Curiosidades que você não sabia sobre o olfato dos gatos
Escrito e verificado por a bióloga Georgelin Espinoza Medina
Os gatinhos percebem informações do ambiente por meio de diferentes sinais sensoriais. Nesse sentido, o olfato dos gatos é essencial desde o nascimento para suas relações sociais, alimentação, orientação e educação. Assim, existe uma série de curiosidades que você vai adorar saber. Aqui apresentamos 5 fatos surpreendentes, não deixe de ler.
1. O olfato dos gatos é mais poderoso que o dos humanos
O nariz dos gatinhos é muito mais eficiente que o de um ser humano. Isso ocorre porque eles têm mais receptores no epitélio olfatório. Eles têm 67 milhões de células olfativas em suas narinas e 19 milhões de terminações nervosas relacionadas ao olfato.
Assim, o olfato dos gatos tem um poder até 14 vezes maior que o nosso. Imaginou essa fortaleza no narizinho deles?
2. Os gatos têm um órgão acessório de cheiro
Além de seu nariz poderoso, os gatos têm uma estrutura extra para perceber produtos químicos. Este é o órgão vomeronasal ou de Jacobson. Está situado no céu da boca e lhes permite perceber informações valiosas do ambiente, pois com ela captam não só odores, mas também feromônios.
Os feromônios são substâncias químicas que os gatos secretam em diferentes partes do corpo, como as bochechas, ao redor da boca, na base da cauda, nas patas, perto das glândulas mamárias. Eles os usam para marcar seu território, se sentir seguros, alertas e até se reproduzir. Essas moléculas são imperceptíveis aos humanos.
O gato abre a boca, retrai os lábios e deixa a língua pender um pouco para analisar as substâncias com seu órgão de Jacobson. Eles também enrugam o focinho. Essa posição é chamada de resposta ou reação de Flehmen e está presente em outros animais.
3. Cumpre importante função na comunicação e no relacionamento com o ambiente
Os gatos usam todas as informações químicas para se comunicarem e se relacionarem com o ambiente. Os cheiros e os feromônios desempenham um papel crucial na sua organização e reprodução social. Os gatinhos marcam o seu território e os seus companheiros preferidos, transmitindo uma mensagem clara aos restantes membros da sua espécie, sem necessidade de estabelecer contacto físico com eles.
Quando os gatos esfregam suas cabeças ou corpos em móveis, paredes ou nas pernas dos humanos, eles os estão marcando com seus feromônios. Desta forma, permitem que outros gatos saibam que aquele espaço ou objeto é propriedade deles. Isso também acontece quando eles arranham áreas específicas da casa ou do jardim.
4. O olfato é funcional em gatinhos recém-nascidos
Os gatinhos recém-nascidos são seres muito frágeis, indefesos e cegos, pois seus olhos estão fechados, não podendo usar a visão para funcionar no mundo. Eles também não ouvem, porque seus ouvidos estão fechados. No entanto, eles têm um olfato que garante sua sobrevivência, pois com isso eles se ajudam a encontrar o mamilo da mãe e assim poder se alimentar.
Os gatinhos estabelecem uma ordem de mamilos. Desta forma, cada gatinho usa principalmente um (ou às vezes dois) para obter o leite da mãe. O incrível é que, para diferenciar os mamilos, eles usam sinais olfativos aprendidos, que aparentemente vêm da própria saliva de cada gatinho.
Além disso, o cheiro influencia o comportamento de apego e as dicas direcionais do ninho. O paladar e o tato também são funcionais quando os gatinhos nascem, por isso complementam as informações que percebem com o olfato.
Pensa-se que a partir da terceira semana de vida a visão adquire um papel mais central, o que lhes permite estabelecer competências sociais.
5. Não é essencial para a caça
Embora pareça um pouco estranho, o olfato dos gatos não é essencial para a caça. Aparentemente, eles preferem outros tipos de sinais, como os fornecidos pela visão ou pela audição, pois os odores são mais importantes para a comunicação e sua relação com o ambiente que os cerca.
Em um estudo realizado em 2015, constatou-se uma preferência pelo uso dos olhos, ao invés do nariz, em situações semelhantes. Assim, a resposta visual predominou. No entanto, foi possível mostrar diferenças individuais no comportamento sensorial desta espécie. Assim, mais pesquisas são necessárias a esse respeito.
Em suma, o olfato dos gatos é mais aguçado e poderoso que o nosso, permitindo-lhes perceber o mundo de uma forma diferente. Da mesma forma, com a presença do órgão de Jacobson, eles podem perceber moléculas químicas que fornecem informações valiosas sobre o meio ambiente e se comunicar entre si. Essas respostas são surpreendentes e nos mostram o quão complexo e interessante é o comportamento dos gatinhos.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Arteaga, L., Bautista, A., González, D., Hudson, R. (2013) Smell, suck, survive: chemical signals
and suckling in the rabbit, cat, and dog. In: East ML, Dehnhard M (Eds). Chemical signals in vertebrates, (pp 51–59). - Mayes, E.-R. E., Wilkinson, A., Pike, T. W., & Mills, D. S. (2015). Individual differences in visual and olfactory cue preference and use by cats (Felis catus). Applied Animal Behaviour Science, 173, 52–59.
- Padodara, R., & Ninan, J. (2014). Olfactory sense in different animals. The Indian Journal of Veterinary Science, 2(1), 1-14.
- University of Edinburgh. (2019). Understand normal feline behaviours. Recuperado el 03 de diciembre de 2022, disponible en: https://www.ed.ac.uk/sites/default/files/atoms/files/2._understanding_normal_feline_behaviours_v1.2.pdf
- Willey, T. J. (1973). The ultrastructure of the cat olfactory bulb. The Journal of Comparative Neurology, 152(3), 211–232.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.