Mellisuga helenae: o menor beija-flor do mundo

Escrito e verificado por a bioquímica Luz Eduviges Thomas-Romero

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Mellisuga helenae é uma ave que só pode ser encontrada em um país: Cuba. Certamente, é uma miniatura absoluta, mesmo entre os beija-flores. Mede cerca de 5 centímetros do bico à cauda e pesa cerca de 1,8 gramas, menos de um centavo.

Esses beija-flores podem muito bem ser uma inspiração para os contos de fadas, não apenas por seu pequeno tamanho, mas por todos os aspectos de sua vida. Por exemplo, a fêmea constrói um ninho de apenas 3 centímetros de diâmetro e seus ovos são do tamanho de uma ervilha.

A plumagem de Mellisuga helenae

Os machos adultos desta espécie têm um capacete vermelho e um gorjal, com projeções que se estendem pelas laterais do peito. Tanto o capacete quanto o gorjal têm um brilho iridescente que pode variar do vermelho rubi ao laranja, dependendo da luz.

As partes superiores do macho são azuis aqua, enquanto as partes inferiores são brancas com lados azuis aqua. Tem uma cauda serrilhada que é azul com toques de preto nos cantos.

Curiosamente, os machos imaturos se parecem com as fêmeas a olho nu, mas são menores e não possuem a cauda com ponta branca.

Por outro lado, embora as fêmeas se assemelhem aos machos adultos, elas são um pouco maiores. Elas não têm o capacete iridescente do macho e têm pontas brancas nas penas da cauda.

As maravilhosas habilidades de voo de Mellisuga helenae

É interessante aprender sobre as incríveis habilidades de voo de Mellisuga helenae. Por exemplo, os beija-flores desta espécie, mais do que qualquer outra, são conhecidos por passar grande parte de suas vidas voando. Na verdade, suas pequenas patas só podem ser usadas para empoleirar eventualmente.

Por esta razão, eles têm músculos de voo especialmente adaptados, que representam 22-34% do seu peso corporal total. Mellisuga helenae (e outros beija-flores) também são equipados com uma grande quilha e asas cônicas, que os ajudam a voar.

Sua anatomia permite que eles movam suas asas em um padrão de oito, permitindo que permaneçam estacionários no ar. Para isso, em todas as espécies de beija-flores, as articulações dos ombros permitem que as asas girem 180 graus.

Os beija-flores são capazes de voar para cima, para baixo, para trás e até de cabeça para baixo.

Em voo, as pequenas asas do beija-flor batem cerca de 80 vezes por segundo. E durante um voo de cortejo, os machos podem bater suas asas 200 vezes por segundo!

Canto e comunicação

Tanto machos quanto fêmeas interagem usando canções que são simples, agudas e pouco atraentes para o ouvido humano. Isso ocorre porque Mellisuga helenae é capaz de fazer uma variedade de sons vocais que incluem tudo, desde guichos a gorjeios. Além disso, muitos de seus cantos consistem em uma única nota repetida e cada uma dura menos de um segundo.

A análise dessas melodias mostrou variações em suas canções entre diferentes leks e até mesmo entre machos individuais dentro da mesma assembleia de canto.

Hábitos alimentícios

Tal como acontece com todos os beija-flores, Mellisuga helenae desenvolveu adaptações em sua língua longa e protrátil para obter de forma mais eficiente o néctar das flores, além de insetos e aranhas.

Os beija-flores Mellisuga helenae consomem seu peso em néctar e insetos todos os dias. Mas há uma vantagem: as flores que o beija-flor visita são difíceis de serem exploradas por outros pássaros e insetos. Por esta razão, os beija-flores têm pouca competição por sua fonte de alimento.

Devido ao seu rápido metabolismo, esses beija-flores requerem uma alta ingestão de nutrientes e passam até 15% do tempo comendo. Eles preferem néctar com concentrações de sacarose de 15 a 30%. Esta espécie de beija-flor é capaz de visitar até 1.500 flores em um único dia.

Sabe-se que os beija-flores vivem até 7 anos na natureza e 10 anos em cativeiro.

Mellisuga helenae é uma espécie quase ameaçada

Em Cuba e na Jamaica, os beija-flores são importantes para a polinização de várias flores. A este respeito, foi demonstrado que flores, como a Solandra grandiflora e o arbusto escarlate, evoluíram para tornar o seu néctar acessível apenas a esta espécie. Dessa forma, diz-se que a relação entre essas aves e as plantas mencionadas é de codependência.

Embora desempenhem um papel importante na polinização e sejam um animal extraordinário por si só, a verdade é que esta pequena ave está classificada como ‘quase ameaçada’ porque tem uma população moderadamente pequena, que está diminuindo rapidamente como resultado da perda e degradação da floresta.