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Três doenças reprodutivas que um cachorro pode ter

4 minutos
O aparelho reprodutor é o protagonista de muitas das consultas no atendimento veterinário de cães e gatos. Neste artigo, vamos mostrar três condições que podem fazer com que seu cão precise de cuidados.
Três doenças reprodutivas que um cachorro pode ter
Érica Terrón González

Escrito e verificado por a veterinária Érica Terrón González

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Os cães domésticos machos podem sofrer de inúmeras condições reprodutivas, mas talvez elas sejam subestimadas com mais frequência porque as doenças das fêmeas chamam mais a atenção.

Essa crença é compreensível até certo ponto, visto que as fêmeas têm um “mecanismo” a priori mais complexo. Mesmo assim, quando se trata de doenças, os machos não ficam muito atrás. A seguir, vamos mostrar as três doenças reprodutivas mais comuns que um cachorro macho pode apresentar.

1. A temida parafimose

O termo parafimose se refere a uma condição na qual o pênis não consegue retornar ao seu lugar habitual dentro do prepúcio. As causas são variadas, mas se destacam as seguintes:

  • Orifício prepucial muito pequeno (ou prepúcio muito curto), geralmente por causa de defeitos congênitos.
  • Pele ou pelos que impedem que o prepúcio retorne ao seu lugar natural.
  • O caso mais raro: uma condição neurológica que impede a retração do pênis.

O problema é que essa condição, se não for resolvida rapidamente, pode se tornar uma emergência. O prepúcio comprime a glande de forma a impedir o retorno venoso. Isso desencadeia um edema e a sua inflamação, deixando exposta uma mucosa muito sensível, sujeita a ulcerações e necrose.

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O que devemos observar para suspeitar dessa patologia e como ela deve ser tratada

O mais evidente será a visualização do pênis sempre fora do prepúcio, avermelhado e inflamado, além do claro desconforto do animal, lambidas excessivas e sinais de dor na regiãoÀs vezes, ele pode se machucar e até mesmo se automutilar.

Para reduzir a inflamação, pode ser suficiente aplicar gelo na área e um lubrificante para permitir a retração do pênis. Na maioria dos casos, o animal irá resistir a essa manipulação e pode ser necessária uma leve sedação.

Isso pode ser benéfico, pois a sedação produz uma vasoconstrição generalizada, ajudando a reduzir a inflamação.

Se a causa subjacente for um defeito congênito do prepúcio, pode ser necessária uma cirurgia para aumentar o orifício. Se o órgão já estiver necrótico, a única opção será a amputação.

2. Torção testicular

A rotação de um dos testículos sobre o seu eixo vertical (ou seja, sobre o cordão espermático) é bastante grave e pode ocorrer por diversos motivos que levam à ruptura do ligamento escrotal. As consequências incluirão:

  • Oclusão dos vasos sanguíneos que irrigam o testículo, causando primeiramente um inchaço e a sua posterior necrose.
  • Oclusão dos canais deferentes.
  • Danos nos nervos que irrigam o testículo.

Existe uma patologia na qual a torção testicular é bastante frequente. Trata-se dos testículos intra-abdominais neoplásicos. Quando aumentam muito de tamanho, tracionam o ligamento e acabam rompendo-o.

Como o diagnóstico é confirmado? Será necessário operar?

É possível suspeitar de torção testicular quando o animal apresenta dores e testículos inflamados. De fato, o cachorro pode até mesmo se recusar a andar ou se automutilar na área.

Sem dúvida, esses sintomas só serão úteis se o testículo estiver no lugar, isto é, se não houver criptorquidia. Nas torções testiculares intra-abdominais, geralmente há uma maior piora do estado geral do cachorro e é possível palpar uma massa firme dentro do abdome caudal.

De qualquer forma, a torção de um testículo exigirá correção cirúrgica, mas pode ser necessário estabilizar o paciente previamente se a sua circulação estiver comprometida há muito tempo.

3. Prostatite bacteriana

A próstata é uma glândula sexual acessória que os cães têm na parte posterior da bexiga, ao redor da uretra. Às vezes, essa glândula é invadida por bactérias, tais como Escherichia coli, Staphylococcus spp. ou Streptococcus spp.

A causa comum é a presença de outras patologias subjacentes, tais como hiperplasia prostática ou metaplasia escamosa. Essas doenças podem fazer com que o número de bactérias dentro da uretra prostática aumente, causando a infecção.

Diagnóstico

Em termos de sintomas, os cães vão apresentar sinais compatíveis com qualquer outra infecção, tais como febre, vômitos ou dor abdominal. É verdade que às vezes aparecem sinais locais (como o pus no orifício uretral) que podem nos dar alguma pista. Mas a confirmação será feita:

  • Por meio da palpação retal, durante a qual será avaliada a glândula dolorida e de contorno irregular.
  • Por meio de exames de sangue, nos quais haverá sinais inequívocos de infecção.
  • Através de uma cultura de urina ou até mesmo de uma citologia do esperma.
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Quais são as opções terapêuticas?

Será necessário um tratamento antimicrobiano bastante longo, pelo menos até que nenhuma bactéria seja encontrada no fluido prostático. Só assim vamos evitar que a doença se torne crônica. Contudo, caso se torne, será necessário operar.

A administração de hormônios para reduzir o tamanho da próstata pode ser útil. Mas atenção! A administração contínua de estrogênios pode causar uma metaplasia prostática. E, como vimos anteriormente, isso predispõe a uma nova prostatite.


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  • King L, Boag A. BSAVA manual of canine and feline emergency and critical care. 2nd ed.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.