O tatu-peludo-andino: o que é e quais são as suas características
Escrito e verificado por a bióloga Paloma de los Milagros
O tatu-peludo-andino, cientificamente chamado de Chaetophractus nationi, é um mamífero placentário pertencente à família dos dasipodídeos, a qual inclui os tatus.
É encontrado na Bolívia, no norte da Argentina e no norte do Chile. Assim, esse tatu se caracteriza por ser o único capaz de sobreviver às baixas temperaturas dos picos andinos. Apesar dessa distribuição, é endêmico da Puna, uma ecorregião que se distingue por ser um planalto com pastagens de alta montanha.
Morfologia e comportamento do tatu-peludo-andino
Esse animal tem um peso médio de 1,7 kg, com comprimento de até 50 centímetros incluindo sua longa cauda. Assim como os outros tatus, conta com a típica armadura dorsal de placas ossificadas que caem dos dois lados do corpo.
Porém, como um traço exclusivo, destaca-se a existência de pelos que o ajudam a se proteger do frio. Em geral, tanto o casco quanto o pelo que o recobre apresentam uma coloração acastanhada.
Sua cauda é anelada e suas patas curtas terminam em unhas poderosas que facilitam a escavação. A perfuração e exploração do terreno permitem que ele desenterre todos os tipos de invertebrados, tubérculos ou fungos que constituem a base fundamental de sua dieta. Além disso, também pode comer ovos e frutas, de modo que tem uma dieta onívora muito variada.
O tatu-peludo-andino é mais ativo durante a noite, quando se desloca em busca de comida e parceiros. No que diz respeito à reprodução, não foram observadas épocas de acasalamento específicas, visto que geralmente se reproduzem quando a disponibilidade de recursos é adequada.
O período de gestação dura dois meses, e o número de ninhadas se resume a uma ou duas por ano. Atingem a maturidade sexual aos nove meses e os indivíduos mais longevos podem chegar aos 15 anos de vida.
Para se proteger do calor do verão, constroem tocas nas quais passam a maior parte do dia. Para construí-las, escolhem ambientes com substratos arenosos e vegetação.
Ameaças e estado de conservação
A principal ameaça ao tatu-peludo-andino é o homem, mais especificamente os indígenas. Essa espécie está sujeita a uma intensa caça ilegal para fins tradicionais, tais como a construção de amuletos ou a prática de rituais.
A captura se intensifica durante os meses de outubro e fevereiro, coincidindo com as festas locais. Além disso, a tendência do animal de invadir as terras agrícolas com frequência também leva os próprios agricultores a caçá-lo.
Diante do impacto causado por esses ataques diretos, foram tomadas duas medidas judiciais. Por um lado, foi criada a Lei Florestal e de Fauna Silvestre nº 29763, que considera como uma infração gravíssima a aquisição, comercialização, exportação e posse de recursos da fauna silvestre extraídos sem autorização.
Por outro lado, o Serviço Nacional Florestal e de Fauna Silvestre do Peru (SERFOR) pune financeiramente ou até mesmo com a prisão aqueles que praticam a caça ilegal do tatu-peludo-andino.
Embora a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) considere que o risco de conservação desse tatu é ‘pouco preocupante’, as instituições locais demonstram um maior alarmismo.
De fato, de acordo com a lista de Classificação e Categorização de Espécies Ameaçadas da Fauna Silvestre do Ministério da Agricultura e Irrigação do Peu (MINAGRI), o tatu-peludo-andino está em perigo de extinção.
Levando em consideração que o fator humano é a sua principal causa de morte, a população autóctone deveria repensar os danos animais de suas tradições. Quanto às outras pessoas, os turistas deveriam se conscientizar sobre a origem e o contexto dos típicos souvenirs andinos.
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