As doenças mais frequentes em cavalos de competição
Escrito e verificado por a veterinária Érica Terrón González
Existem vários fatores que tornam os cavalos de competição mais propensos a patologias locomotoras. Normalmente, são raças especializadas de crescimento rápido, com tendência genética a sofrer dessas doenças. Além disso, o esforço contínuo também pode promovê-las.
Por mais graciosos e resistentes que possam parecer, os cavalos podem ficar doentes rapidamente se certas dicas não forem seguidas. Portanto, apresentamos a seguir as patologias mais comuns em cavalos de competição e como preveni-las.
Lesões no casco
O casco, ou pé, talvez seja a parte mais importante da anatomia de qualquer animal corredor. Os cascos dos cavalos de corrida, por exemplo, estão continuamente submetidos a:
- Erosão das trilhas arenosas.
- Mudanças de ferradura.
- Banhos constantes.
- Longas estadias em pequenos boxes.
Qualquer doença que afete os cascos interromperá o treinamento, sejam lesões, abscessos, golpes, etc. A abordagem da patologia pode ser complicada, uma vez que o controle antidoping impossibilita sistemicamente a administração de medicamentos, inclusive anti-inflamatórios.
Lesões ósseas e articulares em cavalos de competição
A seguir, vamos falar sobre as lesões ósseas e articulares mais frequentes nesses animais.
Fraturas da primeira falange
As fraturas longitudinais são as mais comuns. Elas costumam aparecer abruptamente no final de um treinamento ou uma corrida muito exigente. É comum que piorem a partir de então, o que pode até comprometer as articulações da falange.
Mais complicadas são as fraturas cominutivas (dois ou mais fragmentos). É possível tratá-las com cirurgia ou com imobilização, mas a vida esportiva do animal deve ser encerrada.
Sesamoidite
Como o próprio nome sugere, é a inflamação dos ossos sesamoides, ossos auxiliares que ajudam a sustentar a pata. É bastante comum em cavalos de corrida, novamente, devido à superexposição dos membros ao esforço. É um problema que, apesar do repouso, tende a reaparecer quando o cavalo retoma o treinamento. Portanto, é necessário procurar a causa subjacente, como um defeito de equilíbrio.
Uma das complicações da sesamoidite é a fratura desses ossos por excesso de tração. Se ambos os ossos forem afetados, haverá uma perda total de suporte para a pata.
A rápida intervenção cirúrgica pressagia um prognóstico bastante favorável. Porém, se o ligamento suspensor também estiver rompido, não será possível retomar a atividade esportiva.
Doença do metacarpo dorsal
Esse nome abrange uma série de lesões nos ossos metacarpais, típicas de cavalos de corrida jovens. Essas lesões são decorrentes de exercícios contínuos, que continuamente inflamam o osso e o periósteo. O resultado serão microfraturas do osso, hemorragias e, por fim, a formação do calo ósseo. Recuperar um membro nessas condições é difícil.
A prevenção é o melhor remédio para essa doença. Por exemplo, não iniciar um treinamento forte com animais muito jovens, que têm o esqueleto imaturo.
Tendinite em cavalos de competição
É sobre a inflamação dos tendões, no caso o flexor digital superficial e profundo. Geralmente, a causa é o estresse excessivo ou alongamento devido ao estresse mecânico.
O primeiro sintoma é a inflamação na área, conhecida como “tendões arqueados”. Como nem sempre produz claudicação, às vezes passa despercebida pelo cuidador.
Isso é um problema, pois o cavalo continuará a treinar e a lesão vai piorar, o que pode levar à fibrose. Um tendão fibroso não terá a mesma elasticidade de outro saudável e limitará as capacidades esportivas do cavalo.
Por esse motivo, o tratamento deve incluir exercícios leves, por exemplo, em piscinas adaptadas para fisioterapia em animais de grande porte.
Osteocondrite dissecante
É uma doença do desenvolvimento da cartilagem articular relativamente frequente em cavalos. Essa cartilagem fica mais fraca do que o normal e se fragmenta com o exercício intenso. Os fragmentos resultantes podem ficar parcialmente presos ao osso ou soltos, flutuando ao redor da articulação.
Osteoartrite ou doença articular degenerativa
É muito comum em cavalos de corrida. Afeta mais comumente as articulações mais móveis, como o carpo e a pata. O esforço excessivo das articulações favorece a degeneração da cartilagem articular e da cápsula sinovial. Isso desencadeia um ciclo vicioso de trauma e inflamação, levando a danos permanentes nas articulações.
Hoje, o uso de precursores do ácido hialurônico está sendo estudado como tratamento, pois estimulam sua produção natural na articulação.
A doença muscular mais comum em cavalos de competição: rabdomiólise
A origem da rabdomiólise é desconhecida, mas há um fator comum para muitos dos casos: após vários dias de descanso, com uma dieta rica em grãos, segue-se um treinamento vigoroso. Os sintomas que isso produz incluem:
- Dor e relutância em se mover.
- Suor excessivo.
- Aumento da frequência cardíaca.
- Endurecimento das massas musculares.
- Urina de cor escura (mioglobinúria).
Em suma, há uma grande variedade de tratamentos, a maioria deles corrigindo a má condição muscular. É o caso das vitaminas B1 e E, selênio, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares.
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