Os sentidos das cobras: conheça-os aqui!
Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez
Os sentidos das cobras são muito peculiares, por isso elas são muito precisas em suas ações, embora a maioria não ofereça tanto perigo para os seres humanos.
Na verdade, elas geralmente atacam por acidente, como quando pisamos nelas sem querer.
Visão, audição e olfato são alguns dos sentidos que formam a imagem que temos do mundo.
Entretanto, os ofídios possuem uma forma especial de captar a informação que os rodeia. Dessa forma, hoje explicaremos os sentidos das cobras.
Sentidos das cobras: audição
As cobras podem deslocar sua mandíbula e engolir grandes animais, como búfalos. Isso é possível graças à sua formação óssea, que não é unida da mesma forma como a dos mamíferos.
Um dos sacrifícios necessários por conta dessa estrutura óssea é ter a audição menos desenvolvida.
Os ofídios carecem de ouvido externo e tímpano, o que levou muitos a crer que são surdos. Entretanto, a verdade é que eles possuem um osso conhecido como columela auris, que é similar aos estribos dos mamíferos.
O columela auris é envolvido por tecidos e conectados ao líquido do ouvido interno, por onde são transmitidas as vibrações.
Elas não distinguem bem os sons transmitidos pelo ar, já que as cobras são especializadas em detectar vibrações no solo.
Os passos das presas e outros movimentos são captados por todo o corpo graças a um agudo sentido de tato, especialmente se apoiam a mandíbula inferior, que tem contato direto com a columela auris.
Nos ofídios, os sentidos do tato e do ouvido se unem para detectar as vibrações de forma milimétrica.
Sentidos das cobras: visão
O olho das cobras é muito similar ao de outros vertebrados. Entretanto, as serpentes possuem uma escapa ocular que muda junto à pele e que é transparente, no lugar de uma pálpebra.
Algumas cobras, como as subterrâneas, possuem olhos primitivos que não detectam cores. Apesar disso, a maioria das serpentes, em especial as diurnas, possuem pupilas redondas.
Além disso, seus olhos possuem cones e bastonetes, as células encarregadas de diferenciar detalhes, luz e cor.
Devemos lembrar que as cobras passam sua vida no solo, onde há várias barreiras visuais. É por isso que seu grande sentido de visão, como o das aves de rapina, termina pouco utilizado.
A arma secreta das cobras: o calor
Entretanto, é a detecção de luz infra-vermelha que faz com que algumas serpentes sejam autênticas especialistas na detecção de presas.
Cobras como cascáveis, pítons ou jiboias podem detectar variações térmicas. Esse poder de detecção é tão desenvolvido que elas podem sentir variações térmicas de até 0,001 ºC graças a suas cavidades termorreceptoras.
Enquanto cobras venenosas têm cavidades em cada lado do focinho, semelhante a narinas, algumas cobras constritoras, como pítons e jiboias, têm fossas labiais em maior número, embora sejam menos sensíveis.
Isso faz com que as cobras com capacidade termorreceptora possam detectar presas e caçá-las em completa escuridão.
Esse é o motivo pelo qual essas cobras não podem ficar quietas e deixar de emitir vibrações. Já que sua vista não é tão aguda, sua detecção de calor as torna infalíveis.
Sentidos das cobras: olfato
Um dos sentidos das cobras mais impressionantes é o olfato. Elas possuem um órgão conhecido como órgão vomeronasal, também chamado de ‘órgão de Jacobson’.
Ele está presente em muitos animais, inclusive nos humanos, embora muitos creiam que não é funcional.
O que esse órgão faz é captar feromônios e outros compostos químicos. Muitos desses compostos podem ser captados pelo sentido do olfato.
Para isso, eles devem entrar em contato diretamente com o tecido do órgão de Jacobson para serem detectados. Além disso, para serem transportados ao órgão, a cobra usa sua língua.
É por isso que vemos as cobras estirando sua língua bífida para provar o ar. Alguns acreditam que a forma bífida da língua as permite afinar a direção dos estímulos químicos que são detectados pelo órgão vomeronasal.
Embora as cobras também possuam o sentido do olfato comum, seu sistema olfativo é muito menos desenvolvido que em outros animais. Dessa forma, é o órgão de Jacobson que as permite rastrear presas e, inclusive, reconhecer familiares.
Portanto, embora os sentidos das cobras tradicionais não se destaquem por serem agudos, a detecção de calor, de substâncias químicas e de vibrações as torna perfeitas caçadoras.
É importante destacar que a maioria das cobras não é perigosa para o ser humano. Além disso, elas geralmente fogem de nossa presença quando detectam nossas enormes vibrações, apenas nos atacando quando não há outra opção.
É por isso que os ataques de cobras ocorrem muitas vezes por acidente, quando, por exemplo, pisamos nelas.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.