Plano de vacinação para filhotes: tudo o que você precisa de saber
A vacinação é um processo fundamental para manter a saúde dos filhotes, por isso é sempre bom conhecer a fundo seu plano geral. Isso possibilita evitar várias doenças mortais e obter proteção a longo prazo do animal de estimação. A partir de outra perspectiva, as vacinas são, na verdade, reforços do sistema imunológico que o tornam mais forte.
Embora os filhotes recebam os primeiros anticorpos de suas mães, eles não duram por toda a vida. Portanto, é necessário ter um esquema de vacinação que os proteja contra diversas patologias. Continue lendo e descubra tudo o que você precisa saber sobre o plano de vacinação desses pequenos.
O que são as vacinas?
As vacinas são substâncias que estimulam a produção de anticorpos. Essas moléculas pertencem às primeiras defesas do sistema imunológico. Portanto, sem elas o corpo não seria capaz de lutar contra os patógenos. Assim, a vacinação permite que o metabolismo resista a várias “invasões” e responda eficientemente para eliminá-las.
Tipos de vacinas
Existem vários tipos de vacinas que produzem a imunidade do organismo através de diferentes mecanismos. Cada uma varia em eficácia, segurança, via de administração e duração, embora todas sejam perfeitas para gerar proteção para o filhote. Em geral, elas podem ser classificadas da seguinte forma:
- Imunogênios ativos: são vacinas que contêm o mesmo agente patogênico que causa a doença, só que sua atividade é parcialmente reduzida ou “inativada”. Isso causa uma infecção muito leve que permite que o corpo construa imunidade.
- Imunogênios inativados: nesse tipo de vacina também é utilizado o agente causal, mas completamente inativado (praticamente “morto”). Com isso, o sistema imunológico consegue reconhecer o patógeno sem ter que sofrer com a doença.
- Vacinas de subunidades: para produzi-las, o agente patogênico é dividido em diferentes partes individuais, embora apenas as que geram imunidade sejam mantidas. Estes podem ser desde capsídeos até paredes celulares, tudo depende do tipo de doença.
- Vacinas recombinantes: novas tecnologias genômicas permitem a produção artificial de certas seções do patógeno, que são injetadas na amostra para que o sistema imunológico as reconheça.
O leite materno não protege os filhotes?
Os filhotes nascem sem um sistema imunológico pronto para defendê-los, por isso são muito suscetíveis durante os primeiros dias de vida. De fato, estima-se que a taxa de mortalidade de um recém-nascido seja em torno de 20%, mas mais de 75% das mortes ocorrem nas primeiras 3 semanas de vida.
A natureza desenvolveu diferentes mecanismos para evitar que os filhotes morram prematuramente. Um deles é o colostro que as mães produzem durante os dois dias seguintes ao parto. Esse “leite” é na verdade um líquido com grande quantidade de nutrientes e imunoglobulinas, que se tornam as primeiras moléculas de defesa do filhote.
O único problema é que a mãe só poderá proteger seus filhotes por alguns meses. Assim, é necessário começar a preparar o sistema imunitário dos pequenos para que possam se defender, o que se consegue através de um calendário de vacinação adequado.
Como é o plano de vacinação para um filhote?
O plano de vacinação para filhotes pode variar em cada país, pois é provável que certas patologias tenham maior ou menor incidência na área. Por esse motivo, é sempre melhor procurar um veterinário para saber quais são as vacinas necessárias para o seu animal de estimação. Como exemplo, o calendário geral do seu cão pode ser o seguinte:
- 5-6 semanas de idade: primeira dose da vacina contra o parvovírus.
- 8-10 semanas de vida: administração da chamada vacina polivalente que contém as primeiras doses específicas para combater a cinomose, adenovírus tipo 2, hepatite infecciosa C e leptospirose, e a segunda dose de parvovirose.
- 11-13 semanas de vida: repete-se a vacina polivalente para a segunda dose de cinomose, adenovírus tipo 2, hepatite C infecciosa e leptospirose, e a terceira dose de parvovirose. A vacinação contra a raiva (essencial em alguns países) também pode ser administrada.
- 14-16 semanas de idade: reforço da vacina polivalente para terceira dose de cinomose, adenovírus tipo 2 e hepatite C infecciosa e quarta dose de parvovirose.
- Primeiro ano de idade: aplica-se mais um reforço da vacina polivalente e em alguns casos também uma dose para raiva.
- Aplicação em caso de exposição (opcional): contra pneumonia por Bordetella bronchiseptica e parainfluenza, em dose única intranasal.
- Aplicação anual: somente para raiva, leptospirose e vacinas opcionais.
- A cada 3 anos: administração de reforço polivalente.
Quantas vezes devo vacinar meu filhote por ano?
No primeiro ano de vida você deve vacinar seu pet pelo menos 5 vezes, 4 vezes antes dos 6 meses e 1 vez quando ele completar 1 ano. Observe que essa recomendação pode variar dependendo da área em que você reside. Isso ocorre porque algumas vacinas, como a da raiva, podem ser administradas mais cedo, gerando visitas adicionais ao veterinário.
De qualquer forma, é melhor procurar um profissional de saúde animal para se informar completamente sobre o plano de vacinação dos filhotes. Alguns países possuem legislação que torna obrigatória a aplicação de vacinas adicionais, por isso é necessário estar informado sobre a situação.
Existe alguma indicação adicional?
Para vacinar seu animal de estimação, você não deve seguir nenhuma instrução adicional. Claro, tudo o que você precisa fazer é verificar se o animal está em excelente saúde antes de aplicar a vacina. Algumas patologias como o parasitismo podem reduzir a eficácia do processo de vacinação. Por isso, é melhor levar o animal a um veterinário antes para uma revisão geral.
Existem efeitos colaterais?
O plano de vacinação é essencial para a vida dos filhotes, pois permite evitar diversas patologias letais. No entanto, as vacinas não estão isentas de reações secundárias indesejáveis. Embora esses problemas sejam bastante raros, é necessário estar atento a eles por precaução. Entre os sintomas mais frequentes estão os seguintes:
- Inchaço no local da injeção.
- Perda de pelo no local da injeção.
- Coceira no local da injeção.
- Aparecimento de vergões.
- Diarreia.
- Vômito.
- Convulsões (sinal de alerta).
- Artrite.
- Apatia.
- Respiração ofegante (sinal de alerta).
- Respiração forçada (sinal de alerta).
Apesar dos efeitos colaterais que existem, o plano de vacinação pode significar a diferença entre a vida e a morte dos filhotes. Não deixe de vacinar seu pet só por medo. As reações adversas podem ser facilmente controladas, mas o mesmo não pode ser dito sobre as doenças para as quais as vacinas foram criadas.
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