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Depressão por endogamia: o que é e como afeta os cães?

4 minutos
A depressão por endogamia é uma das muitas consequências da endogamia na reprodução seletiva de cães de raça pura.
Depressão por endogamia: o que é e como afeta os cães?
Última atualização: 10 março, 2022

Depressão por endogamia é o termo usado para definir a taxa reprodutiva mais baixa em uma população como consequência do acasalamento de indivíduos intimamente aparentados entre si. Essa seleção é comum em cães de raça pura.

Uma forte endogamia reduz o tamanho das ninhadas dos cães, fato que já foi demonstrado em cães da raça golden retriever. O sucesso reprodutivo de um cão é ameaçado pela endogamia, portanto, conhecer esse fenômeno é necessário para melhor preservar as raças. Para isso, os criadores devem buscar a diversidade em suas linhagens.

A importância da diversidade dentro de uma raça

A endogamia produz muitas consequências na linhagem de uma espécie animal. A prevalência de doenças hereditárias, alterações na taxa reprodutiva, traços morfológicos ou a permanência de doenças raras são algumas delas.

Como a maioria dos cães de raça pura descende de ancestrais comum, espera-se que o grau de parentesco seja bastante alto. Portanto, a seleção genética só piora essa situação, que não aconteceria na natureza.

Se somarmos a isso os cruzamentos entre indivíduos aparentados a fim de obter cães com características desejáveis para a venda – como um focinho mais curto, uma maior quantidade de rugas e outras -, a criação seletiva tem como resultado um coeficiente de endogamia bastante elevado.

A questão é que, ao selecionar características, além de conseguir um cachorro com traços físicos cobiçados, outros problemas vão se somando.

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Depressão por endogamia: quanto maior o parentesco, menos filhotes

O grau de parentesco influencia o número de filhotes que a cadela dá à luz. O último estudo da Fundação Animal Morris descobriu que, em média, uma fêmea de golden retriever que é 10% mais consanguínea do que outra dará à luz um filhote a menos por ninhada.

A seleção em raças de cães

As diferentes raças de cães foram sendo selecionadas com base em características muito diversas – comportamento, temperamento, cor da pelagem, comprimento e tipo de cabelo, tamanho e características morfológicas – para chegar às variedades caninas que conhecemos hoje em dia.

Essa seleção, com exceção do trabalho de escolha de cães de trabalho ou cães-guia, tem sido realizada por criadores de todo o mundo. Historicamente, isso foi feito sem uma organização ou estrutura de seleção definida, mas com base em informações individuais, de acordo com a aparência e/ou comportamento de cada cão.

Como regra geral, o valor fenotípico tem mais peso que o genótipo do animal. No entanto, a informação fornecida pelos pais – a genealogia ou o pedigree do animal – pode ser um fator importante na seleção de indivíduos para o cruzamento. Em muitos casos, ter isso em mente pode evitar problemas para futuros tutores de animais de estimação.

O novo objetivo na criação de cães

Devido ao número de doenças associadas às raças atualmente conhecidas, organizações como a Federação Cinológica Internacional estabelecem como objetivo geral da criação seletiva a “obtenção de cães funcionalmente saudáveis, que possam viver uma vida longa e feliz, que proporcione benefício e prazer ao próprio animal, ao tutor e à sociedade”.

Dessa forma, a seleção da espécie com o objetivo de utilidade ou beleza é deixada de lado e busca-se que os animais se adaptem à companhia do ser humano. Ao longo do caminho, é necessário aumentar seu bem-estar e qualidade de vida e diminuir a frequência de ocorrência de doenças associadas às raças.

Quais medidas existem para alcançar esse objetivo?

O objetivo de reduzir a consanguinidade em cães pode parecer muito difícil de alcançar, mas os especialistas elaboraram uma série de recomendações para alcançá-lo. Entre eles, temos as seguintes:

  1. Contratar consultores independentes para aconselhar a criação em sociedades caninas.
  2. Fazer uma avaliação dos padrões de todas as raças de cães do ponto de vista do bem-estar e da saúde animal.
  3. Promover a criação de um cadastro real de informações epidemiológicas.
  4. Impor restrições ao acasalamento entre parentes próximos, como o número de descendentes não registrados de um reprodutor.
  5. Fazer uma avaliação do estado de saúde, que inclui o mérito genético e testes de DNA para os animais usados como reprodutores.
  6. Preparar um regulamento para as práticas de criação de cães.
  7. Criar programas de credenciamento para criadores.
  8. Promover programas de conscientização para criadores e compradores.
  9. Desenvolver estratégias detalhadas de criação e reprodução para cada raça.
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A depressão por endogamia se refere a uma taxa mais baixa de reprodução em cães, mas a endogamia tem outras consequências graves, como a permanência de doenças hereditárias ao longo das gerações. Cabe a criadores, pesquisadores e tutores reverter a situação atual de algumas raças de cães.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Chu, E.T., Simpson, M.J., Diehl, K. et al. Inbreeding depression causes reduced fecundity in Golden Retrievers. Mamm Genome 30,166–172 (2019). https://doi.org/10.1007/s00335-019-09805-4
  • Selección y cruzamiento en la mejora genética de las razas caninas. Cañón J, Cortés O. Laboratorio de Genética. Dpto. de Producción Animal. Facultad de Veterinaria, UCM.

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