Diferenças entre alacrau e escorpião
Escrito e verificado por a bióloga Ana Díaz Maqueda
Você já se perguntou quais são as diferenças entre um alacrau e um escorpião? São realmente animais diferentes? Em termos gerais, não, pois as palavras alacrau e escorpião se referem ao mesmo animal. Tudo vai depender da região do planeta em que você estiver.
É nos países da América do Sul que realmente surge a questão da diferenciação entre esses dois tipos de animais. Embora sejam fisicamente iguais, os latino-americanos de fato diferenciam um grupo do outro. Mas como? Para entender essa diferença, devemos recorrer à etimologia das duas palavras.
Origem dos nomes alacrau e escorpião
O termo alacrau vem do árabe al’aqrá. Esses animais se caracterizam por ter quatro pares de patas, assim como as aranhas e os ácaros e, portanto, pertencem à mesma classe, a dos aracnídeos.
Além disso, seu sistema respiratório é constituído por uma série de traqueias armazenadas em um tipo de bolsa, e eles também possuem órgãos sensoriais denominados pentes, que estão localizados na região ventral.
Por fim, o que dá aos alacraus ou escorpiões sua aparência definitiva são as pinças ou pedipalpos e o ferrão curvo na ponta da cauda. Assim, um escorpião possui exatamente as mesmas características físicas de um alacrau, ou seja, trata-se do mesmo animal. A palavra escorpião, entretanto, vem do latim scorpio omis.
Onde cada termo é usado?
Geralmente, em países cuja língua ou parte dela vem do latim, as pessoas costumam usar a palavra escorpião para se referir a esses animais. É o caso, por exemplo, dos Estados Unidos.
O termo mais usado e difundido nesse país é escorpião, ou scorpion, em inglês. No entanto, em certas regiões rurais, a palavra alacrau é a mais usada. Portanto, dependendo do estado em que você estiver, você ouvirá uma palavra ou outra.
Algo semelhante acontece no México. Os mexicanos que vivem mais ao sul do país usam a palavra alacrau, especialmente para se referir às espécies que são venenosas. Esse é outro uso dado às diferentes palavras, visto que a associação com o veneno parece ser mais difundida em relação ao alacrau, e não ao escorpião.
Nas regiões do norte do México, por haver uma maior influência americana, a palavra escorpião é a mais difundida, em vez de alacrau.
Por outro lado, em países como a Espanha, a palavra mais usada é alacrau. Isso ocorre porque esse país viveu sob influência árabe durante vários séculos e, portanto, muitos termos dessa origem persistem na língua.
Porém, em certas regiões desse país, a palavra alacrau está quase obsoleta e quase não é usada. Na verdade, usa-se a palavra alacrau para se referir a outros animais, como os grilos, por exemplo, que nada têm a ver com os escorpiões.
Além disso, em certas partes da Espanha, a palavra escorpião é muito mais difundida do que alacrau, ou então o termo escorpião é usado para se referir a espécies maiores enquanto alacrau é usado para as espécies pequenas.
A família Typhlochactidae, os verdadeiros alacraus
Dentro da família Typhlochactidae existe um gênero descrito por Francke em 1982 chamado Alacran e que possui três espécies: Alacran chamuco, Alacran tartarus e Alacran triquimera.
Todas essas espécies habitam o México e têm hábitos cavernícolas, ou seja, vivem em cavernas. Alguns desses artrópodes são difíceis de detectar, pois podem viver a até 900 metros de profundidade.
O fato de viverem nesse tipo de ambiente faz com que esses alacraus tenham características distintivas. Por exemplo, eles não possuem ocelos – olhos simples – e as suas articulações, cada segmento dos seus membros, são alongadas.
Além disso, todos apresentam uma coloração terrosa, ou seja, semelhante ao solo em que vivem. Também são relativamente pequenos em tamanho, medindo entre quatro e seis centímetros de comprimento. Embora tenham veneno, não representam um perigo para os humanos.
Alacrau e escorpião são o mesmo animal
Embora em algumas regiões seja mais usada a palavra escorpião enquanto em outras se usa a palavra alacrau, as únicas razões para isso são a cultura e os costumes. Portanto, podemos ver diferenças no uso dos termos, mas, no final das contas, ambos fazem referência ao mesmo animal.
Portanto, sugere-se que não há diferenças físicas ou características específicas para diferenciar um animal do outro. Assim, qualquer pessoa é livre para usar a palavra que preferir sem cometer nenhum tipo de erro.
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