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O macaco verde, do Egito aos laboratórios

4 minutos
O macaco verde, do Egito aos laboratórios
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O macaco verde convive com o ser humano há milênios, o que pôde ser comprovado pela descoberta de animais mumificados.

A varíola e a poliomielite foram erradicadas graças a ele e, além disso, auxiliou no progresso do estudo da AIDS e da hipertensão.

O macaco verde é um tipo de primata bastante singular. Apesar de ser pouco conhecido no Ocidente, ele teve um grande impacto em nossa vida. Além disso, tem se relacionado com o ser humano há milênios.

Características do macaco verde

O macaco verde é um dos seis membros do gênero Chlorocebus, um grupo de primatas africanos dentro dos cercopitecinos. Nele, são encontrados outros primatas, como o babuíno ou os macacos.

As seis espécies do macaco verde têm poucas diferenças. Sua classificação taxonômica sofreu várias revisões e elas se hibridizam e compartilham território. Por isso, falaremos indistintamente delas aqui.

Em relação às suas características físicas, trata-se de um primata de tamanho médio que não ultrapassa os seis quilos.

Além disso, seu pelo é marrom, com tons esverdeados e dourados. Ele possui um pelo amarelado na barriga, coxas e bochechas, e seu escroto é azul. As cores dos pelos variam pouco entre as diferentes espécies.

Habitat do macaco verde

Juntas, as diferentes espécies de macaco verde são os primatas não humanos mais abundantes na África.

Eles vivem em quase 40 países diferentes, da Etiópia ao Senegal. Dessa forma, os limites de sua distribuição de norte a sul são marcados pelo Saara e a ponta da África do Sul.

São primatas muito bem-sucedidos. Ou seja, não só conquistaram quase toda a África, como também se tornaram uma das espécies invasoras mais notáveis.

Para se ter uma ideia, foram vistos roubando coquetéis de turistas em Cabo Verde e no Caribe.

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Comportamento do macaco verde

Sua enorme variedade de habitats mostra que o macaco verde é uma espécie generalista que pode se adaptar a vários ecossistemas.

Uma das razões é porque possui uma das mais variadas dietas dentre os primatas. Pode consumir flores, fungos, bagas, pequenos mamíferos, insetos ou folhas.

Isto significa que ele se adaptou a ambientes muito distintos, alguns deles com uma enorme presença humana e de pequena extensão.

Por isso, o comportamento dos macacos verdes que encontramos no Senegal é diferente do dos encontrados nas ilhas do Caribe.

Este animal vive em grupos multi-femininos e multi-masculinos. Além disso, falamos de uma das milhares de espécies em que as fêmeas governam e que permanecem no grupo por toda a vida. Por outro lado, os machos abandonam os grupos quando atingem a maturidade sexual.

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Os grupos geralmente têm em média cerca de 25 indivíduos, embora esse número possa variar. A comunicação do macaco verde é muito rica e interessante.

Eles têm chamados indicadores para predadores terrestres, aéreos e de cobras. Além disso, a forma de sua aprendizagem tem sido muito estudada.

O macaco verde e antigo Egito

A relação do macaco verde com a nossa espécie é muito interessante, mesmo que você provavelmente nunca tenha ouvido falar dele. Essa relação remonta há mais de 4.000 anos e ainda permanece no presente.

O macaco verde era uma espécie venerada no antigo Egito, um dos primeiros países a perceber que ter um macaco como animal de estimação é muito perigoso. Por isso, atualmente, isso é proibido em muitos países.

Além disso, se encontrou muitos indícios desta espécie no Vale do Rift, e até mesmo restos de macacos verdes com colares de ferro ou mumificados. Isto mostra a relação destes animais no Egito antigo.

Eles também descobriram murais de macacos verdes na Europa há milhares de anos, o que mostra os primeiros contatos entre o antigo Egito e os povos do Mar Egeu. Trata-se de um assentamento pré-histórico de Santorini, no qual foram encontradas pinturas que descrevem este primata.

O macaco verde e o ser humano no presente

No entanto, a relação do ser humano com o macaco verde atualmente não é tão distante. O rim desse primata foi usado para fazer culturas celulares que permitiram erradicar doenças como a varíola e a poliomielite.

Além disso, e infelizmente para esses animais, o ser humano faz várias experiências com eles. Embora isso seja visto como cruel por muitas pessoas, a verdade é que, graças ao sacrifício desses animais, avançamos décadas no estudo da hipertensão e até mesmo da AIDS.

Apesar de tudo, o macaco verde não é apenas um dos primatas com maior distribuição, mas também um dos poucos que não corre risco de extinção.

Isto faz com que os macacos verdes sejam considerados uma praga, já que se adaptaram para roubar comida em plantações, mercados ou zonas turísticas.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.