conhecimentos às novas gerações e, no caso das matriarcas, guiar o grupo da melhor maneira possível.

Suas emoções são complexas e profundas. Seria difícil encontrar um processo cognitivo que não tenha sido testado em elefantes: empatia, tristeza, autoconsciência, brincadeira, altruísmo, a lista é interminável. O apoio emocional e o cuidado que proporcionam uns aos outros causariam inveja a muitas sociedades.

Comportamento dos elefantes em relação ao luto

Essa talvez seja a parte do comportamento dos elefantes que mais despertou o interesse nos humanos. Embora cemitérios de elefantes – supostos lugares para onde elefantes viajavam para morrer – não existam, é verdade que esses animais mostram comportamentos específicos a esse respeito.

Os elefantes sofrem a perda de um ente querido com grande intensidade, mesmo quando se trata de um indivíduo sem parentesco. Foram observados comportamentos como cobrir cadáveres com folhas de árvore, inspecionar cuidadosamente os ossos ou resistir a abandonar o cadáver de um companheiro caído. A possibilidade de fazer uso de rituais fúnebres até foi cogitada, mas ainda precisa ser comprovada.

Quando uma matriarca morre, o conhecimento de décadas de vida desaparece com ela. Embora outra fêmea assuma seu lugar, o desempenho do grupo é muito pior e os membros ficam devastados por longos períodos de tempo.

A ideia de que animais distantes dos humanos também merecem respeito está se tornando cada vez mais arraigada. Porém, foi com espécies como o elefante que se abriu o debate ético, já que é impossível não se ver refletido neles: eles se cumprimentam, cuidam uns dos outros e choram quando morrem. Quando o humano começou a falar de paz e amor, os elefantes já os praticavam há muito tempo.


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