Polvo-gigante-do-pacífico: características, habitat e mais informações

Todos os polvos têm uma expectativa de vida muito curta. Os polvos-gigantes-do-pacífico são alguns dos mais longevos, mas têm uma expectativa de vida de apenas 3 a 5 anos.
Polvo-gigante-do-pacífico: características, habitat e mais informações
Francisco Morata Carramolino

Escrito e verificado por o biólogo Francisco Morata Carramolino.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Os polvos são um dos animais mais chamativos que podem ser encontrados no meio marinho. Sua inteligência é incomparável entre os invertebrados e é descentralizada, de maneira que eles podem “pensar com os braços”. O polvo-gigante-do-pacífico é um exemplo claro disso.

Além disso, esses cefalópodes desenvolveram um sistema de visão semelhante ao dos vertebrados – apesar de terem percorrido um caminho evolutivo completamente diferente – e são capazes de mudar de cor e textura, o que os torna verdadeiros mestres da camuflagem.

A seguir, vamos falar do maior polvo já descoberto, o polvo-gigante-do-pacífico ou Enteroctopus dofleini. Continue com a gente se quiser aprender mais sobre esse incrível animal.

Características físicas do polvo-gigante-do-pacífico

O polvo gigante do Pacífico se destaca dos demais por seu enorme tamanho. A maioria das espécies de polvos são pequenas, mas essa atinge em média 5 metros e chega a pesar cerca de 50 quilos. Foram encontrados indivíduos muito maiores, com mais de 9 metros e 272 quilos.

Esse animal é composto pelas partes características comum a todos os polvos. De um lado, temos a enorme cabeça bulbosa, que contém 2 olhos, cérebro e a maioria dos órgãos internos.

Por outro lado, existem os 8 tentáculos ou braços, que nessa espécie podem medir de 2 a 4 metros. Estes estão unidos por uma membrana na seção mais próxima ao corpo e cobertos por 2 filas de ventosas. Cada polvo pode ter mais de 2000 ventosas no total.

Um polvo gigante do Pacífico.

Essas ventosas são estruturas capazes de se fixar com uma força incrível a todos os tipos de superfícies e presas, mas também possuem terminações sensíveis que permitem cheirar e saborear as substâncias às quais se fixam.

Os polvos também possuem um sifão, por meio do qual expelem a água como um jato para atingir altas velocidades. No centro dos tentáculos está o aparelho bucal, composto pelo bico pontiagudo de papagaio, atrás do qual está a peculiar rádula, típica dos moluscos.

Esses polvos costumam ser ásperos, de cor vermelho-tijolo em cima e pálidos por baixo, com ventosas brancas. Naturalmente, sendo mestres da camuflagem, isso pode mudar. Graças às células especializadas em sua pele, eles podem modificar sua cor e textura à vontade.

Habitat e área de distribuição

O polvo-gigante-do-pacífico é exclusivamente marinho. Sua área de distribuição consiste nas águas costeiras do norte do Oceano Pacífico. Portanto, países como Japão, Coreia, Rússia, Canadá, Estados Unidos e México têm populações desse cefalópode.

O Enteroctopus dofleini pode ser encontrado em habitats variados, mas prefere recifes rochosos com substrato arenoso, nos quais constrói pequenas tocas. Ele também prefere águas mais frias e ricas em oxigênio.

A profundidade em que essa espécie aparece varia muito ao longo de sua distribuição. As populações mais ao norte podem ser vistas em recifes entremarés na superfície, enquanto as do sul vivem até 1500 metros de profundidade.

Ecologia do polvo-gigante-do-pacífico

A reprodução do polvo-gigante-do-pacífico ocorre no verão. Durante o outono e o inverno, as fêmeas põem até 100 000 ovos, que fixam em superfícies sólidas formando fileiras.

As fêmeas cuidam muito bem dos ovos durante meses, até eclodirem. Durante esse período, as mães não se alimentam, então acabam morrendo logo em seguida. As larvas são minúsculas no início e fazem parte do plâncton, mas se desenvolvem muito rapidamente.

Alimentação

O polvo-gigante-do-pacífico é um predador noturno. Sua dieta consiste principalmente de outros moluscos – especialmente bivalves ou gastrópodes – e crustáceos decápodes – caranguejos e seus parentes. No entanto, também pode consumir ouriços-do-mar, peixes e até aves marinhas.

Esses polvos se aproximam das presas com a ajuda da camuflagem e da velocidade conquistada com seu sifão. Depois de uma série de movimentos rápidos, eles pegam suas vítimas com os braços cheios de ventosas e as carregam para sua toca.

Uma vez lá, esses cefalópodes são capazes de abrir com seus tentáculos as conchas extremamente duras de suas presas ou, alternativamente, podem furar com o bico. Além disso, eles têm uma secreção tóxica que paralisa a presa e inicia a decomposição. Uma vez que a vítima é consumida, os polvos acumulam as conchas e as cascas em uma pilha.

Apesar do seu tamanho e das suas defesas, esses moluscos são moles e também possuem predadores. Os principais vertebrados que se alimentam deles são tubarões, focas, leões-marinhos ou grandes peixes, entre outros.

Um polvo-gigante-do-pacífico em um aquário.

Esses animais estão sob grande pressão da pesca predatória e ameaçados pela poluição e acidificação dos oceanos. Felizmente, eles produzem tantos descendentes e têm uma área de distribuição tão ampla que não parecem estar ameaçados. No entanto, é necessário reunir mais informações para garantir seu estado de conservação.


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