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O sapo-parteiro: um habitante do sudoeste da Europa e dos Alpes

3 minutos
O macho do sapo-parteiro é um pai magnífico, pois carrega os ovos fertilizados emaranhados entre as patas traseiras até que completem seu desenvolvimento.
O sapo-parteiro: um habitante do sudoeste da Europa e dos Alpes
Luz Eduviges Thomas-Romero

Escrito e verificado por a bioquímica Luz Eduviges Thomas-Romero

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O sapo-parteiro (Alytes obstetricans) não tem uma aparência típica de sapo, pois é um pequeno anfíbio com pele verrugosa e corpo robusto.

Esses anfíbios se distinguem por seus corpos cobertos por verrugas avermelhadas. Sua coloração pode ser muito variada, desde tons claros até marrom-acastanhados. Além disso, apresentam manchas na garganta e no peito que podem ser de várias cores, incluindo preto, marrom, oliva, verde ou cinza.

Os machos são um pouco menores (42 milímetros de comprimento) do que as fêmeas, as quais atingem aproximadamente 55 milímetros na idade adulta. Além disso, em seus grandes olhos têm pupilas verticais em forma de fenda.

Distribuição e habitat do sapo-parteiro

Esse animal é encontrado em oito países europeus: Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha e Suíça. Até o momento, três subespécies europeias foram relatadas. A espécie foi introduzida no Reino Unido.

Assim, essa espécie habita desde a costa, por exemplo, nas Astúrias e no País Basco, até 2400 metros acima do nível do mar, nos Pirineus. Na Europa central, a maioria das populações vive em altitudes entre 200 e 700 metros acima do nível do mar, raramente abaixo de 200 metros.

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Comportamento

O sapo-parteiro prefere a vida terrestre, pois só vive na água quando é girino. Frequentemente, esses pequenos anfíbios se escondem em buracos ou sob troncos para evitar o ressecamento da pele. Se um indivíduo não conseguir encontrar abrigo, ele cava sua própria toca.

O sapo-parteiro geralmente sai de sua toca ao anoitecer e em épocas de chuva para procurar insetos e artrópodes. Os adultos podem hibernar no subsolo para se proteger contra a geada durante os meses de inverno.

Comportamento reprodutivo

Durante a época de reprodução, os machos fazem suas chamadas todas as noites durante várias horas. Ocasionalmente, os machos podem ser ouvidos chamando de suas tocas durante o dia.

Foi relatado que as fêmeas tendem a preferir os machos que chamam com mais frequência. Além disso, as fêmeas chamam de volta para o macho de sua escolha, o que é raro entre outros anuros. A competição entre os machos durante a estação reprodutiva é estritamente vocal, já que não foi observada agressão direta entre os indivíduos.

A paternidade exemplar do sapo-parteiro

A época de acasalamento varia entre o final de março e o início de agosto. As fêmeas podem produzir até quatro ninhadas por temporada de reprodução.

Esses anfíbios são bem conhecidos por seu comportamento de cuidado parentalOs machos prendem as fileiras de ovos da fêmea ao seu próprio corpo. Assim, eles os carregam nas costas até a eclosão. Nesse ponto, os machos liberam os girinos em corpos d’água.

Além disso, o sapo-parteiro, ao transportar os ovos, pode mantê-los temporariamente fora da água, onde correm grande risco de serem comidos. Os machos podem carregar cerca de 150 ovos ao redor dos tornozelos durante a temporada de reprodução, o que equivale a cerca de três ninhadas.

Os machos mantêm seus ovos úmidos escolhendo o local apropriado e ocasionalmente tomando banho. Após três a seis semanas, os ovos eclodem e os girinos são depositados pelo macho em um pequeno corpo d’água. Ao eclodirem, as larvas medem aproximadamente 15 milímetros e, após um ano de vida, sofrem metamorfose.

Predação

Quando ameaçados, o sapo-parteiro excreta das verrugas localizadas nas costas uma potente toxina que tem cheiro para se defender dos predadores. Essa toxina é extremamente eficaz e pode ser mortal.

Assim, em questão de horas, a toxina pode matar uma víbora. Os girinos ainda não podem produzir essa toxina e são vulneráveis ​​a predadores durante seu desenvolvimento.

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Ameaças à conservação do sapo-parteiro

A perda de habitat é o principal fator no declínio dessa espécie. Além disso, outras mudanças que afetam as condições microclimáticas (por exemplo, a drenagem de águas temporárias) contam negativamente.

Adicionalmente, outras possíveis razões para o declínio desses anfíbios são o aumento dos predadores (naturais ou introduzidos) e a transmissão de doenças. Ainda assim, especialistas em comportamento animal relataram que o sapo-parteiro pode ocupar habitats modificados pelo homem, como terrenos agrícolas e áreas urbanas.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


Universidad de Michigan. Animal Diversity Web. https://animaldiversity.org/accounts/Alytes_obstetricans/ consultada el 27 de febrero de 2020

Márquez, R., Bosch, J., & Eekhout, X. (2010). Intensity of female preference for call source level in midwife toads Alytes cisternasii and A. obstetricans. Behaviour147(9), 1185-1199.

 


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