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Por que uma raposa-do-ártico viajou 3.500 quilômetros?

2 minutos
Conhecida por sua beleza, a raposa-do-ártico também é uma viajante incansável, mesmo que o motivo seja a mudança climática.
Por que uma raposa-do-ártico viajou 3.500 quilômetros?
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A raposa-do-ártico (Vulpes lagopus) é um animal ligado aos ecossistemas da tundra que podemos encontrar no extremo norte da Europa, Ásia e América, um terreno ameaçado pelas mudanças climáticas, o que obrigou essas espécies pequenas a realizar duras travessias, mas nenhuma como a descoberta recentemente.

A grande jornada da raposa-do-ártico

Os pesquisadores do Instituto Polar Norueguês não acreditaram ao verificar os dados fornecidos pelo GPS que haviam colocado em uma jovem fêmea dessa espécie de canídeo do hemisfério norte: em apenas dois meses, essa raposa havia percorrido mais de 3.500 quilômetros.

Em 26 de maio de 2019, esse animal estava no arquipélago de Svalbard, uma dura região localizada no norte da Noruega e cujo nome significa costas frias, no meio do Oceano Glacial ÁrticoEm apenas 76 dias, o animal viajou uma média de quase 50 quilômetros por dia, até chegar à Ellesmere Island, no Canadá.

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O GPS dessa raposa-do-ártico parou de funcionar, mas foi possível recuperar esses dados tão interessantes para a ciência. A questão é que nunca um exemplar dessa espécie havia sido gravado viajando para tão longe e com tanta velocidade. Os pesquisadores até pensaram que o animal pudesse ter sido caçado e transportado em um barco ou algo semelhante, mas não foi o caso.

O estudo chama atenção devido à grande adaptação que o animal terá que fazer, uma vez que sua espécie quase não se alimenta de pequenos mamíferos terrestres, como os lêmingues, em vez da dieta de peixes praticada nas ilhas Svalbard, onde o animal habitava.

Por que ela viajou tanto?

Embora essa história possa parecer épica, a verdade é que isso nos leva a uma triste realidade de que as mudanças climáticas estão forçando muitas espécies a percorrer grandes distâncias em busca de alimentos. Isso põe em risco sua sobrevivência e nos alerta mais uma vez sobre o fato de que o aquecimento global é uma realidade que nos atingirá diretamente se não a combatermos.

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Os primeiros a sofrer seus efeitos são, sem dúvida, os animais que habitam o Ártico e outras regiões frias do planetaÉ preciso notar que, embora esse movimento seja extremo, a raposa-do-ártico é um animal que viaja longas distâncias entre as ilhas, graças às superfícies geladas encontradas ao longo da maior parte do ano.

Mas a verdade é que todo verão vemos como o gelo conecta menos territórios no Ártico, o que pode fazer com que muitas dessas rotas sejam desconectadas para sempre e alguns desses animais fiquem presos em arquipélagos, onde têm poucos recursos, o que isolaria populações inteiras ao acabar com essas gigantescas passagens da fauna natural.

Embora essa jornada seja incrível, precisamos proteger a fauna do Ártico através da luta contra as mudanças climáticas, pois estamos novamente deixando esses animais maravilhosos em uma situação limite.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.