Selegilina em cães: dosagem, usos e efeitos colaterais
Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez
A selegilina é um fármaco usado em cães e humanos para controlar os níveis de vários neurotransmissores. Graças a isso, vários benefícios são atribuídos a ela contra doenças mentais, como a doença de Parkinson (em humanos) e a disfunção cognitiva geriátrica (em cães).
Esse medicamento tem um grande potencial latente para melhorar a qualidade de vida de cães idosos. Além disso, caracteriza-se por ter pouquíssimos efeitos colaterais, o que ajuda a evitar experiências desagradáveis para o animal de estimação. Continue a leitura e saiba mais sobre a selegilina para cães.
O que é a selegilina?
A selegilina é um fármaco que pertence à classe das feniletilaminas, de modo que sua estrutura química se assemelha um pouco à dos neurotransmissores amina. Graças a isso, é capaz de se ligar às monoaminas oxidase tipo B (MAO-B), que são enzimas responsáveis pela oxidação e degradação da serotonina, noradrenalina e dopamina.
Qual é o seu mecanismo de ação?
Em doses baixas, a selegilina liga-se irreversivelmente às monoaminas oxidase do tipo B. Isso significa que elas são impedidas de destruir e oxidar neurotransmissores, então a quantidade de dopamina, norepinefrina e serotonina aumenta. Consequentemente, no córtex cerebral ocorrem alterações que têm efeitos neuroestimulantes e neuroprotetores.
Apresentações do fármaco
A selegilina geralmente vem na forma de comprimidos ou cápsulas, mas também existem adesivos transdérmicos e soluções líquidas. Dependendo das necessidades do paciente canino, o veterinário irá recomendar o mais adequado para o seu caso.
Como a selegilina ajuda os cães?
A selegilina em cães é prescrita principalmente para tratar a síndrome da disfunção cognitiva em pacientes geriátricos. Essa condição aparece como um problema neurodegenerativo que piora com a idade, assemelhando-se muito à doença de Alzheimer.
Simplificando, a síndrome da disfunção cognitiva em cães geriátricos desacelera e atrofia várias partes do cérebro. Portanto, os animais de estimação começam a apresentar problemas comportamentais que se agravam à medida que envelhecem. Embora não haja cura como tal, a selegilina é um dos primeiros medicamentos aprovados para reduzir sua progressão.
Além disso, alguns estudos indicam que a selegilina também é adequada para o tratamento do hiperadrenocorticismo canino de origem hipofisária. No entanto, só funciona bem nos casos em que a secreção excessiva do hormônio ACTH está ligada à deficiência de dopamina, caso contrário não tem efeitos positivos.
Dose adequada
A dose diária recomendada de selegilina para cães geralmente varia entre 0,5 e 1 miligrama por quilo de peso. No entanto, os veterinários costumam iniciar a medicação em doses mais baixas, aumentando à medida que o tratamento avança. De fato, é possível aumentar a frequência de ingestão, mas somente se não houver melhora nos primeiros dias de tratamento.
Normalmente, a administração desse medicamento deve ser realizada uma vez ao dia e pela manhã. Isso ajuda os cães com ciclos circadianos comprometidos a começar a regular seu sono. Apesar disso, é melhor seguir as instruções do profissional de saúde animal, pois cada caso é diferente e nem sempre é necessário seguir as mesmas instruções.
Efeitos secundários
Um dos benefícios da selegilina são poucos ou nenhum efeito colateral em cães. No entanto, eles podem aparecer e até ficar um pouco sérios. Os seguintes efeitos são os mais conhecidos:
- Vômito.
- Diarreia.
- Desorientação.
- Confusão.
- Agressão.
- Movimentos repetitivos.
- Tremores por todo o corpo.
- Perda de apetite.
- Dor intensa (sinal de risco).
Caso apareça algum dos efeitos colaterais, é melhor interromper a medicação e levar o animal ao veterinário. Os efeitos da selegilina cessarão em cerca de 24 horas, embora em alguns cães com problemas renais ou hepáticos possam durar mais tempo.
Contraindicações
A selegilina não deve ser administrada a cães que estejam tomando meperidina ou outros tipos de fármacos opioides. Da mesma forma, seu uso conjunto com antidepressivos ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs) não é recomendado.
É importante que antes de iniciar o tratamento com selegilina, todos os medicamentos que o cão está tomando sejam discutidos com o veterinário. Isso ajuda o profissional a decidir se esse medicamento é o mais adequado para o seu caso ou optar por outro. Lembre-se de que a vida do seu animal está em risco, por isso nunca esconda essa informação.
Além disso, lembre-se de que o veterinário é o único que pode prescrever e supervisionar o tratamento de cães com selegilina. O diagnóstico é essencial para conhecer o estado de saúde e a adequação do medicamento. Caso contrário, sua condição pode piorar. Portanto, evite automedicar seu pet e se tiver dúvidas recorra a um profissional.
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