A curiosa reprodução do caracol
Escrito e verificado por o advogado Francisco María García
A reprodução do caracol é desconhecida para a maioria das pessoas. Embora, por serem moluscos, ninguém duvide do fato de que eles colocam ovos, o mistério está na sua reprodução. Isso ocorre porque a grande maioria das espécies de caracóis é hermafrodita, ou seja, cada indivíduo possui órgãos genitais femininos e masculinos.
É verdade que há um mito envolvendo esses animais de movimento lento. Acreditava-se que os caracóis não precisavam acasalar para se reproduzir, mas isso, na verdade, é falso. O que acontece é que, após o acasalamento, os dois animais envolvidos serão capazes de gestar e pôr seus próprios ovos.
Como ocorre a reprodução do caracol?
Esse molusco invertebrado amadurece sexualmente aos seis, sete ou oito meses de vida, o que acontece no panorama de uma vida média de cerca de seis anos. Sua temporada de acasalamento tem a ver com o clima; por preferir temperaturas amenas e úmidas, é na primavera ou no outono que ocorre a reprodução do caracol.
Os caracóis têm um processo de sedução antes do acasalamento. Este consiste em um reconhecimento do outro após passar por ele com o corpo. Um caracol se posiciona sobre o outro e circula a concha e a área macia. Esse processo pode levar de 15 a 20 minutos e responde à necessidade de estimulação dos órgãos de acasalamento e reprodução.
O sistema reprodutivo do caracol possui sistemas tubulares complexos. A partir do aumento do interesse na criação desses animais e no seu consumo na gastronomia, foi conduzido um estudo científico minucioso para analisar a sua reprodução.
O momento do acasalamento
Para que a reprodução do caracol ocorra, é necessário que um dos espécimes insira seu órgão sexual no aparelho feminino do outro. No entanto, ainda haverá duas etapas desde a chegada do líquido até a fertilização:
- Antes de tudo, esse sêmen precisa ser inserido na bolsa vaginal.
- Segundo, o ato reprodutivo terminará quando os óvulos estiverem maduros, após 10 ou 12 horas.
Devido à necessidade de permanecer em contato por tantas horas, os caracóis acasalam à noite. Eles se separam quando o esperma é recebido pelos óvulos.
No decorrer do processo, os dois animais enviam cadeias de DNA usando carbonato de cálcio. Essas cadeias se dissolvem quando são recebidas pelo sistema reprodutor feminino, o que resulta na liberação dos espermatozoides.
O extraordinário sobre a reprodução dos caracóis é que os dois indivíduos são fertilizados. A passagem do DNA e a liberação do esperma ocorre simultaneamente nas duas cavidades vaginais, para que os dois caracóis possam pôr ovos.
Os ovos e os filhotes de caracóis
Os caracóis gestam seus ovos por duas ou três semanas. Após esse período, eles procuram uma área de terra macia onde cavam um buraco; ali, ficará o ninho onde eles abrigarão seus ovos fertilizados. O número de ovos pode chegar a 80, e não será inferior a 50 unidades, com cerca de 2,5 milímetros de diâmetro.
Isso se refere ao caracol comum, porque algumas espécies – na China – colocam até 200 ovos. Sabe-se também que uma espécie de molusco invertebrado nativo da África, chamada Achatina, é capaz de colocar até 700 ovos.
Os ovos precisarão de mais duas a quatro semanas para chocar. O primeiro alimento dos filhotes depois de saírem do ovo é a membrana do mesmo. Para o pequeno ser, a concha possui todas as proteínas e minerais necessários para começar a viver; eles também ingerem a terra que contorna o ninho. Depois de cinco dias, eles deixam o ninho.
Os caracóis de jardim podem ter uma expectativa de vida de cinco a seis anos. Quando as baixas temperaturas chegam, eles se escondem na concha e ‘fecham a porta’, cobrindo o buraco com uma camada de baba.
Em épocas de seca, os caracóis podem permanecer em seus esconderijos o verão inteiro. Não é de surpreender que esses animais tenham sobrevivido mais de 600 milhões de anos.
Em conclusão, a reprodução do caracol foi desvendada, em parte, graças a estudos com o objetivo de entender a sua criação para o consumo culinário. Conhecendo um pouco mais sobre essa espécie, talvez esses ancestrais da nossa natureza possam alcançar o lugar de respeito e privilégio que merecem.
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