O desaparecimento do tetraz cantábrico

Além da caça, agora proibida, certas atividades humanas em pleno habitat do tetraz cantábrico são fortes ameaças a essa ave.
O desaparecimento do tetraz cantábrico
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O tetraz cantábrico é uma espécie de ave fortemente ameaçada que ainda persiste nas florestas selvagens das montanhas da Cantábria. Mas por que já se fala sobre seu desaparecimento eminente? Esse pássaro vai sobreviver à transformação total dos parques nacionais do norte da Espanha?

As ameaças ao tetraz cantábrico

O tetraz cantábrico é uma espécie em sério perigo de extinção na região da CantábriaDurante o final do século 20, esse animal foi caçado legalmente com o objetivo de dissecar machos dessa espécie, cujo dimorfismo sexual torna sua beleza especialmente atraente.

Esses animais eram dissecados, por serem considerados aves nobres e impressionantes. Eram presentes ideais para dar a pessoas influentes ou a bons amigos em um momento especial, como um casamento. Também eram frequentes como opção de presente para médicos que auxiliavam na superação de doenças difíceis.

galo silvestre cantábrico

A caça ao tetraz cantábrico estava profundamente enraizada na cultura do norte da Espanha. Além disso, até mesmo habitantes do centro e do sul do país viajavam para a região de Astúrias ou Leão para caçar esse animal. A forte pressão sobre os machos da espécie é uma das causas mais importantes quando se trata de sinalizar o crescente desaparecimento do tetraz da Cantábria.

Um estudo publicado em 2015 revelou que a variabilidade genética das espécies começou a cair drasticamente durante os anos em que essa ave era caçada, o que também eliminou a seleção sexual: não são mais os machos mais aptos que se reproduzem, e sim os que não foram caçados.

Mas essa não foi a única causa do desaparecimento do tetraz cantábrico. A caça à espécie é proibida há mais de 20 anos, mas a espécie não se recuperou. Uma das causas é a humanização total de seu habitat. Como são animais muito tímidos, não toleram estar próximos às atividades humanas, diferentemente do urso pardo, que se adaptou a esses tipos de atividade e até tira proveito dela.

O tetraz cantábrico vive na vegetação rasteira, longe de pastagens reguladas pelo gado. Para agravar a situação, os locais onde o tetraz realiza seu acasalamento, são locais onde atividades humanas próximas podem causar um forte impacto, principalmente as atividades turísticas.

aves em extinção

Conservação do tetraz cantábrico

Mas se quisermos saber por que o tetraz cantábrico ainda corre o risco de extinção, também precisamos analisar sua conservação. Então, como se tem tentado proteger o tetraz da Cantábria?

No início dos anos 80, foi realizado um censo das espécies e observou-se que, com a proibição da caça, não houve aumento do número de indivíduos. Além disso, seus predadores continuavam sendo caçados.

O tetraz cantábrico foi objeto de um programa de conservação europeu que baseou grande parte de sua estratégia em um programa de criação em cativeiroNo entanto, muitos garantem que esse programa não tem tido efeitos reais na conservação do tetraz da Cantábria e que os espécimes liberados mal sobrevivem.

A caça não parece ser a única causa do declínio do tetraz. Muitos culpam as minas a céu aberto, os parques eólicos ou a ascensão de estações de esqui e outros complexos turísticos no coração do habitat do tetraz. Alguns até apontam más práticas na atividade de observar a vida selvagem.

Situação atual

Atualmente, parece que a esperança do tetraz da Cantábria envolve proteger seu habitat e não permitir corridas ou caça perto de seus territórios. Em suma, proteger essa espécie emblemática é um dever que nos separa da domesticação total das florestas do norte da Espanha.


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  • Storch, I., Bañuelos, M. J., Fernández-Gil, A., Obeso, J. R., Quevedo, M., & Rodríguez-Muñoz, R. (2006). Subspecies Cantabrian capercaillie Tetrao urogallus cantabricus endangered according to IUCN criteria. Journal of Ornithology147(4), 653-655.


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