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A dieta do urso-panda: muito além do bambu

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A dieta do urso-panda tem a peculiaridade de ser exclusiva da espécie, por isso esse animal não tem concorrentes por seus itens alimentares. No entanto, é uma dieta de difícil digestão, tanto que o urso-panda leva 14 horas para digerir 40 quilos de bambu.
A dieta do urso-panda: muito além do bambu
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A dieta do urso-panda é conhecida por todos: consiste principalmente no consumo de bambu. No entanto, um estudo sugere que os ancestrais desse animal não ingeriam apenas esse alimento, mas também carne e outras plantas.

A dieta do urso-panda é algo muito peculiar

O panda é um animal peculiar. Embora seja classificado como carnívoro devido à sua anatomia, é na verdade um animal herbívoro que se alimenta apenas de bambu. A dieta do urso-panda é composta por mais de 30 espécies de bambu. Além disso, também inclui insetos e até ovos.

Sempre se soube que a dieta do panda havia mudado há muitos anos atrás. Seu passado carnívoro é uma das razões pelas quais o sistema digestivo do panda não é capaz de digerir a celulose que está presente nas plantas.

Sendo assim, a dieta do panda é muito ineficiente. Eles podem passar até 14 horas por dia comendo quase 40 kg de bambu. Embora a mandíbula do panda seja capaz de quebrar esses troncos lenhosos, a digestão desse tipo de alimento é muito difícil para esse animal.

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No entanto, a dieta do urso-panda tem uma grande vantagem para a sobrevivência da espécie. Ela é exclusiva, por isso dificilmente existe concorrência pelos alimentos que o urso consome. O lado negativo dessa peculiaridade é que a dependência de uma espécie vegetal específica limita a expansão da espécie e os locais onde ela pode obter recursos.

Um novo estudo muda tudo

Um novo estudo sugere que a dieta do panda era diferente não faz muito tempo. Pela análise isotópica realizada nos pandas atuais e em fósseis, a equipe da Academia Chinesa de Ciências conseguiu comparar a dieta desses animais com a de seus antepassados.

Graças a essa análise isotópica, os pesquisadores descobriram que a dieta do panda gigante e de seus ancestrais mudou duas vezes. Primeiro, passou de uma dieta onívora com alto consumo de carne para uma dieta herbívora. Num segundo momento, houve a especialização para o consumo de bambu.

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Tradicionalmente, pensava-se que os ancestrais dos pandas eram carnívoros, mas esse tipo de dieta remonta a dois milhões de anos atrás. Esse estudo sugere que a dependência do bambu pelo urso panda pode ter ocorrido há 5.000 anos, na fase pré-histórica mais recente.

Contudo, os motivos para essa mudança não são claros e o estudo não oferece muitas respostas. A mudança na dieta do urso-panda pode ter coincidido com o avanço das pressões humanas nas populações do sul da China, que foram estudadas nesse trabalho científico.

Uma espécie em extinção

O urso panda é uma espécie solitária que se reúne apenas no período reprodutivo. De fato, os pandas não compartilham território e, ao contrário de outras espécies de ursos, não hibernam.

A espécie é considerada um símbolo da conservação, por isso está presente no logotipo da World Wildlife Fund (WWF). Graças ao seu carisma, os recursos destinados para a conservação do panda são grandes.

Nesse sentido, a China tem trabalhado duro pela conservação dos pandas, o que vem reduzindo gradativamente o risco de extinção dessa espécie. Em Sichuan, há um centro especializado em reprodução de pandas com 100 exemplares. Além disso, a pena para a caça desse animal é de 20 anos de prisão.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.