Logo image
Logo image

Gatas esterilizadas podem ter relações sexuais?

5 minutos
Existem certos comportamentos que podem sugerir aos tutores que suas gatas esterilizadas estão no cio, mas surge a questão de saber se é possível para elas terem relações sexuais. Nós vamos te contar!
Gatas esterilizadas podem ter relações sexuais?
Samuel Sanchez

Revisado e aprovado por o biólogo Samuel Sanchez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Depois de esterilizar suas gatas, alguns responsáveis começam a identificar comportamentos semelhantes ao cio, e é normal que eles se perguntem se as gatas esterilizadas podem fazer sexo com outros felinos. Por esse motivo, nas linhas a seguir falaremos sobre a esterilização nesses animais de estimação e a possível origem desses comportamentos para solucionar a questão.

Conhecer o ciclo reprodutivo (e como interrompê-lo) dos felinos domésticos é essencial, uma vez que os gatos selvagens são um sério problema para a fauna nativa de muitas regiões. Você sabia que esses animais matam até 22 bilhões de mamíferos a cada ano nos Estados Unidos? Segundo a revista Nature, é necessário controlar o número de filhotes que os gatos têm para interromper essa tendência.

Esterilização e castração não são a mesma coisa

Comecemos lembrando que a esterilização pode ser cirúrgica ou não, e não envolve a retirada dos órgãos sexuais de gatas ou gatos. No caso das fêmeas, consiste em amarrar as trompas. Por isso, os hormônios sexuais continuam a ser secretados e, portanto, ocorre o cio.

No entanto, a esterilização costuma ser confundida com a castração, na qual ocorre a eliminação dos órgãos reprodutivos, conforme explicam os artigos profissionais. Há duas maneiras de realizar o procedimento: a remoção dos ovários ou ovariectomia ou remoção completa dos ovários e do útero ou ovariohisterectomia. Em ambos os casos, os hormônios sexuais não são secretados a posteriori.

Quando os órgãos sexuais dos felinos são extraídos, os comportamentos típicos do cio desaparecem quase completamente.

Sintomas de que as gatas estão no cio

Não é fácil para todos os tutores diferenciar os comportamentos de cio das gatas, muito menos se elas já tiverem sido submetidas à cirurgia. Portanto, antes de resolver a questão se é ou não possível que gatas esterilizadas tenham relações sexuais, vamos revisar os sintomas que confirmam o cio:

  • Vocalização ou miado excessivo.
  • Atitude nervosa e inquieta.
  • Desejo de ser acariciada, de esfregar a cabeça e de se esfregar em algumas superfícies.
  • Elevação da cauda e patas traseiras empinadas.
  • Desejo de rolar no chão.
  • Vulva inchada.

 

Some figure

Gatas esterilizadas podem ter relações sexuais?

Gatas esterilizadas podem ter relações sexuais porque entram no cio normalmente, já que amarrar as trompas não afeta a atividade hormonal. É um método de controle que evita ninhadas indesejadas, mas que, ao contrário da castração, permite que as gatas tenham uma vida sexual normal, após a recuperação da ferida.

No entanto, se um responsável identificar que sua gata apresenta sintomas de cio, é melhor consultar o veterinário que realizou o procedimento para deixar claro se se tratou de uma esterilização ou castração. Caso o profissional confirme que o segundo procedimento foi realizado, as seguintes opções devem ser consideradas:

  • Restos ovarianos ou remanescente ovariano: a castração em gatas envolve a remoção de todas as partes do sistema reprodutivo, mas pode acontecer de sobrarem restos ovarianos, ou seja, fragmentos de tecido grandes o suficiente para produzir a estimulação hormonal que leva a gata a entrar no cio.
  • Reimplante de tecido ovariano: é provável que durante a cirurgia um pedaço de tecido ovariano se desprenda e que, posteriormente, acabe sendo reimplantado e produzindo sintomas de cio.
  • Tecido ovariano ectópico: também pode acontecer de o veterinário não ter identificado tecido ovariano ectópico, que vai do ovário ao ligamento ovariano e nem sempre é fácil de detectar durante a castração.

Esses três cenários não são comuns, mas devem ser considerados se uma gata tiver sido castrada, mas apresentar sintomas claros de cio. Por mais estranhas que sejam esses quadros, é essencial informá-los ao veterinário.

Uma gata esterilizada pode engravidar?

Vamos ser claros: nem as gatas esterilizadas nem castradas podem engravidar. Os dois procedimentos são diferentes, mas ambos evitam que os animais de estimação engravidem. Se falarmos de uma gata esterilizada, ela poderá ter relações sexuais, mas não engravidará. Por outro lado, uma gata castrada sem complicações não terá comportamentos reprodutivos de qualquer tipo.

Por sua vez, a gata castrada que tem alguma condição que a leva a apresentar sintomas de cio pode ter relações sexuais, mas também não engravidará. Esse método é 100% seguro, pois é preciso lembrar que não existe útero onde o feto deveria ser implantado. Nesse caso, a recomendação após a confirmação de que o gata foi castrada é buscar a origem do problema.

Com que frequência o ciclo aparece em gatas esterilizadas?

Como explicam artigos científicos, a gata doméstica é poliéstrica sazonal, o que significa que exibe vários cios ao longo de uma determinada estação do ano e deixa de se reproduzir até o ciclo seguinte. Além disso, a ovulação é induzida pela relação sexual, e a estimulação sexual é necessária para que a gata seja considerada fértil e engravide.

Quanto ao cio, ele se apresenta em um ciclo de 14 a 19 dias em gatas esterilizadas sem cirurgia. Embora a maturidade sexual das gatas dependa de diversos fatores, o comum é que o cio comece a aparecer entre os 6 e 9 meses de idade.

Uma gata deve ter várias relações sexuais com machos para começar a ovular.

 

Some figure

Para saber qual é o momento ideal para esterilizar ou castrar seu animal de estimação, é necessário consultar o veterinário. Será o profissional quem também sugerirá o procedimento mais adequado, de acordo com as condições de cada animal e as necessidades do tutor. Porém, lembre-se de que ambos os procedimentos previnem 100% da gravidez.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Bavera, G. A. y C. Peñafort. Castración de machos y hembras. Cursos de Producción Bovina de Carne, FAV UNRC. 2006.
  • Sontas, B., Gürbulak, K., & Ekici, H. (2007). Síndrome de remanente ovárico en la perra: revisión bibliográfica. Archivos de Medicina Veterinaria, 39(2), 99-104. doi:10.4067/S0301-732X2007000200002
  • Stonelli, M. Particularidades fisiológicas de la reproducción en felinos. Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.31, n.1, p.71-76, 2007.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.