Conheça o abelharuco
Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez
Impressionante pela sua cor, o abelharuco também se destaca pela sua forma de alimentação. Ele pousa nas presas dos elefantes, esperando que eles, com seu movimento, levantem nuvens de insetos para caçá-los.
O abelharuco é uma espécie que chama a atenção por onde passa. Assim, suas cores e seu bico nos lembram o dos beija-flores. No entanto, ele é um pássaro muito comum na Península Ibérica, vindo da África.
Características do abelharuco
Ele faz parte da família dos Coraciidae, como o martim-pescador, e suas cores são surpreendentes. É impressionante ver que a parte inferior do corpo tem tons azuis e verdes, enquanto que as costas e as asas têm cores quentes, como castanho e laranja.
No final do século 19, o naturalista Edward Wright chegou à conclusão de que este pássaro apresenta todas as cores que existem. Ou seja, sua plumagem tem uma enorme variedade de cores, exceto vermelho, que é encontrado na íris dos espécimes adultos.
Assim, fica claro que o olho do ‘comedor de abelhas’ é muito marcante, pois é vermelho e ainda é realçado por uma “máscara” preta.
Além disso, ele tem um bico preto alongado, perfeito para capturar insetos. Diferenciar machos e fêmeas é muito complicado, uma vez que dificilmente diferem em algumas tonalidades.
O canto do abelharuco é ouvido especialmente nos meses mais quentes. Seu som é inconfundível e, portanto, é a primeira coisa que geralmente apreciamos em sua presença.
Habitat e comportamento do abelharuco
É uma espécie migratória que passa os meses de primavera e verão na Espanha e em outros países do Mar Mediterrâneo, principalmente no sul da Europa e na Ásia.
É nesse período que eles têm seus filhotes e, quando o outono chega, migram para a África. Esses animais viajam em grupos, uma vez que são espécies gregárias.
Eles comem principalmente himenópteros. Isto é, abelhas e vespas, embora possam comer muitos outros insetos. Constroem túneis para fazer seus ninhos em encostas, parecidos tocas de coelhos.
Uma das curiosidades do abelharuco é que, na África, eles aproveitam o movimento dos elefantes e outros animais grandes.
Quando se deslocam, os elefantes “levantam” nuvens de insetos, que saem de seus esconderijos. Os abelharucos esperam nas presas do elefante e aproveitam para caçar naquele momento.
O abelharuco e a produção de mel
Quanto às ameaças que esses animais podem sofrer, são sempre causadas pelo ser humano. É muito impressionante o fato de que eles são perseguidos por seu consumo de abelhas, embora isto seja quase cômico (se não fosse trágico).
Estudos científicos realizados nos últimos 30 anos avaliaram o impacto de abelharucos no desaparecimento de abelhas e mostraram uma realidade: a predação dos abelharucos dificilmente afeta a apicultura.
No entanto, devemos lembrar que as abelhas sofrem muitas ameaças, como pesticidas e parasitas, bem como espécies invasoras.
Estes danos para as abelhas são muito mais difíceis de ser percebidos do que um animal grande e colorido, então os abelharucos são geralmente os primeiros acusados.
O uso de pesticidas está diminuindo muito as populações de insetos, inclusive de abelhas. Assim, podemos ver que as grandes monoculturas que monopolizam as terras cultiváveis são a verdadeira ameaça para esses insetos tão importantes.
Devemos lembrar que sem abelhas, não há vida, por isso é importante estudar o que pode ameaçá-las, e isso pode ou não incluir algumas aves, como o abelharuco.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.