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Parque nacional mais antigo da África afetado pelo petróleo

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O governo do Congo "concedeu" quase um quarto de sua grande reserva natural para a exploração de petróleo. Uma notícia que abalou vários ambientalistas.
Parque nacional mais antigo da África afetado pelo petróleo
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 27 dezembro, 2022

No final de junho de 2018, veio a notícia: o mais antigo parque nacional da África foi declarado zona de interesse do petróleo, por isso será explorado para sua extração. O projeto não afeta apenas o famoso parque Virunga, mas também o de Salonga.

Riscos da exploração de petróleo

O Governo da República Democrática do Congo anunciou que 21,5% do parque nacional mais antigo da África será dedicado à exploração de petróleo, o que corresponde a um total de 172.000 hectares.

O Parque Virunga é um Patrimônio Mundial da UNESCO e é o lar do gorila-da-montanha, um primata único.

No caso de Virunga, a população de gorilas-da-montanha atingiu recentemente mil espécimes. Acrescente a isso que o mais antigo parque nacional na África também faz parte do habitat de elefantes e hipopótamos. A ONG Global Witness denunciou este projeto, que teria sérias consequências para a natureza congolesa.

O território dos gorilas foi protegido graças ao trabalho de heroínas como Dian Fossey, que deu a vida pela preservação do parque nacional mais antigo da África.

A espetacular recuperação dos gorilas-da-montanhas em Virunga deve-se muito a essa mulher, que foi assassinada por um caçador ilegal.

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Violência no mais antigo parque nacional da África

Esta intenção de abrir Virunga para a exploração de petróleo se soma à delicada situação anterior, já que o parque foi recentemente fechado ao turismo.

O fechamento se deu por causa de uma onda de incidentes, que resultou em episódios de violência extrema e assassinatos de guardas-florestais.

O parque nacional mais antigo da África abrange 7,8 mil quilômetros quadrados, que se estende pelo norte do lago Kivu, na fronteira com Uganda e Ruanda.

O parque sempre foi assediado por caçadores e grupos paramilitares, responsáveis ​​pelos assassinatos que levaram ao fechamento desta reserva natural.

No entanto, devemos nos lembrar de que esta área sempre foi marcado pelo conflito; devido às guerras no Congo, a segunda guerra mais sangrenta após a Segunda Guerra Mundial.

Uma das razões é o controle das minas de coltan, que agora podem ser adicionadas às das zonas de petróleo.

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Salonga, esse grande desconhecido

Ainda não se sabe qual parte do território será retirado do Parque Nacional Salonga. Mas sabemos que o bonobo, assim como vários outros grandes símios, serão prejudicados com a medida.

Salonga abriga 40% da população de bonobos, um primata muito especial, já que é um dos poucos grandes símios com sociedades matriarcais.

Apesar da crença popular, chimpanzés e bonobos estão similarmente relacionados aos seres humanos. Eles se separaram de nós, no nível evolucionário, praticamente no mesmo período.

No entanto, Salonga possui o título de maior reserva florestal natural da África, já que abrange mais de três milhões e meio de hectares.

Essa floresta tropical também serve como um refúgio para elefantes e rinocerontes brancos. Foi possível evitar a caça ilegal, mas não uma guerra civil que devastou um dos países mais pobres do mundo.

Além disso, a ameaça que a exploração de petróleo representa para os dois parques é sem precedentes.

Apenas alguns anos atrás, um documentário denunciou as intenções da empresa britânica SOCO de realizar perfurações de petróleo, porém a pressão social conseguiu interromper tal atividade.

Assim, esperamos que desta vez a mesma coisa aconteça e a atual existência de ambos os parques seja garantida.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.