Dois machos de doninhas europeias foram soltos na natureza
Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez
Uma boa notícia para uma das espécies mais ameaçadas na Europa: dois exemplares de doninhas europeias nascidas em cativeiro foram libertadas em La Rioja, Espanha. Os cientistas esperam que eles tenham descendentes totalmente selvagens.
Embora muitas das espécies criadas em cativeiro nunca sejam libertadas na natureza, existem programas de conservação para espécies que estão liberando animais nascidos em cativeiro. Exemplos como o do bisão-europeu se unem ao trabalho feito por um zoológico na Espanha, bem como outros centros de criação.
De onde vieram essas doninhas europeias?
As doninhas europeias protagonistas desta iniciativa se chamam Lenito e Laminero, dois espécimes de dois anos. Eles foram criados na Fundação para Pesquisa em Etologia e Biodiversidade, um centro de conservação de Toledo.
Estes dois animais viajaram para um zoológico espanhol conhecido como Parque Sendaviva. O centro de Navarra cria doninhas para serem libertadas, embora neste caso tenha funcionado como um prelúdio para a liberação para adaptar os animais ao clima da região.
Como ocorreu o processo de liberação?
Inicialmente, ambos os machos foram soltos em grandes jaulas, onde tinham a possibilidade de caçar e pescar. Entretanto, não estavam suscetíveis ao contato com grandes predadores ou pessoas que cruzassem seu caminho. Os animais ficaram nessas jaulas grandes por cerca de um mês.
Estas doninhas foram radiomarcadas para que os cientistas pudessem acompanhar as suas desventuras durante os seus primeiros meses em liberdade nas proximidades do rio Ebro.
Esta área foi, em outras épocas, um dos pontos com maior concentração de doninhas europeias, mas atualmente elas se tornaram um animal difícil de ser encontrado.
Por que é importante soltar essas doninhas europeias?
As doninhas europeias são um dos mustelídeos mais emblemáticos da fauna europeia. Entretanto, correm um sério risco de extinção.
A principal razão para o seu declínio é a liberação de uma das espécies exóticas invasoras mais letais para esta espécie: o seu parente, a doninha americana.
Estima-se que, devido a essa competição direta, existam menos de 600 doninhas europeias na península. Ou seja, esse pequeno mamífero ligado aos rios é considerado uma espécie em extinção.
Esses animais compartilham o mesmo nicho ecológico. Isso significa que compartilham os mesmos recursos nos mesmos ecossistemas, e competem diretamente entre si para a sua sobrevivência.
O problema sério é que a doninha europeia dificilmente ganha desse seu parente americano, saindo sempre prejudicada, o que a leva à tendência de desaparecimento.
A doninha americana chegou aos rios europeus por causa do ser humano. Elas eram criadas pela indústria de peles, mas diversos exemplares escapavam, às vezes acidentalmente e outras liderados por grupos de animais.
Então, infelizmente, a solução vai ser erradicar a doninha americana da natureza local. A falta de centros de resgate de animais silvestres impossibilita que todos esses animais vivam em cativeiro, razão pela qual são caçados.
Paralelamente, espécimes europeus de doninhas estão sendo liberadas em suas antigas áreas de distribuição histórica. Antigamente, o País Basco, La Rioja, Navarra e Castela e Leão tinham milhares de doninhas europeias em seus rios. Será que esse carnívoro carismático retornará para se estabelecer pela região?
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.