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Descobertos restos do antepassado do glutão

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Esse mamífero é conhecido atualmente por sua voracidade e por ser capaz de abater presas maiores do que ele.
Descobertos restos do antepassado do glutão
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 22 dezembro, 2022

O glutão é o maior mustelídeo terrestre e, ainda que não viva na Península Ibérica, parece que o antepassado do glutão viveu por aquelas terras. Isso é o que demonstram restos encontrados em Zaragoza e na Catalunha, na Espanha.

Esse animal não é conhecido apenas por sua ferocidade, mas também por ser a inspiração de Logan, o mítico personagem da saga de quadrinhos da Marvel conhecida como X-Men. Foi do glutão que esse personagem tirou a inspiração para suas garras, levando o animal ao mundo dos super-heróis.

Conheça o glutão

Os mustelídeos são um grupo de carnívoros muito comuns na Europa. Texugos, lontras ou furões são alguns de seus representantes, mas pouca gente conhece o glutão. Esse mamífero tem uma reputação voraz, pois é capaz de abater presas muito maiores do que ele. Comum nas florestas boreais e na tundra, pode ser encontrado do Canadá à Rússia, passando por alguns países nórdicos e pela Sibéria.

São animais solitários, que foram perseguidos pela caça, e sua aparência lembra a de um pequeno urso. Ainda que seja o maior dos mustelídeos terrestres, pois chega a 20 quilos no caso dos machos, a verdade é que a ariranha pode chegar a superar esse predador.

Esse animal é um predador versátil, que pode comer desde esquilos até ovos, e mesmo sendo um carniceiro, pode também abater outros predadores, como o lince canadense e até cervos adultos. Isso lhe torna um animal de grande importância na cadeia alimentar.

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Descoberto o antepassado do glutão

Os sítios arqueológicos de Artesilla e Els Casots, situados no noroeste da Península Ibérica, foram a fonte de vários restos do crânio do antepassado do glutão dentro da linhagem Iberictis. Dessa linhagem, saíram duas espécies que viveram no Mioceno inferior na Península Ibérica.

Curiosamente, percebeu-se como esse antepassado do glutão teria uma adaptação diferente à atual para triturar ossos. O antepassado do glutão possuía um primeiro molar maior, enquanto os atuais possuem caninos maiores.

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As descobertas coincidem com outras amostras da fauna ibérica pré-histórica, que nos lembram que tivemos um passado no qual as temperaturas eram muito inferiores. Por isso, esse tipo de fauna era muito comum no norte da Europa.

O antepassado do glutão da linhagem Iberictis era maior que o atual, mas o fato é que existe uma grande escassez de restos que ainda impede a reconstrução total desse animal. Ainda assim, graças aos restos da mandíbula, já foi possível constatar que o antepassado do glutão tinha uma alimentação muito parecida a de seu parente atual.

No entanto, não foi só o antepassado do glutão que viveu no sul da Europa. O próprio glutão atual viveu em países como Espanha e França durante a última glaciação. Pelo menos é isso que atesta o registro arqueológico.

Por isso, o glutão é um dos animais extintos na Espanha, mas sua reintrodução não teria sentido, pois o clima e o ecossistema, atualmente, são totalmente diferentes.


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Valenciano, A., Abella, J., Alba, D.M., Robles, J.M., Álvarez-Sierra, M.A. and Morales, J. (Accepted). “New early Miocene material of Iberictis, the oldest member of the wolverine lineage (Carnivora, Mustelidae, Guloninae)”. Journal of Mammalian Evolution. DOI: 10.1007/s10914-018-9445-xs


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