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Hábitos e características da perereca de vidro

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Existem mais de cem espécies, distribuídas em três gêneros, dentro da família das pererecas com pele translúcida. Elas são conhecidas como pererecas de vidro.
Hábitos e características da perereca de vidro
Última atualização: 29 novembro, 2019

Em uma perereca de vidro, as vísceras ficam visíveis, e quem a observar com atenção poderá ver o coração bombeando o sangue para as artérias. Além disso, também é possível observar os alimentos se movendo através do intestino.

Até o momento, não há uma explicação satisfatória para essa transparência, e nem todas as espécies têm a parte inferior de ‘vidro’. Vistas de cima, a maioria das pererecas de vidro tem uma cor verde clara.

As tonalidades variam desde um verde uniforme até um verde com manchas brancas ou amarelas. Devido à dificuldade de encontrar esses anfíbios, novas espécies são descritas frequentemente e, assim, a família não para de crescer.

Morfologia e comportamento da perereca de vidro

Elas são chamadas dessa forma por causa da transparência da sua pele. A maioria dos exemplares dessas espécies tem um tamanho pequeno.

Os adultos podem medir entre dois e três centímetros de comprimento, embora existam espécies nas quais uma perereca adulta pode medir até oito centímetros de comprimento máximo.

Assim como outras espécies de pererecas, as de vidro também têm falanges terminais em forma de ‘T’, intercaladas por uma cartilagem e com pontas expandidas, que ajudam na escalada.

Elas vivem no alto das árvores que circundam os córregos nas montanhas dos Andes e nas florestas nubladas da América Central e do Sul.

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A perereca de vidro é uma espécie com hábitos noturnos que aproveita o pôr do sol para coletar alimentos, principalmente pequenos insetos. Elas não costumam passar muito tempo na terra, especialmente fora da temporada de reprodução, quando procuram permanecer no alto das árvores.

Durante o dia, elas geralmente se camuflam na parte debaixo das folhas das árvores.

Reprodução

Para que o acasalamento ocorra, os machos devem primeiramente chamar as fêmeas e depois sentar-se nas folhas, pedras ou bromélias.

Quando a fêmea chega, ela não desce para a água, pois eles acasalam no local onde o macho a chamou e é lá que ela põe os ovos. Uma fêmea pode botar entre 18 e 30 ovos a cada postura.

O cuidado do pai é comum entre as pererecas de vidro. Assim, depois que a fêmea vai embora, o macho fica para proteger os ovos dos predadores e chama outras fêmeas. Essas fêmeas também depositam os seus ovos e, dessa forma, o macho terá várias ninhadas em desenvolvimento para proteger.

Quando os ovos eclodem, os girinos caem na água, onde vivem e se alimentam em meio à vegetação até se tornarem pererecas.

Um dos principais predadores dos ovos são as moscas, que depositam os seus próprios ovos sobre os da perereca de vidro. Como eles eclodem antes, as larvas se alimentam dos embriões das pererecas.

Em algumas dessas famílias, os machos cantam enquanto esperam os ovos eclodirem. Acredita-se que isso faça parte dos cuidados parentais para com os futuros filhotes.

Outros fatos curiosos

Todas as espécies descobertas até agora são semelhantes a outras pererecas em termos de aparência e cor. No entanto, as pererecas têm olhos voltados para os lados, enquanto os da perereca de vidro estão voltados para a frente.

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Alguns membros da espécie refletem a luz infravermelha quando avaliados através de fotografias que usam essa técnica. Acredita-se que essa capacidade de refletir o infravermelho possa dar uma vantagem de termorregulação para as pererecas.

As fêmeas ovíparas geralmente são maiores do que os machos, portanto, essa é uma espécie com dimorfismo sexual.

A natureza da sua anatomia e o seu tamanho pequeno fazem da perereca de vidro um ser muito frágil, exposto a grandes perigos.

Alguns espécimes desses anfíbios foram usados para pesquisar doenças como o câncer, por exemplo. A grande vantagem está em poder estudar certas reações sem precisar dissecar as pererecas. Isso também é útil para estudar como os seus órgãos funcionam sem ter que matá-las.

Algumas dessas espécies podem estar ameaçadas de extinção por causa da poluição dos rios e do rápido desmatamento das áreas onde vivem.


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https://amphibiaweb.org/lists/Centrolenidae.shtml


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