O gato-andino: um felino em grave perigo
O gato-andino (Leopardus jacobita) é um pequeno gato selvagem endêmico da América do Sul. É uma das espécies mais ameaçadas de extinção do continente americano e é um dos felinos mais desconhecidos do planeta. Sua distribuição se limita às regiões montanhosas dos Andes, Peru e norte da Bolívia, Chile e Argentina.
Considerado um animal sagrado por muitas tribos andinas, essa espécie tem grande valor histórico para as comunidades locais. Sua imagem está representada em pinturas rupestres gravadas por diferentes culturas altas andinas, e ele é considerado um espírito protetor das montanhas. Se você quiser saber mais sobre esse belo animal que está em perigo de extinção, continue lendo.
Como é o gato-andino?
Estamos perante um pequeno felino, com um tamanho que varia entre 74 e 85 centímetros de comprimento, com uma longa cauda anelada que ultrapassa os 40 centímetros no total. Normalmente, não ultrapassa os 35 centímetros de altura e pesa entre 4 e 7 kg. Ou seja, esse animal tem medidas muito parecidas com as de um gato doméstico.
Sua pelagem é longa e densa, cinza com manchas amarelo-avermelhadas distribuídas uniformemente em ambos os lados do corpo. A barriga é branca. As orelhas são grandes e arredondadas, o nariz é totalmente preto e as patas são curtas e robustas.
O habitat do gato-andino
Esse felino selvagem vive em ambientes áridos e rochosos, com pouca vegetação e próximo a fontes de água. Eles são encontrados em grandes altitudes, entre 3000 e 5000 metros acima do nível do mar, onde as temperaturas são extremas e fortes rajadas de vento sopram continuamente.
Como essas paisagens rochosas não são contínuas, o habitat do gato-andino – e de sua presa – é naturalmente fragmentado. Por isso, os distúrbios humanos tornam a sua extensão ainda mais difícil. A densidade das suas populações é muito baixa, pois atualmente estima-se que há cerca de 1378 indivíduos adultos na natureza, mas o número está diminuindo.
Além disso, acredita-se que o gato-andino e o gato-palheiro (Leopardus colocolo) compartilhem o território. O felino que nos interessa aqui é uma espécie mais especializada e com uma gama de recursos mais limitada do que o gato-palheiro, por isso tem menos vantagem em termos de competição interespecífica.
Devido ao seu comportamento evasivo e à dificuldade do terreno, são poucos os avistamentos deste animal. Somente por meio de técnicas avançadas, como o uso de armadilhas fotográficas e colares de rádio, foi possível calcular o número de espécimes livres.
Um animal esquivo e desconhecido
O gato-andino é um felino solitário e muito difícil de ver, por isso não sabemos muitas informações sobre seu modo de vida. Acredita-se que a sua atividade seja mais frequente à noite e na primeira metade do dia, quando provavelmente é mais fácil obter suas presas.
Foi encontrado aos pares entre os meses de julho e dezembro, e com filhotes entre outubro e abril. A mãe pode proteger sua ninhada dentro de galerias de mamíferos escavadores ou em fendas entre as rochas.
As principais presas do gato-andino são os roedores nativos, como Phyllotis xanthopygus, Lagidium viscacha, Abracoma cinerea ou Octodontomys gliroides. Foi documentado que também pode capturar pássaros, insetos e outros pequenos mamíferos.
Ameaças ao gato sagrado dos Andes
As principais ameaças enfrentadas pelo gato-andino são a caça furtiva, a escassez de presas e a perda do seu habitat. Infelizmente, esse felino é considerado sagrado nas tradições indígenas e é oferecido como sacrifício em festivais. Isso, junto com a caça furtiva para conseguir sua pele, são duas das principais ameaças à espécie.
A expansão da fronteira agrícola, o manejo inadequado da pecuária e a extração de água para uma crescente atividade mineradora e petrolífera no planalto sul-americano são atividades antrópicas que também estão alterando o habitat do gato-andino.
O monitoramento de espécimes livres, a associação entre os diferentes países que hospedam a espécie e a colaboração de ONGs como a Aliança do Gato-Andino buscam melhorar a situação desse felino selvagem. Saber mais informações sobre a sua espécie, aumentar a conscientização e mudar seu status de ameaçado de extinção é uma tarefa difícil, mas não impossível.
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- IUCN Leopardus jacobita
- ONG Alianza Gato Andino
- Felinos de Argentina
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